Todos nos fartamos de produzir bytes de informação, seja em sites ou fotografias, documentos ou emails, ou outra coisa qualquer. Todos assumimos que podemos perder esses dados, e por isso vamos tentando fazer o máximo de backups. Para alguns dos leitores, o armazenamento na cloud será porventura uma prática há muito tempo…
Pouco nos damos conta que a informação digital não é eterna. Se tentar ler dados muito antigos, como aqueles que alguns terão relativo aos primeiros computadores, como o ZX Spectrum, então é muito provável que não o consigam, por uma multitude de razões. Se guardou informação em disquetes, é também possível que já não as consiga ler, seja pelo seu estado, seja pelo facto de não ter um leitor de disquetes à mão… E os CDs/DVDs estão longe de ser eternos…
Se entendeu o parágrafo anterior, a informação que está a produzir por estes momentos, ou produziu nos últimos anos, poderá não ser capaz de ser lida num futuro próximo.
Esta é uma preocupação que tenho há algum tempo. Mas que se reacendeu na minha mente com a leitura deste artigo. Nele alude-se a afirmações de Vincent Cerf, um dos pioneiros da Internet. Ele alerta para vários problemas, incluindo os referidos acima, mas também a obsolescência programada do software. Neste seu artigo mais antigo, ele dá mesmo conta em como o Microsoft Office já não consegue ler documentos que ele próprio produziu há uns anos atrás…
No domínio técnico, há muitas histórias para contar. É um tema equacionado há muito na Internet.
Há várias formas de lidar com este género de problemas. Uma das soluções é ir copiando os backups para meios de armazenamento mais novos. Na Internet, a utilização do “Museu da Internet” é uma hipótese. A utilização de máquinas virtuais poderá permitir executar sistemas no futuro, que já não existam em máquinas físicas, mas é preciso garantir que esse mesmo software ainda mantenha compatibilidade. Manter alguns equipamentos mais antigos funcionais pode ser igualmente uma hipótese, mas múltiplas coisas podem falhar quando se voltem a utilizar. É que estas coisas acontecem mesmo a instituições importantes como a NASA (exemplo1; exemplo2; exemplo3), quanto mais a nós…
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