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134º saco: o dos sacos de plástico meio cheios e das falhas de cobrança com a Via Verde na Via Livre

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana vamos rever o resultado das táticas do A.Sousa para a fiscalidade verde dos sacos de plástico nos supermercados. Vamos ver como o copo está a meio cheio para o ambiente, o governo e os cidadãos só com estas táticas e concluir como alguém acabará por concluir que os portugueses são mais amigos do ambiente do que era esperado.

Acabamos a falar na saga de quem como eu contratou um serviço à Via Verde para se poupar a chatices nas portagens, mas como isso não me garantiu o desejado sossego no que toca à Via Livre, empresa que explora a ex-scut da Via do Infante.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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Sacos para o lixo

Agora que os hipers deixaram de dar sacos gratuitos para enfiar o lixo, eu e os leitores, temos um problema. Aqueles que puderem optar por compostagem, tenham apenas cuidado com a legionella. Os restantes, como eu, vamos ter que enfiar o lixo noutros sacos…

As alternativas mais baratas de sacos comprados que referimos estavam na casa dos 3 cêntimos. No passado fim de semana, consegui todavia uma grande melhoria no Continente, melhor mesmo que o valor referido do Jumbo, embora seja uma oferta que não está online. São 50 sacos de 20 litros por 1.29€, ou seja 2.58 cêntimos por saco:

Sacos de lixo baratos

Sacos de lixo baratos. Será que ainda há mais baratos?

A ideia de que a taxa de 10 cêntimos é boa para o ambiente é por isso duvidosa. Estes sacos para o lixo não são bio-degradáveis, ou qualquer coisa degradável-like… Mas são uma das alternativas que nos restam para enfiar o lixo…

Há outras alternativas: reutilizar um saco mais resistente para enfiar o lixo, e depois descarregá-lo para dentro do caixote de lixo na rua. Vai conspurcar aquilo tudo, o que vai obrigar os SMAS a lavar aquilo mais vezes. Vai ter que também lavar os seus sacos de lixo reutilizáveis, gastando dinheiro na água. É capaz de ficar mais barato para si, mas o incremento de focos infecciosos, e o regresso a um estilo de vida de há décadas atrás, não me atrai…

Mas, há outras hipóteses. A que vamos seguir cá em casa é reutilizar/reciclar os sacos de plástico que permanecem gratuitos. Neste caso, estou a falar dos que são utilizados para embalar a fruta. Não são tão grandes como os anteriores das compras, mas nalguns casos até são mais resistentes e estanques!

E como se conseguem sacos destes? Fácil! Compra-se mais fruta e legumes! O que até não deixa de ser saudável… No passado fim de semana ensaei a táctica: muita variedade de fruta e legumes dá direito a muitos sacos de plástico. Deixei até de comprar cenouras que vinham embaladas, para ficar com mais um saquinho:

Sacos de plástico que serão reciclados para o lixo

Sacos de plástico que serão reciclados para o lixo

Mas a táctica pode ser melhorada, sem entrar pela táctica de extraviar sacos do hipermercado, o que iria imediatamente contra os meus princípios. Mas, que eu saiba, comprar uma única maçã não é crime… E se me apetecer comprar outra macã a seguir, serei obrigado a juntar e pesar as duas maçãs? É claro que estarei a pagar o peso dos sacos, mas ainda assim, deve sair mais barato que os sacos de 20 litros…

Planeta mais Verde, mas não todo…

Fala-se muito de sustentabilidade nos dias que correm, mas uma das coisas que me faz mais confusão é o pouco esforço posto em medidas concretas! Fala-se muito, cobram-se muitos impostos, nomeadamente os novos associados à Fiscalidade Verde, mas acção, muito pouca…

No outro dia li com muito interesse um artigo que falava de um dos grandes desafios dos Chineses, a plantação de uma barreira de 100 mil milhões de árvores, que os proteja da poeira oriunda dos desertos do norte da China. E que talvez ajude também a combater a poluição. A boa notícia do artigo é que a estratégia parece estar a funcionar…

Ávido por saber um pouco mais sobre Portugal, deparei-me com esta notícia de uma organização científica da Austrália, que alegadamente refere que os desertos do Planeta estão a ficar mais verdes, imagine-se, devido a um aumento do dióxido de carbono na atmosfera. O aumento de vegetação entre 1982 e 2010 foi segundo o estudo de 11%. Mas eu cheguei ao artigo pela imagem, que se reproduz parcialmente abaixo para a Europa (original, de grandes dimensões, acessível neste link), e onde se constata que é no sul do País e de Espanha, bem como no norte de Marrocos, que mais vegetação está a desparecer…

Por isso, uma das minhas tarefas deste ano, para além de contribuir involuntariamente para a Fiscalidade Verde, vai ser fazer algo mais substancial, que é plantar umas árvores, e tratar delas, para que este pedacinho do planeta fique mais Verde…

variacao vegetacao 1982 2010

Variação de vegetação entre 1982 e 2010

Medir Ruído

O ruído é algo que pode nos perturbar de forma significativa. Na sociedade moderna, o ruído está por todo o lado, e evitá-lo é difícil. Mas que possamos minimizá-lo, ser capaz de o medir é o primeiro passo que devemos poder dar.

No passado já havíamos referenciado uma app que permitia verificar os níveis de ruído a partir de telemóveis Android. Mas queria ir um pouco mais longe, e tentar perceber também em que frequências se verificavam determinados níveis de ruído.

A primeira app que descobri foi o RTA Analyzer. Como podem ver na imagem abaixo, mostra os níveis de ruído em função da frequência. Pareceu funcionar relativamente bem, mas como é costume para algumas funcionalidades mais avançadas, é preciso pagar…

RTA Analyzer

RTA Analyzer

Descobri igualmente o SpecScope. Apesar de parecer mais simples, como se pode ver na imagem abaixo, tem muitas mais configurações. Gostei particularmente da possibilidade de alterar a escala de linear para logarítmica.

SpecScope

SpecScope

A app mais avançada que encontrei fo o SpectralView Analyzer. Tem uma funcionalidade que salta imediatamente à vista que é visão dos últimos segundos (cerca de 16 segundos no meu caso), quer na perspectiva de frequência, quer da intensidade sonora. Como se pode ver na imagem abaixo, que evidencia os primeiros segundos de “Smoke on the Water”, dos Deep Purple, são bem visíveis os acordes da música…

SpectralView Analyzer

SpectralView Analyzer

Quando o som é mais perfeito, como num piano, o detalhe é impressionante! A imagem abaixo é da interpretação de Yiruma, River Flows in You. Até parece que se estão a ver as notas!

Yiruma - River flows in you

Yiruma – River flows in you

Dióxido de Carbono onde menos se espera?

Nos últimos anos temos ouvido falar muito do dióxido de carbono. O mau da fita do Aquecimento Global… Por causa dele, temos tido muitas confusões e muitas implicações económicas. Uma das mais notórias diz respeito à energia eólica, cuja existência tem sido o principal factor para o aumento da electricidade em Portugal…

Ontem, na BBC descobri uma notícia particularmente interessante! Aparentemente, há um satélite aí por cima de nós a detectar as emissões de dióxido de carbono! E quando se esperava que iria encontrar o CO2 por cima dos sítios onde supostamente mais se polui, descobriu-se que afinal as emissões estão sobretudo por cima das queimadas do Brasil, África e Indonésia! Na China, não foi propriamente uma novidade:

Locais onde há mais CO2

Locais onde há mais CO2

Por cá, andamos numa de fiscalidade verde. Como é fácil de perceber, andamos a ser enganados! Mas como o satélite revela uma verdade inconveniente, ou vai deixar de funcionar, ou deixar de mandar dados cá para baixo…

Fiscalidade Verde, segundo Mira Amaral

No passado Sábado, ouvi o início do “Negócios e Empresas” da TSF. O entrevistado era o Mira Amaral, o presidente do Banco BIC. A entrevista, que pode ser ouvida no site da TSF, pode também ser lida no site do Dinheiro Vivo. Já aqui tínhamos falado dos desencontros entre o ministro e o setor que tutela.

O que mais me surpreendeu na entrevista foi o posicionamento de Mira Amaral perante a política energética e ambiental do Governo. Em particular sobre a Fiscalidade Verde. Mais parecia uma entrevista a alguém do PCP ou do Bloco de Esquerda, tal o teor das suas declarações. Note-se a utilização de termos como “quixotesco”, “fundamentalismo”, “sacar”, “talibãs”, entre outros:

  • É perfeitamente quixotesco que sejamos nós, em Portugal, com uma economia que esteve quase em falência, em que foram as empresas que conseguiram salvar isto, acabando com o défice externo, a avançar. É perfeitamente contraditório e incoerente, totalmente idealista e de falta de senso ir arranjar uma taxa de carbono que vai penalizar as empresas.
  • Acredito muito mais no meu amigo Eng.º Ferreira de Oliveira, que é engenheiro e especialista em petróleos, do que no ministro Moreira da Silva, que nunca trabalhou em energia. Ele não sabe nada de energia, não tem política energética, está atrelado ao fundamentalismo ambiental. A questão de fundo não é se são sete ou cinco cêntimos por litro. A questão de fundo é esta: nós poluímos muito pouco, não somos nós que vamos resolver o problema global e avançamos com esta taxa num contexto em que há apenas seis países na União Europeia que a têm.
  • Qual é a sorte que o governo pode ter neste momento? É que, como o preço do petróleo está a descer, o meu amigo poderá dizer que o preço dos combustíveis desce e que este aumentozinho não tem grande efeito. Mas tem porque lá fora o preço também desce. Temos é de ver o nosso diferencial de preço em relação aos outros países, sejam cinco ou sete cêntimos por litro. Há empresas que estão aflitas e o mais pequeno custo adicional pode levá-las à falência.
  • De uma maneira irónica, podia dizer que é aproveitar o fundamentalismo do ministro Moreira da Silva para sacar mais algum aos contribuintes. À pala do termo fiscalidade verde, que é simpático – as pessoas gostam do verde -, saca-se mais algum.
  • O fundamentalismo ecológico e ambiental do ministro Moreira da Silva foi aproveitado, inteligentemente, pelo primeiro-ministro e pela ministra das Finanças para sacarem mais algum.
  • Seria do mais elementar bom senso que nesta fase, ainda muito difícil da economia, evitassem honorar as empresas com uma taxa destas. Não posso aceitar acriticamente este discurso de talibãs verdes, que taxam em nome de uma coisa que a meu ver não está cientificamente provada.

O resto da entrevista é o desmanchar completo de muitas ideias que andam por aí, não só do Governo. E note-se que Mira Amaral é uma pessoa da área do PSD, pelo que insuspeita nos comentários que avança.

A entrevista tem também, para mim, a grande vantagem de pôr os pontos nos i’s de várias personagens da política portuguesa, para além do Ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva. Em particular, as análises relativas a Paulo Portas e a António Costa… Aliás, as dúvidas existenciais que Mira Amaral levanta em relação à posição de voto nas próximas eleições legislativas são muito semelhantes às minhas. Mas isso já é outra conversa…