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Quanto custa um watt num automóvel?

Um dos factos muitas vezes mal compreendido no consumo de combustível em veículos normais, é a de que todo o consumo de energia eléctrica resulta de consumo de combustível! Ou seja, sempre que liga o ar condicionado ou o rádio, as lâmpadas ou faz pisca, está a consumir combustível adicional…

Quanto é que é efectivamente o consumo de combustível associado aos equipamentos eléctricos de um veículo, é usualmente um segredo bem guardado. Segundo este documento, da organização TRL do Reino Unido,  um consumo eléctrico extra de 42W, causa um consumo adicional de combustível de 0.5%, enquanto um consumo eléctrico extra de 160W gera um consumo adicional de combustível de 1.8%. Estes valores são consistentes através de vários veículos, havendo ligeiríssimas diferenças entre os veículos a gasolina e gasóleo, conforme pode ser observado nas Tabelas 9 e 10 do referido documento. Segundo ainda o mesmo documento, um consumo eléctrico extra de 632W gera um consumo adicional de 7.6%!

Embora os autores do estudo não garantam que estes valores sejam estatisticamente significativos, os valores exibem uma evolução relativamente linear. Segundo estes valores, cada 1 W de consumo eléctrico num veículo representará um aumento de 0.012% no consumo de combustível. Note-se que este é um aumento para um consumo permanente de electricidade.

Quanto é que isto então efectivamente representa? Considerando um rádio de um automóvel que consuma 15W, então se o mantiver ligado durante um percurso de 100 Km, para um automóvel que consuma 7 l/100Km, e se o custo do combustível for de 1,50 €, o custo de manter o rádio ligado será de:

  • 15 x 0,012% = 0,0018
  • 7 x 0,0018 = 0,0126
  • 1,50 x 0,0126 = 0,0189

Ou seja, manter o seu rádio ligado durante 100 Km, custar-lhe-á quase 2 cêntimos de euro nesse percurso. Não parece muito! O problema é que muitas vezes não é só o seu rádio que está a consumir electricidade no seu veículo…

 

Resistência ao Rolamento

É muito habitual ouvirmos falar da importância dos pneus, quando se abordam formas de reduzir o consumo de combustível nos veículos automóveis, e não só. A mais habitual diz respeito a manter a pressão adequada, aspecto ao qual nos referiremos proximamente. Por agora, concentremo-nos na importância do pneu, e vamos supor que essa variável está correctamente tratada.

Nem todos os pneus nasceram iguais, como todos sabemos. Muitas vezes desconhecemos até a importância de algumas das suas características. Conforme decorre deste artigo cerca de 1/3 da energia transmitida pela direcção às rodas são perdidas na resistência ao rolamento! Tal consiste essencialmente em percas de calor, devido ao aquecimento do pneu em contacto com o pavimento. Os fabricantes acenam com valores fantásticos que devem todavia ser tomados com cautela. Mas, a verdade é que raramente olhamos para este parâmetro na hora de escolher um novo jogo de pneus… Felizmente, segundo a imagem ao lado, retirado deste extenso documento americano, os fabricantes de pneus têm melhorado este parâmetro ao longo dos anos!

Segundo o documento anterior, para a maioria dos veículos de passageiros, uma redução de 10% na resistência ao rolamento permitirá uma redução de 1% a 2% no consumo de combustível. Considerando que um pneu fará umas dezenas de milhares de quilómetros na sua vida útil, qual será a poupança? Façamos as contas:

  • Pneu para 40 000 Km, fará 400 x 100 Km.
  • Se o consumo médio for de 7l/100Km, então serão consumidos 7 x 400 = 2800 Litros de combustível
  • Uma estimativa conservadora de poupança, 1%, significa 28 Litros de poupança
  • Considerando um custo de combustível de 1,50€, a poupança seria de 42 euros
  • A dividir por quatro pneus, dá pouco mais de 10,50 euros por pneu

Se o preço dos pneus for igual, então compensará comprar o de menor resistência ao rolamento. Se for muito maior, ainda se poderá justificar se as variáveis anteriores forem distintas. Cabe ao leitor complementar as contas para o seu caso!

Acidentes fantasma

Num dos primeiros artigos do Poupar Melhor, evidenciamos a importância de evitar as travagens. Todos sabemos que nas nossas estradas, em situações de maior intensidade de tráfego, há sempre o espertinho, que aos zigues-zagues, pretende alcançar uma vantagem sobre os restantes. Ao fazer esses zigues-zagues, os outros procuram evitar essas “espertalhices”, e o caos instala-se.

Noutras circunstâncias, provavelmente já todos experimentamos, ao circular numa via de maior velocidade, congestionamentos sem razão. Aquelas filas de pára-arranca, em que não existia no final nenhum acidente… O que provavelmente causou tudo isso não passou de mais uma tentativa de alguém chegar uns segundos mais rápidos ao seu destino…

Estas situações são descritas frequentemente por aqueles que acompanham o trânsito a partir do ar. Mas agora, investigadores japoneses conseguiram simular este efeito de uma forma clara. Vejam no vídeo seguinte como se formam estas filas, e como os espertinhos conseguem perder o seu tempo, bem como de todos aqueles que os seguem… E que nos custam também tempo, e dinheiro para os combustíveis!

Para onde vai o combustível dos carros?

Quando falamos de poupanças de combustível nos automóveis, devemos perceber primeiro para onde vai o combustível que inserimos no depósito. A imagem ao lado dá-nos essa representação visual, sendo que a informação foi obtida a partir deste site. Note-se que esta é uma representação genérica, podendo variar consoante o tipo de veículos, como é o caso dos híbridos, e notavelmente dos eléctricos.

A maior perca é originada claramente no motor, que em cenários de cidade ou estrada, é responsável por cerca de 2/3 das percas. Essas percas são essencialmente térmicas, manifestando-se no calor dissipado pelos radiadores e pelo tubo de escape. Ainda atribuíveis aos motores temos percas associadas à bomba de combustível, combustão e fricção. Outras percas, bastante inferiores, estão associadas ao consumo em standby, às percas na transmissão, e aos consumos eléctricos. A restante energia é transmitida às rodas. Dependendo do cenário de condução, temos então as percas atribuíveis à aerodinâmica, à resistência ao rolamento, e à travagem.

É na manipulação destas percentagens que conseguimos poupar, ou consumir mais, combustível. Como vimos neste post, o controlo das travagens pode reduzir significativamente o consumo de combustível. Ou neste outro, em que abordamos a questão do peso no automóvel, e que aqui se enquadra na resistência ao rolamento. Em próximos posts, continuaremos a abordar formas de poupança de combustível, sempre com o pensamento nestes valores.

Peso a mais no automóvel

Quanto maior é um peso de um automóvel, genericamente maior é o seu consumo. As leis da Física são claras nesse aspecto. Baixar o peso de um automóvel significa, por isso, baixar o consumo. Embora raramente se possa reduzir substancialmente o seu peso, há aspectos que podemos melhorar.

A bagageira é normalmente o primeiro sítio por onde começar. Muitas vezes transportamos carga sem necessidade, mais pela preguiça de a retirar. E em muitos casos essa carga vai-se acumulando, e sem nos darmos conta estamos a carregá-la desnecessariamente para todo o lado!

No porta-luvas andamos quase sempre temos também objectos desnecessários. Como o manual do carro, que tendo apenas umas centenas de gramas, circula quase sempre desde a compra do carro! Já pensou quantas vezes o consultou? Ou então pense no factor multiplicativo: nos milhões de carros que existem, os milhões de manuais andam quase todos a passear desnecessariamente!

Evitar as travagens

A maioria das campanhas de poupança de combustível insistem no sentido de evitar as acelerações. Todavia, há uma forma mais eficiente de poupar, que é não travar! É nas travagens que se desperdiça a energia, e daí os automóveis híbridos tentarem capturar esta energia desperdiçada. Por isso, nestes automóveis, esta técnica não é tão eficiente!

Quando se fala em não travar, abordamos obviamente o objectivo de evitar as travagens. Se mais à nossa frente o semáforo está vermelho, então deve largar-se o pedal do acelerador, como se mostra no vídeo abaixo. Com um bocado de planeamento, chegaremos ao semáforo mesmo a tempo de continuar a acelerar. Se vamos numa fila, um maior espaço para o carro da frente fornecer-nos-á um espaço para melhor evitarmos as travagens. São muitos os exemplos possíveis, que com a experiência se aperfeiçoam. Como ir do Porto a Lisboa, pela A1, sem travar!

Quanto se poupa? Tanto quanto anunciam os automóveis híbridos, ou um pouco mais, porque não temos o ónus de carregar com as baterias! Pode perder-se um bocado de tempo, porque a velocidade média tende a baixar. Mas nem sempre, como é o caso do semáforo acima referido. Ou do caso das filas, que muitas vezes tendem a melhorar com a redução da velocidade média. E ainda tem o bónus de poupar nos travões!