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Poupar para crianças

Mealheiro do Montepio

Mealheiro do Montepio

Já aqui vos tínhamos dito como íamos começar uma série de posts sobre poupança. O A. Sousa já nos tinha dito como é essencial aprender a esperar para colher.

A tradição na minha família era abrir uma conta no Montepio e oferecer-nos um mealheiro de metal que nos diziam que só era possível abrir no banco quando íamos depositar o dinheiro. Com o mealheiro vinha uma caderneta que nos dizia o dinheiro que tínhamos no banco.

Cá em casa há mealheiros, mas dentro do mealheiro do mais novo para além do dinheiro já há tudo o que ele conseguiu enfiar pela ranhura. O mais velho, que tem mais noção do valor do dinheiro, já se ofereceu para emprestar dinheiro ao mais novo. Só ainda não percebemos se pretende cobrar juros.

Taxas de juro implícitas no crédito à habitação

Começamos recentemente a abordar a importância de conceitos financeiros e de poupança para os mais miúdos. Mas, para nós mais graúdos, há muitos conceitos que nos tocam e que interessa dominar. Já antes havíamos abordado vários aspectos relativos às taxas de juros e à taxa Euribor. Mas há muito mais para dominar…

Quando há cerca de duas semanas ouvi que as taxas de juro implícitas no crédito à habitação continuavam a cair, tomei nota para fazer uma investigação mais apurada…

Meter mãos à obra não foi propriamente fácil. O INE elaborou um documento de destaque interessante onde é possível observar logo na primeira página um gráfico muito interessante sobre a evolução das taxas de juro implícitas no crédito à habitação, com valores para o total de contratos, e para os celebrados nos últimos três meses.

Como a descida do gráfico dos últimos meses me pareceu uma consequência lógica da evolução recente da Euribor a 6 meses, o indexante mais utilizado em Portugal, fiz um primeiro gráfico e confirmei essa correlação. Mas, curioso, procurei dados mais antigos. E aí a porca torceu o rabo, e não os encontrei. Nem no INE, nem na Pordata. Foi preciso muita paciência para os recolher pouco a pouco, por vários documentos dispersos pelo site do INE.

O resultado é o gráfico abaixo, que representa os valores para as taxas de juro implícitas no crédito à habitação, sendo a curva “Totalidade Contratos Crédito Habitação” respeitante à totalidade dos contratos, e a curva “Contratos últimos 3 meses” para os contratos celebrados nos últimos 3 meses. Para esta última só consegui encontrar valores a partir de Abril de 2003. Juntamente está representada a curva da Euribor, com os valores do primeiro dia útil de cada mês, e que os bancos tipicamente utilizam.

Particularmente relevante é a diferença entre a curva a verde e a cor de rosa, e que representa aproximadamente o spread cobrado pelos bancos. Aí se verifica como entre meados de 2005 e início da crise em 2008 o spread cobrado era muito baixo. Repare-se como ele está agora, em cerca de três pontos percentuais. Agora imagine-se que a curva verde começa a subir, e questionemos onde pararão os (poucos) clientes que estão agora a contratar um crédito à habitação.

Este é um gráfico que nos dá muitas mais pistas sobre a realidade financeira que nos toca a todos. Quando tomamos decisões importantes de investimento, como contratar um crédito à habitação, devíamos sempre olhar para imagens como estas e perscutar o que elas podem significar para o futuro! É que uma imagem vale por mil palavras…

27ª poupança: A do gráfico de comparação da Euribor ao Spread médio dos bancos, a do relatório de responsabilidade de crédito do Banco de Portugal e da poupança para crianças

Podcast do Poupar Melhor

Nesta edição falamos do gráfico que o A.Sousa gerou e que permite a comparação da Euribor ao Spread médio dos bancos e de como a taxa média da Euribor é um indicador alterado em relação ao que os bancos portugueses estão realmente a pagar pelo crédito.

Falamos também do relatório de responsabilidade de crédito do Banco de Portugal que passou a estar também disponível ao próprio visado e não apenas para as entidades que fornecem crédito.

Terminamos a falar sobre a poupança para crianças e de como há várias formas de as ensinar a poupar como a experiência do A.Sousa e a minha e dos meus irmãos.

Agradecemos os comentários de quem nos ouve através do iTunes.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast.

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Começar a contar dinheiro

Anteriormente, observamos como podemos interiorizar o conceito de poupança, retardando a gratificação. Neste artigo vamos abordar como podemos introduzir o conceito de dinheiro às crianças.

Mesmo antes de uma criança compreender o que é dinheiro, ela pode começar a mexer com ele… Não com as notas, mas com as moedas. Uma das primeiras tarefas pode estar associado à contagem de dinheiro. A aprendizagem do conceito de contagem pode ser feito com dedos, mas também com moedas. Essa introdução não deverá é ser feita quando ela tiver a tentação para engulir as moedas… Mas depois disso, as crianças actuais tendem a ter um fascínio pelo som das moedas à semelhança dos viciados em slot-machines…

Assim sendo, para uma criança de quatro anos, nada como lhe dar um molho de moedas idênticas e pedir-lhe para contar quantas são. No final, se acertar, umas dessas moedas poderá ficar para ela. À medida que for avançando, pode introduzir moedas de valor diferente, e pedir-lhe para as separar. Poderá pedir para empilhar as moedas do mesmo tipo, e outro tipos de capacidades, que não financeiras, surgirão.

Esta brincadeira tem ainda a grande vantagem de ser barata. Desde que não utilize moedas de valor elevado, os “brinquedos” terão um custo muito baixo. Assim que esta brincadeira estiver dominada, estarão lançadas as bases para as próximas etapas de aprendizagem.

Começar a poupar cedo

A aprendizagem da poupança é cada vez mais difícil. E quem tem miúdos em casa sabe que esse é um conceito difícil de transmitir aos mais novos. Este é o primeiro artigo duma série em que transmitiremos algumas dicas que podem ser importantes para que as crianças assimilem alguns conceitos importantes associados à poupança, seja ou não do tipo financeiro.

Começaremos esta série numa idade muito tenra, até porque é de pequenino que se torce o pepino. Pelos 3 anos, as crianças precisam de apreender o conceito de paciência. Quando elas pedem, se não há uma resposta rápida, uma choradeira seguir-se-á certamente. Uma forma é retardar a gratificação, e isso é um dos conceitos mais importantes para o resto das suas vidas…

Mas como consegui-lo? Se a criança pede, por exemplo, uma bolacha, podemos dizer-lhe que a damos já, ou que lhe damos duas daqui a 10 minutos. Isto presume que ela obviamente está sem fome, e que se lhe dermos agora a bolacha, não lhe daremos outra daqui a 10 minutos!

Agora é deixar a criança a pensar! Devemos encorajá-la a esperar 10 minutos, e a lição será rapidamente interiorizada. Quando a criança se habituar a esperar por uma recompensa maior, o seu conceito de poupança será rapidamente reforçado!

As raspadinhas

A raspadinha Super Pé-de-Meia

Neste artigo havíamos abordado como a melhor forma de ganhar dinheiro no Euromilhões era não jogando. Foi por isso com estupefação que vi na semana passada que a venda de raspadinhas aumentou 80%! Num País em crise, tal é absolutamente surpreendente! Pensar que essa é uma forma de ultrapassar os problemas financeiros, ou de ficar rico, revela realmente como o nosso Povo não pensa.

Está mais que provado que a participação nestes jogos de azar só nos torna mais pobres, sendo que a riqueza está à espreita de apenas alguns! É um autêntico imposto para quem não sabe Matemática, mas para o qual muitos contribuem, muitas vezes os mais pobres! Felizmente, quando jogamos nos Jogos Santa Casa, temos uma noção que parte desse imposto vai para ajudar os mais pobres…

Para se ter uma ideia das improbabilidades de lhe sair o prémio grande da Super Pé-de-Meia, a raspadinha que promete o maior prémio, fui fazer as contas. Há 4 004 000 raspadinhas e cada uma delas custa 5 euros! Há 3 raspadinhas que dão 2000 euros/mês durante 12 anos. Imagine o Estádio da Luz, que cheio leva 65647 pessoas. Imagine agora que ele vai estar cheio durante 61 jogos consecutivos, e que durante esses 61 jogos, 3 das raspadinhas com o Prémio Grande vão ser entregues a afortunados espetadores. Imagine que vai a apenas um desses jogos: veja assim qual é a probabilidade de receber o prémio com os 5 euros que joga…

Ainda assim, as probabilidades de ganhar alguma coisa decente são muito maior nestas raspadinhas, que no Euromilhões. Para começar, um total de 70% é distribuído para prémios, ao contrário dos 50% do Euromilhões. As probabilidades de ganhar alguma coisa (mínimo 5 euros) é de 1 para 3.46. E não sairá tão facilmente a estrangeiros, como acontece no Euromilhões. Na minha óptica, a melhor parte ainda é a da distribuição do prémio ao longo do tempo, que no caso do prémio maior se estende ao longo de doze anos. Tal é provavelmente uma garantia de que o vencedor não vai a correr esbanjar o prémio, o que infelizmente não deixa de acontecer