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Bancos serão obrigados a cobrar juros negativos

Euribor a 6 meses perto de valores negativos

Euribor a 6 meses perto de valores negativos

As taxas de referência para os empréstimos da maioria dos portugueses está perto de atingir valores negativos. No indicador a 1 mês os valores já atingiram mesmo valores negativos. Em abril esta taxa esteve nos -0,022%.

Esta nota serve para alertar-nos a todos que a taxa em causa também pode disparar, caso a economia melhore o seu desempenho. Aqueles que estão agora a festejar não terem feito um empréstimo de taxa fixa devem por isso tomar precauções e orientar as suas opções para acomodar uma variação desta taxa no sentido contrário.

140º sensor: o de abrir as janelas para deixar entrar o calor e dos juros negativos

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana o A.Sousa conta-nos como a sua experiência para abrir as janelas e deixar entrar o calor.

Terminamos a falar das taxas euribor negativas.

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Pebble Time

Pebble Time

Pebble Time

Terminou ontem a campanha do Kickstarter para o Pebble Time. Este projeto de criar um relógio inteligente com ecrã a cores e uma bateria que dura cerca de 7 dias na versão de plástico e 10 dias na versão de metal arrecadou o total mais $20.000.000, um número que estava a crescer ainda no momento em que escrevia isto.

Este projeto mostra que podemos fazer coisas incríveis com o nosso tempo e a nossa vontade. Este projeto mostra também como uma ideia bem apresentada pode tornar-se numa realidade para o seu criador e para quem acredita nela.

O projeto bateu todos os recordes de investimento cidadão, ou crowd source, ou micro funding… Chamem-lhe o que quiserem, mas serve para provar que pelo menos desta vez não foi necessário confiar ideias a gestores bancários que não se irão lembrar de nada da sua gestão cleptomaniaca ou em fundos do estado.

132º selo: o da oferta da faca e dos números 760

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana o A.Sousa concluí a coleção de selos do supermercado para ganhar a faca. Terminamos a falar dos números 760 e de como, se ligarem já, ainda se podem habilitar a ganhar UM!!! AUTO!!! MÓVEL!!!! Não. era a brincar…

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Tamanho das notas

Quando se fala de dinheiro, poucas vezes nos lembramos sobre o tamanho das notas. É porque não é só o valor que distingue uma nota de 5€ de uma de 500€…

Este documento do Banco Central Holandês, dá-nos uma visão diferente sobre as notas que tradicionalmente utilizamos. Por um lado, não há como enganar que as notas são cada vez mais pequenas, e entre outras razões, eles admitem que os menores custos de produção, armazenamento e transporte são responsáveis por essa tendência.

Curiosamente, eles enumeram os requisitos que os utilizadores têm das notas. São pelo menos cinco os requisitos dos vários intervenientes:

  • As notas devem caber dentro das carteiras
  • As notas devem ser fáceis de inserir dentro dos receptores de notas
  • Devem ir de encontro às necessidades dos invisuais
  • Devem impossibilitar a fraude
  • Devem ser de fácil processamento para os Bancos Centrais e intervenientes profissionais

O documento conta algumas histórias interessantes, como o facto de algumas notas de maior denominação do euro não caberem nas carteiras de alguns europeus. A forma como os invisuais discernem as notas é igualmente interessante, como podem ver na imagem abaixo. No quarto requisito, o documento até explica como algumas fraudes são cometidas… O resto do documento tem bastantes mais exemplos interessantes, que não nos enriquecem, mas que nos dão uma visão diferente das notas…

Como os invisuais distinguem as notas

Como os invisuais distinguem as notas

Imprimir notas

A impressão de notas é um tema que raramente é publicamente discutido. Por isso, não percebo muito do assunto. Mas, com o recente avanço do BCE na compra de dívida, em valores astronómicos, resolvi fazer alguma investigação por conta própria. Muita da leitura que vi por blogs, essencialmente políticos e económicos, vai no sentido de que isto corresponde basicamente à impressão de moeda, ie, de notas…

Essa ideia foi talvez sumarizada da forma mais surpreendente por Carvalho da Silva, no JN, que acha que descobri a solução com “Simples de mais para ser verdade?“. E a solução seria o BCE imprimir largas somas de dinheiro e distribuí-lo ao público“, e já agora depositá-lo directamente nas contas bancárias de todos os cidadãos!

Para termos ideia da dimensão do dinheiro que vai ser “criado”, partamos da noção que uma nota do euro terá aproximadamente 0.11 mm de espessura. Não consegui obter o valor exacto, pelo que vou utilizar esse valor. Nas notas usuais de 20€, 1 trilião de euros representa 5500 Kms de notas, sensivelmente a distância de Lisboa a Nova Iorque! Em notas de 500€, representa um conjunto destas notas alinhadas entre Lisboa e Aveiro…

A ideia de que isto resolve algum problema deixa-me siderado! Existem inúmeros exemplos históricos de como imprimir notas não resolve problema nenhum, sendo que me vem imediatamente à memória o exemplo do Zimbabwe. A espiral de impressão só parou quando se atingiu uma nota com 14 zeros. Reparem que se esta nota fosse expressa em euros, dava para fazer 100 planos como os do BCE, o que nos dá uma ideia de que ainda estamos muito longe do Zimbabwe:

nota triliao zimbabwe

Uma nota com muitos zeros…

O problema da impressão de notas tem uma expressão associada em inglês que dá pelo nome de seigniorage. Curiosamente, a expressão é explicada por um professor universitário americano, Jeffrey A. Frankel, com uma experiência vivida há muitos anos em Portugal:

  • It all started at the mid-point of my graduate studies at MIT. In 1976, Dick Eckaus and our other professors packed five of us — Krugman, three other classmates, and me — off to Portugal for a summer. I remember thinking, on the plane going over, “what do we know about advising a government?” The man we were to work for, Jose da Silva Lopes, Governor of the Central Bank, apparently thought the same thing, when we arrived in Lisbon and he saw how young we were. Eventually we proved, both to ourselves and to our host country, that we had something to offer after all.
    One story from that first experience at advising long ago stands me in good stead, every year when I need to explain to my students the concept of seignorage. We were living in hotels. At the end of the first month, we had to pay the bill. But for bureaucratic reasons, the wire transfers we were expecting had not yet come through. We apologetically explained our problem to the Governor. Responding “no problem,” he summoned an aide who took us to the basement where the printing presses were turning out the national currency. They counted out enough escudos to tide each of us over. I don’t know if the Bank of Portugal ran the printing presses for an extra few seconds that day; if so, it was truly seignorage.