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Não há poupanças milagrosas de combustível

Já aqui havíamos abordado a temática dos equipamentos que não poupam combustível. No programa Mythbusters, a mesma temática foi abordada há uns anos atrás. O veredicto foi a de que genericamente não há poupanças, e nem sequer investigaram muito bem as sequelas. Como eles dizem, não testem isso em casa:

Consumo a grande velocidade

Todos temos a noção que quanto mais se acelera, maior é o consumo de combustível. São diversos os factores que contribuem para que tal aconteça. Todavia, é bastante difícil encontrar dados estatísticos fiáveis sobre quanto é que realmente representa andar mais depressa. Num artigo já um pouco datado, de 2006, mas muito elucidativo, a revista Auto Bild alemã elaborou uns testes de consumo a vários modelos automóveis. Deles destacamos algumas imagens abaixo, que embora estando em alemão, não deixam dúvidas de como o consumo sobe com a velocidade:

Equipamentos que não poupam combustível

Num mundo em que os combustíveis são cada vez mais caros, surgem facilmente vendedores da banha da cobra, a dizerem que têm uma solução milagrosa para o problema. O caso do Molecoiso surge-nos por intermédio de um amigo, que solicitou a nossa impressão, depois de o ter visto à venda num site de classificados. Nesse site há dois links, um para este site que parece promover directamente o produto, e outro para uma página do Facebook, onde tem alguns testemunhos. Daí até o que é a página oficial do produto em Portugal, é um passo.

O problema destes produtos é que exageram na poupança que reclamam… A primeira impressão logo que vi o anúncio de poupança de “até 20% no combustível” foi a de “porque é que os construtores ainda não se lembraram disto“? Uma pesquisa rápida na Internet revela que até em Portugal já se descobriu que é banha da cobra. Outros utilizadores que o experimentaram chegaram à mesma conclusão. Mas testes efectuados por um site da especialidade revela que este produto, tal como outros, não aquece nem arrefece.

Mas, o mais giro, é ir à página do fabricante, e ver que o produto “Molecoiso Fuel Saver” já foi descontinuado. Porque será, se é assim tão bom?

Pressão correcta nos pneus

Os pneus são um elemento fulcral no consumo do automóvel. Neste artigo falamos sobre a resistência ao rolamento. Agora vamos referenciar outro tema muito comum, quando se fala de melhorar o consumo de combustível num automóvel: a pressão dos pneus.

Em primeiro lugar, não nos devemos esquecer que a pressão correcta deve ser medida quando os pneus estão frios. Isso significa essencialmente que devem ter rodado o mínimo possível, e que a pressão não deve ser alterada quando uma longa distância já foi percorrida. O mesmo se aplica se estiveram muito tempo ao Sol, ou a elevadas temperaturas. A pressão correcta dos pneus encontra-se no manual do seu carro, mas desde 2003 que aparece tipicamente na parte inferior do pilar B (na porta do condutor, o pilar que separa da porta de trás).

Uma pressão correcta dos pneus optimiza o desempenho e longevidade dos pneus, bem como o consumo de combustível. Um pneu com pressão a mais reduz a superfície de contacto com o pavimento, como a imagem acima documenta, causando potenciais problemas de segurança e consumindo o pneu mais no seu interior. O consumo é todavia mais reduzido, e aumenta a capacidade de manobra. A força que exerce ao guiar é, aliás, uma das melhores formas de verificar se a pressão dos pneus da frente se desviou da habitual. Um pneu com pressão a menos aumenta significativamente o seu consumo, sendo que uma pressão 6 psi inferior à recomendada pode aumentar o consumo até 5%. Nestas circunstância, é o bordo do pneu que se desgasta rapidamente, sendo tal a principal fonte de desgaste de muitos pneus.

Resumindo, verifique mais vezes a pressão dos pneus, e adequa-a às circunstâncias da condução do dia-a-dia. Poupará não só em combustível, e na vida útil dos seus pneus, mas também incrementará a segurança para si e para os restantes.

Impacto das barras de tejadilho

São muitos os artigos que nos referem que não devemos andar com as barras de tejadilho no automóvel, por causa da ineficiência aerodinâmica. Uso-as sobretudo em período de férias, com uma mala de tejadilho, mas quando volto, saiem logo. E pelo que descobri, é a atitude correcta.

Há pouca informação disponível na Internet sobre quanto é realmente a degradação do consumo. Neste pequeno documento podemos observar que o incremento de consumo pode variar entre os 14% e 20%, consoante a velocidade a que se segue. Outras experiências encontraram valores não muito distintos e valores ainda mais degradantes, quando se transportam bicicletas! O último link referencia ainda outros consumos, em situações de transporte de objectos no tejadilho.

Em qualquer caso, a aerodinâmica do automóvel fica seriamente comprometida, e entram em acção os factores que degradam o consumo, e que havíamos observado neste artigo. Embora possa não ser sempre praticável, como será o caso daqueles que fazem um passeio de bicicleta todos os fins de semana, tenha presenta que as barras e tudo o que é transportado no tejadilho, tem implicações substanciais em termos de consumo.

Engatado vs. ponto morto

Uma das maiores discussões envolvendo o consumo de combustível em veículos tem a ver com o facto de ser ou não preferível andar em ponto morto, nomeadamente em descidas. Andar em ponto morto tem necessariamente riscos de segurança, pois em caso de necessidade, necessita de engatar para ter o motor disponível. O risco é maior em velocidades elevadas, ou de trânsito intenso, sendo igualmente problemático se o motor do seu carro se desligar.

Nos motores da última década, com injecção electrónica, o habitual é o motor ter uma função de cut-off de combustível, quando o motor se consegue mexer sem combustível. Tal é o caso de descidas, mas também quando está a desacelerar (chama-se habitualmente de função deceleration fuel cut-off). Nestes casos, quando se desce engatado, e as rotações são superiores a 1200/1300 RPM, o consumo é ZERO, conforme se pode observar em automóveis com medidor de consumo.

O problema de descer engatado, como todos sabemos, é que o carro atinge mais rapidamente uma situação em que é preciso continuar a acelerar. Se a descida é suave, pode nem sequer ser possível fazê-lo engatado, sem dar um cheirinho no acelerador. E se a velocidade é lenta, então ainda pior. Mas pouco inteligente é ir a descer a velocidade média/elevada, e ir travando; mais vale ir engatado neste caso.

Mas há mais variáveis a considerar, e uma das mais importantes é o consumo eléctrico do carro. Quanto maior ele for, mais compensa andar engatado nas descidas. Como se pode ver neste artigo, cargas eléctricas elevadas, como as do ar condicionado, consomem muito mais num carro ao ralenti.

Resumindo, compensa andar desengatado em descidas suaves, a baixa velocidade, e onde não perspectiva travar. No pára-arranca do trânsito intenso de uma descida, também compensa. Nos carros mais antigos, com carburador, andar desengatado é provável que seja mais eficiente, em muitas situações, que os carros mais recentes de injecção.