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Fecho de estores

Nas noites frias, o fecho dos estores é essencial. O fecho deve ser completo, para que se crie mais uma barreira térmica, funcionando o espaço entre a janela e os estores como uma autêntica caixa de ar. Os estores devem ser fechados logo que termine a exposição solar, e em que a ilumição exterior já não contribua para a iluminação interior. O mesmo se diz das cortinas, que incrivelmente também cortam as trocas de calor. A excepção será a da existência de radiadores por debaixo das janelas, e nesse caso, quando o radiador está ligado, as cortinas deverão estar abertas. De manhã, a estratégia pode ser mais complexa, se houver benefício da iluminação exterior. Em qualquer caso, o benefício térmico dos estores é apenas maximizado quando são completamente fechados.

Para evidenciar a forma como o fecho dos estores funciona como verdadeira caixa de ar, fizemos uma experiência simples. Numa das noites anteriores colocamos dois termómetros, um fora dos estores e outro entre os estores e as janelas. No gŕafico abaixo, a evolução da temperatura fora do estore está representada a azul, e entre os estores e a janela, a vermelho.

A temperatura junto à janela é sempre superior no gráfico, por estar mais recolhido, mas porque também beneficia da troca de calor entre o interior e o exterior. Quando os estores foram fechados, nota-se um aquecimento do espaço entre a janela e o estore. Tal resulta das percas de calor na janela, que vão aquecer esse espaço exterior. Quanto menor for esse aquecimento, melhor será o isolamento da janela.

Durante a noite evidencia-se uma grande estabilidade na variação da temperatura na “caixa de ar”. Na verdade, só momentaneamente a temperatura desce abaixo da temperatura aquando do fecho dos estores. Ao final da madrugada, a diferença de temperatures chega a atingir 3ºC! Quando finalmente se abrem os estores de manhã, a temperatura desce ligeiramente, mas volta a subir com a subida da temperatura exterior.

Iremos repetindo estas experiências, com sucessivas medições, em pontos distintos, para melhor compreendermos as trocas de calor nas janelas, que são um dos maiores pontos de fuga de calor nas nossas habitações, como evidenciamos aqui.

Combate às pontes térmicas

No outro dia referia-me à solução que encontramos para minimizar as percas de calor, nas paredes exteriores que suportam os radiadores cá de casa. Num dos quartos, em que o radiador está mesmo totalmente baixo da janela, descobrimos uma das piores “pontes térmicas” cá de casa.

Uma “ponte térmica” é um termo muito conhecido na área da construção. De uma forma simples, significa uma parte da construção que conduz muito facilmente o calor entre dois espaços a temperaturas distintas, interrompendo a caixa de ar ou o isolamento térmico do exterior. Um exemplo que podem observar em muitas casas portuguesas diz respeito a janelas de alumínio, que no Verão ao sol ficam extremamente quentes, e no Inverno se tornam geladas.

No nosso caso, a descoberta de há uns anos, foi a de que a pedra de mármore na parte inferior da janela, e logo por cima do radiador, com cerca de 2 cm de saliência da parede, estava bem quente… Aí percebemos rapidamente que o radiador passava o seu tempo a aquecer a pedra! E tal calor era um desperdício, porque estava a ser dissipado directamente para o exterior, dado o efeito de “ponte térmica”…

A solução foi a da continuidade do isolamento que colocara antes, um pouco mais para cima. A solução estética não foi propriamente perfeita, mas passa efectivamente despercebida, conforme a imagem abaixo documenta. Durante o dia, com o fecho das cortinas, o problema visual desparece, e fora do Inverno, como a solução é amovível, também não se observa. Quando o quarto está a ser aquecido, a pedra está agora bem fria, sinal de que esta pequena solução é eficiente!

Isolar parede por detrás do radiador

No outro artigo referimo-nos à discussão sobre onde colocar os radiadores. Todavia, no caso dos radiadores fixos, eles são muitas vezes colocados debaixo das janelas, fixados portanto na parede exterior. Tal significa que eles gastam uma parte substancial da energia a aquecer a parede exterior, e a dissipar o calor para fora das nossas habitações…

A estratégia para minimizar essas percas é a de isolar a parede por detrás do radiador, facto que quase sempre os construtores não fazem. É uma tarefa um pouco mais complexa do que parece, mas que não tem um custo significativo. Com as vantagens óbvias de poupar energia, mas sobretudo acrescentar um maior conforto à temperatura da sua habitação.

Comece por comprar um rolo de folha reflectora (poliestireno expandido, com um filme de alumínio, por exemplo), adequado à dimensão dos seus radiadores. Depois decida como o vai fixar à parede. No nosso caso, dado que não queria uma solução definitiva, optei por uma solução que não deixasse marcas na parede, funcionando por pressão. É igualmente uma solução unicamente para o Inverno, pois pode ser retirada. Mas também porque tinha dúvidas quanto ao tipo de cola eventualmente a utilizar. O que interessa é que é uma solução simples, eficaz, e que não dá nas vistas (nem sequer é visível), como a imagem seguinte evidencia:

Colocação dos radiadores

A discussão da colocação dos radiadores, para efeitos de aquecimento, é um tema acalorado nos fóruns da especialidade. Há basicamente duas grandes opções: a colocação dos radiadores por baixo das janelas, ou então na parte oposta às janelas, numa parede interior. No nosso caso, os radiadores são inamovíveis, e por isso a melhoria da eficiência passa por outras técnicas. Mas para outros, o aquecimento faz-se com equipamentos portáteis, e nesses casos, esta análise pode ser particularmente interessante.

Na grande maioria das habitações, a escolha da colocação é por baixo das janelas. Há duas grandes razões, sendo que a primeira é de natureza funcional, dado que é um local da habitação onde normalmente não se vai colocar nada. Nesse sentido, não se ocupa potencial espaço valioso para colocar um móvel, por exemplo. A outra razão advém da experiência de países nórdicos, onde se constata que esta solução torna o espaço aquecido mais confortável ao reduzir as correntes de ar.

Na verdade, como o calor sobe, e o ar frio desce, a colocação de um radiador sob a janela “corta” a entrada de ar frio, não se verificando a ocorrência de correntes de ar derivadas do efeito de convexão. A colocação de um radiador numa parede interior, faz com que o ar quente suba nessa parede, e condense junto da parte mais fria da habitação, quase sempre a que tem a janela e parede exterior, fazendo com que o ar frio percorra a habitação entre essa parede/janela e o aquecedor, criando a tal corrente fria.

A colocação de um radiador na parede interior é mais interessante do ponto de vista calorífico, se a tal vertente do conforto for minimizada. O calor não se desperdiça tanto, pois quando colocado junto de uma parede externa, obviamente uma parte maior do calor é perdida em transferências pela parede/janela. A colocação numa parede interior retira ainda funcionalidade ao espaço, pelo que muitas vezes é colocado atrás das portas.

Na minha opinião, o factor fundamental que diferencia estas duas opções, está relacionado com os níveis de isolamento térmicos do espaço. Se este isolamento for bom, e as fugas de calor estiverem anuladas, então a colocação numa parede interior não criará diferenciais de temperatura substanciais, minimizando as correntes de ar frio. Noutros, e na maioria dos casos, se os radiadores estiverem por baixo das janelas, certifique-se que o calor não foge para onde não deve.

Da experiência cá de casa, o que observo é que a sala é de longe a habitação que aquece mais depressa, sendo a única onde o radiador está na parte oposta às janelas. Apesar dos radiadores do quarto terem a mesma dimensão, e dos quartos serem muito mais pequenos. Mas este é um tema onde a experiência dos leitores que têm radiadores portáteis pode ser muito interessante. Contem-nos essas experiências!

Aquecimento com radiadores

Quando o aquecimento das nossas casas é efectuado por radiadores de parede, há um conjunto de técnicas que devemos seguir para maximizar a sua eficiência. Em primeiro lugar, todos os anos, antes de ligar o aquecimento, devemos purgar os radiadores. Tal consiste em retirar o ar que exista dentro do circuito, e que torna o processo de aquecimento mais ineficiente.

Outra acção que se deverá fazer anualmente é limpar o interior dos radiadores. Eles acumulam bastante pó, o que impede a circulação do ar, e minimiza o aquecimento por convecção. A primeira vez que fiz isso aos meus, fiquei impressionado: o volume de ar quente depois da intervenção era muito maior!

Também essencial é não colocar nenhum objecto que obstrua o funcionamento dos radiadores. A existência de um móvel, ou de uma simples cortina a tapar o radiador, diminui significativamente a sua eficiência.

Aquecimento solar na sala

Agora que entramos no frio do Inverno, aquecer as nossas habitações pode trazer um custo acrescido. Para mantermos a casa quentinha, o primeiro passo é certamente minimizar as fugas de calor para o exterior, e consequente entrada de ar frio. Calafetar as portas e janelas é, pois, o melhor investimento que se pode fazer! Mas mesmo assim, a temperatura tenderá a baixar.

Nas janelas com boa orientação solar, em dias de Sol no Inverno, deve-se maximizar a entrada da luz solar na habitação. Tal significa abrir ao máximo os estores, e abrir as cortinas. A energia solar é excepcional, e pode aquecer substancialmente a habitação, como os dois gráficos seguintes evidenciam (clicar para ver melhor). No primeiro, temos a radiação solar medida na estação meteorológica de São Julião do Tojal (dados do SNIRH), entre os dias 6 e 8 de Novembro passado. Podemos observar que nos dias 6 e 7 a radiação solar foi significativa, ao contrário de dia 8. No segundo gráfico, que mede a temperatura da nossa sala, pode-se ver como a temperatura nos dias 6 e 7 sobe com a incidência da luz solar, ao contrário de dia 8, em que a temperatura praticamente não varia. Não deixem pois de maximizar o calorzinho da energia solar!