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Probabilidades nas raspadinhas

Há uns meses havíamos referido as poucas probabilidades de ganhar um prémio grande na raspadinha. Mas, como vejo muita gente a raspar, comecei a pensar se as outras raspadinhas teriam eventualmente mais probabilidades de se ganhar alguma coisa. Para isso elaborei a tabela abaixo, baseada nesta página dos Jogos Santa Casa, ordenada pelas raspadinhas em que é mais provável que saia qualquer coisa:

Raspadinha Custo Emissão Rasp. Premiadas Total Prémios Probabilidade de Ganho % para Prémios
193 Labirinto 2.00€ 8000000 2380056 10400000€ 3.36 65
187 Super Pé-de-Meia 5.00€ 4004000 1155702 14014000€ 3.46 70
194 Feliz Natal 4.00€ 4000000 1113568 11200000€ 3.59 70
181 Palavras Cruzadas 2.00€ 6000000 1667577 7680000€ 3.6 64
186 Multiplica 2.00€ 6000000 1642392 8280000€ 3.65 69
172 Pé de Meia 3.00€ 5082000 1306459 10672200€ 3.89 70
188 Rock in Rio 2.00€ 6000000 1473671 7680000€ 4.07 64
191 Janelas da Sorte 1.00€ 15000000 3622560 8700000€ 4.14 58
165 Grande Sorte 2.00€ 4000000 957957 5120000€ 4.18 64
185 Boas Férias 1.00€ 15000000 3574800 8700000€ 4.2 58
195 Raspadinha de Inverno 1.00€ 20000000 4469812 11600000€ 4.47 58
190 Alta Voltagem 1.00€ 15000000 3352359 8700000€ 4.47 58
151 Raspadinha 1.00€ 15000000 3272166 8700000€ 4.58 58

Na primeira coluna está o nome da raspadinha, com o link para a página dedicada. A seguir, o seu custo. Na terceira coluna temos quantas raspadinhas foram emitidas. Na coluna a seguir está a quantidade dessas raspadinhas que foram premiadas, com um link para os detalhes dessa raspadinha. Na coluna “Total de Prémios” está a quantidade de euros distribuída em prémios.

As duas últimas colunas são as que nos interessam neste artigo. A coluna “Probabilidade de Ganho” é a relação entre as colunas “Emissão” e “Rasp. Premiadas”. Quanto menor for esse número, maior é a probabilidade de lhe sair qualquer coisa. Note-se que na primeira raspadinha, “Labirinto”, estatisticamente uma em cada 3.36 raspadinhas é premiada, ainda que quase metade dos prémios sejam de apenas 2 euros.

A última coluna refere qual a percentagem da receita é que é destinada a prémios. Quanto maior é esse valor, menos se perde “colectivamente”. Ou seja, há raspadinhas em que volta mais dinheiro para os jogadores…

Ainda assim, não se esqueçam: as probabilidades de ganhar alguma coisa decente nas raspadinhas mantém-se diminuto. O facto de sairem muitos prémios deve-se ao valor reduzido dos prémios, o que visa incentivar os jogadores a continuarem a jogar!  Por isso, a melhor forma de ganhar dinheiro na raspadinha é não jogar!

3 em 1: gasolina, dinheiro e reclamação

Desde que comecei a andar de mota, as bombas de gasolina que exigem pré-pagamento entraram na minha mira. Preciso de encher o depósito para poder fazer as contas ao consumo, mas algumas bombas de gasolina obrigam os motociclistas a:

  1. Entrar na loja e esperar na fila para entregar o pré-pagamento; e
  2. Voltar à loja depois de encher o depósito para ir buscar a parte que sobra.

Não podemos pagar na janela da loja porque enquanto a loja está aberta só aceitam o pagamento dentro da loja. A opção do pagamento com cartão junto à mangueira chega mesmo a estar desligada enquanto a loja estiver aberta.

Entendo o problema de ser quase impossível na justiça portuguesa cobrar de forma eficiente o valor perdido em caso de fuga após o abastecimento, mas isso não é justificação para os motociclistas serem discriminados.

Para além de discriminarem motociclistas, somos obrigados a entrar na loja. A temperatura dentro da loja é quase sempre mais elevada o que obriga a tirar luvas, capacete e casaco e carregar com tudo, só para voltar a vestir tudo de novo após abastecermos.

A última vez que que fui abastecer e me exigiram pré-pagamento, decidi poupar uma volta à caixa automática de levantamentos e deixar também uma mensagem na caixa de pagamento da bomba de gasolina:

  1. Entreguei 60,00 € em pré-pagamento com o cartão eletrónico de pagamento;
  2. Abasteci cerca de 12,00 €;
  3. Recebi a diferença em dinheiro.

Não vos proponho que façam o mesmo, mas retirei algum gozo pessoal em pensar que vos vinha aqui contar esta pequena subversão. Devem ter um lugar reservado para mim no inferninho das pessoas que escrevem coisas sobres os postos de abastecimento.

Vício no jogo

Todos temos uma ideia que o vício no jogo pode levar a situações problemáticas. Já aqui referimos que a melhor forma de ganhar dinheiro no Euromilhões é não jogando, e como as raspadinhas estão na moda, apesar da pequeníssima probabilidade de sair beneficiado.

Num site espanhol, encontrei uma infografia muito interessante sobre o vício do jogo em Espanha. A infografia foi elaborada no Actibva, uma comunidade online dedicada aos temas financeiros, e impulsionada pelo banco BBVA.  Segundo o levantamente efectuado, o negócio do jogo representa 27 339 milhões de euros em circulação, que representam quase 3% do PIB espanhol. Do total, a maior fatia, 11 339 milhões de euros, vêm das tragaperras, máquinas tipo slot-machines, que são muito comuns em vários estabelecimentos em Espanha. As lotarias representam a outra grande fatia, com 9 593 milhões de euros. Só nesta última fatia, aparentemente, cada Espanhol gasta em média, ao longo de um ano, 205 euros.

Em Portugal, desconheço dados deste género. Mas, arrisco-me a dizer que somos também um País de jogadores. E embora alguns, poucos, felizardos se possam gabar de ganhar dinheiro ao jogo, a maioria de nós vai pagando subtilmente mais este imposto… Por isso, se quiser poupar, não jogue!

Mesadas

Na sequência dos artigos sobre a introdução do conceito de poupança aos mais novos, vamos hoje falar das mesadas. Como tudo em pedagogia, estes conceitos são sempre relativos, e este é certamente um deles.

A primeira pergunta que surge neste domínio, é a de quando é adequado introduzir o conceito às crianças? Nos dias de hoje, não há enganos, e muito cedo elas tomam consciência do valor do dinheiro. É mais ou menos aceite que a uma idade de seis anos, a criança pode ser introduzida ao conceito de mesada.

A pergunta seguinte é quanto deveremos passar para as mãos da criança, para ela gerir? Independentemente do poder económico, é entendido que isso deverá ser uma função da idade, sendo tal particularmente relevante num contexto de irmãos. Uma regra poderá ser a de um valor em euros correspondente à idade, ou seja uma mesada de 6€ para uma criança de 6 anos.

Um aspecto muito importante da mesada é não associar a sua atribuição à realização de tarefas consideradas obrigatórias! A realização dessas tarefas, como as de fazer a cama, arrumar a loiça, ou outras quaisquer, existem porque as crianças fazem parte de uma família, e não porque são pagas para o fazer.

E que objectivo pode servir a mesada? Em primeiro lugar, para que a criança aprenda a gerir o seu dinheiro. Obviamente, com regras associadas, como por exemplo, a de que os seus brinquedos passarão a ser comprados por ela. Rapidamente ela terá que assimilar que não poderá comprar todos os brinquedos que quereria, e se quiser um mais caro, terá que juntar várias mesadas para o conseguir. Também tomará bem melhor conta desses brinquedos, pois investiram dinheiro e paciência para os conseguirem!

Alguma má gestão acontecerá, obviamente. Mas não se preocupe, pois serão lições rapidamente interiorizadas…

Dia Mundial da Poupança

Um porquinho mealheiro

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Poupança. Este dia é celebrado há muitos anos, tendo sido instituído em 1924, durante o primeiro “International Thrift Congress“, que se realizou em Milão. A ideia partiu do “International Savings Banks Institute” então criado, e que mais tarde deu origem ao WSBI (World Savings Banks Institute). A ideia foi a de alertar para a necessidade de reduzir os gastos, com isso contribuindo para amealhar algumas economias. De ponto de vista deles, o destino seria naturalmente uma conta de poupança num banco…

A história do Dia Mundial da Poupança é resumida nesta página. Aí percebemos que os Alemães nem sempre gostaram deste conceito de poupança, especialmente depois da reforma monetária de 1923. Pelo contrário, nuestros hermanos já o haviam celebrado em 1921. Em 1928, o Hino à Poupança foi criado por Gino Valori e Giuseppe Pietri. Depois da Segunda Guerra Mundial, o Dia Mundial da Poupança teve o seu auge entre os anos 1955 e 1970.

A importância do tema da Poupança parece estar de regresso, nestes tempos mais difíceis. Devemos pensar que a poupança não se observa numa vertente estritamente bancária, mas que há muitos mais domínios da nossa vida em que devemos aplicar os conceitos de poupança. São todas estas vertentes que continuaremos a explorar no Poupar Melhor.

Gráficos do Mapa 1 das Receitas dos Serviços Integrados, por classificação económica do Orçamento de Estado para 2013

Mapa 1 das Receitas dos Serviços Integrados, por classificação económica

Mapa 1 das Receitas dos Serviços Integrados, por classificação económica

Depois do investimento do A.Sousa em transformar a despesa na Proposta de Orçamento Geral do Estado para 2013 em algo visualmente inteligível por todos os nossos leitores sem terem de ler os documentos, decidi pegar no Mapa 1 das Receitas dos Serviços Integrados, por classificação económica, para melhorarmos o conhecimento sobre a composição. Os ficheiros estão no Google Drive de onde podem fazer download para verem os detalhes na folha de cálculo feita com o Libre Office. O arranjo gráfico com a Receita Corrente pode ser visto aqui. Para complementar a informação, o A.Sousa juntou-lhe um gráfico gerado com os dados no Relatório do Orçamento de Estado.

O meu desconhecimento do jargão utilizado e a falta de esclarecimento nos Mapas para explicar o que deve ser entendido das classificações são uma barreira para o entendimento correto do que trata cada Receita e poderá mesmo a levar a que o cidadão se desinteresse ainda mais pelos factos, dedicando-se à discussão baseada em Sound Bites de quem nem se deu ao trabalho de ler os documentos.

O gráfico acima apresenta a distribuição da Receita em dois níveis, conforme valores no Mapa 1 das Receitas dos Serviços Integrados, por classificação económica. O exterior é a divisão global em Receitas Correntes, Receitas de Capital e o conjunto a que decidi chamar “Outras” e que ficam representadas no quase invisível risco amarelo. Estas “Outras” são a soma de 3 linhas: Recursos Próprios Comunitários, Reposições não Abatidas nos Pagamentos e Saldo da Gerência Anterior.

Na parte interna encontra-se a mesma despesa, mas agora representada pela dimensão de cada uma das linhas do Mapa 1 das Receitas dos Serviços Integrados, por classificação económica. Podem consultar os restantes gráficos no arranjo gráfico com a Receita Corrente, mas ficam já aqui as notas do que observámos das representações:

  • As Taxas, Multas e outras penalidades, basicamente a receita da Justiça, são de uma complexidade que até no gráfico se nota;
  • Existem uns 231,00€ para cobrar em rendas de Bens de Domínio Público que até tenho medo de perguntar como é que são cobrados;
  • Há uma série de outros serviços que rendem 333.297.859,00€, que espero sejam alguma coisa de útil e fico curioso para ler os outros mapas e descobrir o que será;
  • Que toda esta informação demora tanto tempo a consumir, que decidi tratar as Receitas Correntes e deixar as Receitas de capital para outro dia;
  • Que os Governos, pagos com os nossos impostos, deveriam partilhar o orçamento num formato utilizável do ponto de vista da exploração dos dados. Bastava partilharem os quadros em formatos abertos como nós e não num formato de transporte e impressão como é o PDF.