História da Floresta Portuguesa

Muito se tem falado nas últimas semanas sobre a floresta portuguesa e os fogos que a afectam. Muita coisa se tem referido, mas falta claramente uma perspectiva histórica. Olhando por exemplo para a página da Floresta Portuguesa no Wikipedia, verifica-se que as referências históricas praticamente não existem!

Infelizmente, a memória hoje em dia é muito curta! Quando pergunto a qualquer pessoa como eram os montes há uma centena, duas centenas de anos, quase ninguém acerta! Há cem anos, a floresta em Portugal era diminuta. Os matos também não eram muitos. Por isso não ardiam os montes…

A história da floresta portuguesa é muito interessante, mas muito deprimente. Um dos documentos resumo mais interessantes é esta “Perspectiva Histórica sobre a Floresta Portuguesa e a sua Defesa contra Incêndios“. Apesar de ter mais de dez anos, dele retirei alguns extractos:

  • Em 1849, José Maria Grande registava o “arboricídio” das herdades vizinhas do Tejo, onde se cortava o azinho e sobro para carvão.
  • Em 1875, a área arborizada equivalia a 7% do território, com cerca de 670.000ha, compostos por 370.000ha de montados, 210.000ha de pinhais, 50.000ha de soutos e carvalhais.
  • de 1888 a 1938 teriam sido arborizados apenas 21082 ha (Mendonça 1961).
  • Em 1965, existiam cerca de 2.969.000 ha arborizados, correspondentes a 33% do território do Continente
  • De facto, é neste período que a área arborizada atinge o seu máximo, com uns expressivos 3.3 milhões ha. que se reconhecia serem em grande parte sub-lotados, de baixo valor económico, expostos a um risco extremo e com crescentes problemas fitossanitários (Inventário Florestal Nacional, 1995).

Há, na verdade, bastantes documentos sobre a floresta portuguesa na Internet, mas de uma forma geral, bastante datados. E difíceis de encontrar! De seguida fica uma lista, com um nome indicativo para cada um, para que cada um possa ter uma posição mais fundamentada na vertente histórica. Se souberem de mais alguns verdadeiramente interessantes e publicamente acessíveis, digam, para juntar à lista:

Partículas dos fogos florestais

Do mesmo site que referimos para o Mapa de Ventos, temos acesso a outras visualizações muito interessantes! Uma que nos diz particularmente respeito, novamente por estes dias, é a visualização das consequências dos fogos florestais.

Na imagem abaixo, podemos ver as partículas PM1 (partículas com menos de 1 µm), onde se evidenciam dois pontos na Europa. Um é facilmente associável aos fogos da nossa região Centro, enquanto o outro ponto “quente” no sul de França será respeitante aos fogos que por lá grassam também.

Partículas PM1 – 2017-07-27 07:00

A quantidade de gráficos que se pode gerar é muito significativa, podendo-se observar o significado das várias variáveis nesta página de ajuda. Abaixo deixo dois mais exemplos, um relativo a concentrações de dióxido de carbono e monóxido de carbono. O que deixa no ar uma pergunta interessante: quanto CO2 será emitido por estes fogos florestais?

Dióxido de Carbono – 2017-07-26 17:30

Monóxio de carbono – 2017-07-26 17:30

Calor dentro do carro

Todos sabemos que o interior dos carros atinge temperaturas muito elevadas nesta época do ano. Quer dizer, também acontece noutras alturas do ano, como relatamos aqui. E sabemos que as boas práticas podem contribuir para menorizar este problema.

Por estes dias vi um artigo já um pouco datado, mas que me surpreendeu. Em particular, um gráfico relativo às temperaturas atingidas num carro, com as janelas fechadas e ligeiramente abertas (quase 4 cm).

Partindo de uma temperatura interior de cerca de 32ºC, a temperatura sobe rapidamente, quer com a janela fechada, quer com a janela ligeiramente aberta. A temperatura supera os 55ºC em menos de uma hora, (no meu caso já superei estes valores) sendo que mesmo com a janela ligeiramente aberta, a temperatura alcança os mesmos valores que sem a janela aberta. Embora não seja uma conclusão esperada, o gráfico aparentemente revela o que os investigadores mediram, pelo que é preciso muito cuidado com o que se deixa dentro do carro, sejam crianças, animais de estimação ou mesmo outras coisas:

Temperaturas interior carro

Criar um disco externo USB a partir de uma imagem no OSX

Para instalar o OSMC ou correr uma Distro como o Ubuntu (Distro – Distribuição Gnu/Linux) de um disco externo é necessário copiar para lá uma imagem de um disco.

As imagens de disco são obtidas nas próprias origens dos sistemas que queremos instalar. Até há software para ajudar a instalar essas imagens, quer se trate do OSMC, do Ubuntu ou outra imagem de distros mais conhecidas.

O problema é que na atual versão do OSX isto tudo parece falhar catastroficamente no final do processo. Os softwares de instalação de imagem insistem em montar o disco no final do processo e o disco nunca fica terminado em condições.

Para resolver a questão, recorri ao forum do Ubuntu. A solução passa por utilizar a linha de comandos da Terminal app do OSX para copiar a imagem para o disco externo USB, o que transcrevo abaixo, traduzido e com algumas adaptações:

Este procedimento irá primeiro converter uma imagem de disco do formato .iso para .img e alterar o sistema de ficheiros no disco externo USB para um disco de arranque (bootable).

Tip: No OSX podem arrastar um ficheiro do Finder para o Terminal para que o caminho do ficheiro seja introduzido no comando.

Seguem-se as instruções:

  1. Fazer download do Ubuntu Desktop
  2. Abrir o Terminal em /Applications/Utilities/ no Launcher;
  3. Converter o ficheiro .iso para .img com o seguinte comando (o caminho para o ficheiro de entrada e saída têm de ser vocês a introduzir, substituindo os exemplos) :
    hdiutil convert -format UDRW ~/path/to/ubuntu-download.iso -o ~/path/to/ubuntu.img
  4. O OS X coloca a extenção .dmg no ficheiro de saída. Convém alterarem isso depois.
  5. Executar o comando diskutil list no Terminal para obter uma lista dos devices ligados ao sistema;
  6. Insirir o disco externo USB (ou de outro tipo);
  7. Executar o comando diskutil list no Terminal de novo para identificar o nome atribuido ao disco externo (Ex: /dev/disk2)
  8. Executar o comando diskutil unmountDisk /dev/diskN no Terminal substituindo  N pelo número que foi atribuido ao disco externo
  9. Executar o comando abaixo no Terminal, substituindo /path/to/ubuntu.img pelo caminho onde a imagem da instrução no ponto 3 ficou.
    sudo dd if=/path/to/ubuntu.img of=/dev/rdiskN bs=1m

    • Ao utilizadr o caminho /dev/rdisk em lugar do /dev/disk pode aumentar a velocidade de cópia;
    • Se virem um erro dd: Invalid number '1m', estão a usar o GNU dd. No comando substituam bs=1m por bs=1M.
    • Se virem o erro dd:/devdiskN: Resource busy, garantam que o disco não está em uso. Usem a Disk Utility.app usem o comando unmount (não usem o eject).
  10. Executar diskutil eject /dev/diskN e remover o disco externo quando o comando completar.
  11. Reiniciar o Mac carregando na tecla press Alt/Option.
  12. Escolher o disco externo para iniciar com a imagem criada.

No caso da instalação da imagem do OSMC num disco externo, não façam as instruções 10 e 11. Peguem no disco criado e coloquem-no diretamente no vosso Raspberry Pi.

Medidores de tensão pouco precisos?

Temos falado aqui várias vezes sobre a tensão arterial, nomeadamente como medir a tensão, como controlar a tensão e também como baixar a tensão.

Foi com alguma surpresa que li no outro dia que os medidores de tensão que temos em casa podem não ser tão precisos quanto isso. Nesse artigo, refere-se um artigo científico onde se constatou que alegadamente 70% dos medidores tinham uma diferença de 5 mmHg ou mais.

O artigo parece ser interessante, mas mereceu-me alguma desconfiança. Errar 5 mmHg não me parece nada de extraordinário, e inclusivé, eles rejeitaram medições quando dois médicos não conseguiam medições dentro de um intervalo de 4 mmHg. Então, queixam-se que 70% dos medidores se enganam, mas não dizem qual a taxa de erro dos médicos?

Uma pesquisa rápida pela Internet confirma que estas conclusões não devem ser aceites tão rapidamente. Este estudo evidencia os múltiplos factores que influenciam a medição da tensão. Este outro estudo de há uns anos atrás chegou a valores bem diferentes. E isto foi apenas um minuto de pesquisa no Google, com múltiplos outros links a falarem da incerteza das medições… Pois claro!

Duas filas únicas

Este fim de semana, quando andava à pressa nas compras no Continente, por entre a música que passavam, levei com uma voz que referenciava a existência de uma nova fila única, e que solicitava a nossa colaboração para tornar o serviço melhor. Qualquer coisa do género…

É preciso dizer que tinha desistido de escrever sobre esta aberração da Fila Única. Mas tive que fazer outra excepção. Depois do inacreditável que narrei neste artigo, atingi há uns meses novo recorde na análise: estavam 19 caixas abertas, enquanto cinco pessoas geriam a fila. Uma ineficiência aberrante, que poderia ser melhorada em mais de 25% (5/19)!

Pouco depois, quando circulava com o carrinho junto das caixas, descobri que a fila única não estava no local habitual. Mas quando olhei melhor, qual não foi o meu espanto quando descobri que agora existiam duas filas únicas??? Sim, únicas, mas duas delas. Tipo 2=1 …

Enfim, alguém no Continente deve ter descoberto finalmente a luz! Que a fila única não servia, pelo que inventou uma segunda. Aliás, só concebo a coisa assim, e que mudaram para melhor. Mas tudo é possível, como já se viu pelo exemplo do aeroporto.

Segundo a lógica simples, o responsável do Continente provavelmente reconhecerá o óbvio: que três filas únicas serão melhores que duas, e assim sucessivamente. Até que voltaremos a ter as filas todas, e pessoas a atender os clientes, em vez de gerirem filas…

Aliás, a estratégia anterior será a correcta uma vez que eles se tenham apercebido de quanto andaram a perder no últimos dois anos. Em vez de darem o braço a torcer, andam a camuflar o erro e a solução. Mas isso confirmaremos, ou não, nos próximos tempos…

Duas filas únicas