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A crise Grega explicada em gráficos


Já não é a primeira vez que falamos da Grécia aqui no Poupar Melhor e quase sempre pelas piores razões. A Grécia, que começou por se opor à entrada de Portugal na União Europeia e por isso foi compensada com maiores transferências financeiras, está há vários anos debaixo de fogo e Portugal segue-lhe as pisadas.

Neste momento Portugal deve ser um concentrado de especialistas em crise grega de tal modo entrincheirados ideologicamente que se vão esquecendo que neste momento a Grécia faz parte de uma união monetária. O entricheiramento ideológico virá muito provavelmente da consciência que todos temos que podemos ser os próximos.

A realidade é que não podemos dissociar Portugal, ou mesmo os outros países europeus, do que se passa na Grécia. A situação acaba por influenciar o contexto económico dos outros países que fazem parte da união, mas é também a união que acaba por impedir a saída habitual que os países tinham para estas situações: desvalorização monetária.

A união é um assunto mal acabado, uma construção que ficou a meio. Os países não ficaram totalmente integrados para não perder a sua soberania, um herança da ideia do estado nação. Ou por outra, apenas os capitais e pessoas podem fluir realmente como se fossemos a mesma comunidade, enquanto as responsabilidades e obrigações de cada país ficaram nos próprios países.

As diretivas comunitárias ditaram que os países tinham de efetuar determinado tipo de políticas de investimento e ajustes legais e para reduzir a resistência dos povos a essas decisões, foram fazendo as transferências de dinheiro entre os países a que chamaram os fundos de coesão.

O vídeo acima do site Voxx têm também um conjunto de gráficos sobre a Grécia que tentam usar os factos para explicar a situação. Após a crise do Leeman Brothers a Grécia voltou financiar-se nos mercados de capitais aos mesmos preços que se financiava antes de anunciar a entrada para a União Europeia. Este comportamento do juros da dívida ocorreu quando os investidores se aperceberam que os outros países do Euro não iam suportar a divida da Grécia.

Os países da União Europeia entendem que o investimento dessas transferências, e que era suposto ter surtido melhorias na economia grega, não surtiu o seu efeito por influência da corrupção e laxismo das forças políticas gregas. Agora é preciso penalizar este país. E penalizou: A Grécia foi dos chamados países periféricos da crise o país que maior redução da Administração central teve.

Ao contrário do que se diz, os mercados que deixaram de acreditar na dívida grega não são uns monstros debaixo da cama. Tratam-se de fundos de investimento ou bancos onde pessoas como nós acabam por ter o seu dinheiro investido, diretamente ou pelos bancos em nossos nome.

Somos nós que mostramos o medo que influencia os mercados, mas talvez não seja para menos. Quando ouvimos as notícias sobre números cozinhados deixamos de confiar no mensageiro. A Grécia levou o troféu do país com maior cozinhado de números pré-adesão à União Europeia, mas os organismos centrais de controlo destes números não ficam isentos de culpas e por isso se consultarmos a informação sobre a aceitação das pessoas para a União Europeia podemos ver que é algo que tendeu no sentido negativo em 2011. Infelizmente outra maneira de cozinhar números é deixar de os obter. A falta dos inquéritos sobre o tema depois de 2011 podem querer dizer muitas coisas. Não sabemos.

Mas para mim, o gráfico que mais me impressionou foi o da dívida assumida e que copiei para vermos aqui diretamente. Tratam-se de pagamentos em falta dos cidadãos à Administração do Estado. Portugal também não fica bem na fotografia, por isso será razão para dizer que “Portugal não é a Grécia”, mas podemos ficar lá perto.

Voxx - Greece is crap at collecting taxes

Voxx – Greece is crap at collecting taxes

153º xixi: o de urinar no duche e dos gráficos da Grécia

Podcast do Poupar Melhor

ESta semana comentamos na medida do possível uma teoria amalucada que pede às pessoas que façam xixi no duche e tentamos desmontar as afirmações apenas questionando os dados que dram origem ao cálculo de base.

Terminamos a falar da Grécia e de como alguns gráficos como o de cobrança de impostos gregos são autoexplicativos sobre algumas das razões que se encontram na origem da crise grega.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do PouparMelhor está também no iTunes.

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Adultos em casa dos pais

Nas condições económicas em que vivemos, não é pouco comum jovens adultos viverem em casa dos pais. Tinha essa noção, mas não conhecia a realidade doutros países…

Neste artigo do ZeroHedge, são referenciados dois infográficos, um sobre a Europa e outro sobre os Estados Unidos. Não vamos aqui teorizar sobre se as questões são económicas, culturais, sociológicas, ou quaisquer outras. Ficam apenas os dados, para que cada um de nós possa tirar as suas conclusões:

Jovens Europa

Jovens entre 25 e 34 anos que vivem em casa dos pais na Europa

ffff

Jovens de 25 anos que vivem em casa dos pais nos Estados Unidos

Custo por metro quadrado para comprar um apartamento em Lisboa

O site Numeo tem muita informação recolhida por utilizadores da internet numa única base de dados. Os dados são consultáveis e é mesmo possível gerar alguns gráficos diretamente no site para uso próprio. Uma das coisas que mais me agradou foi a possibilidade de podermos apontar um link diretamente para o resultados.

No gráfico que podem ver acima desenha-se a variação do custo por metro quadrado de terreno para a zona de Lisboa, dentro e fora da zona central da cidade. Como podem ver, segundo os valores registados neste site, o custo por metro quadrado nem por isso desceu com a crise dos últimos anos.

Com o rendimento mensal disponível a baixar a níveis anteriores a 2010, não se encontra logo uma justificação imediata para este aumento de preços.

Transferências de fundos na União Europeia

Muito se tem falado nos últimos tempos sobre a Europa. No meio de muitas notícias, descobrem-se por vezes apontadores interessantes. Neste link descobri quanto é que cada país paga e recebe, na União Europeia.

No caso de Portugal, os dados do infográfico estão disponíveis abaixo. De onde vem o dinheiro e para onde ele vai. No nosso caso, do que recebemos 72% é gasto no contexto dos fundos estruturais e fundos de coesão, e cerca de um quarto na agricultura. De volta para a Europa, damos o equivalente a 27% do que recebemos, pelo que o fluxo é naturalmente positivo. Não deixem porventura de seguir o link acima e espreitar outros países… As surpresas são grandes!

Budget

Fluxos financeiros de e para a Europa

Previsões Económicas furadas

As previsões são uma chatice! São chatas porque, mais cedo ou mais tarde, chega o dia de se confrontar a realidade com essas previsões… As previsões podem ser de vários tipos, mas hoje vamos evidenciar um caso que deu algo que falar lá fora, sobre como as previsões dos modelos económicos não são seguidas pelos comuns dos mortais! Como mete Economia e Poupança, é particularmente interessante no contexto deste blog, até porque me lembrei imediatamente de um caso célebre de contas engatadas por causa dos consumidores chatos, que não querem gastar dinheiro!

Tudo começou no outro dia quando li este artigo do Zero Hedge. Parece que os consumidores dos Estados Unidos não estão a seguir as ordens da Reserva Federal Americana. A história começa na verdade com um artigo no Wall Street Journal, de Jon Eric Hilsenrat, o seu principal correspondente económico, responsável pela cobertura da Federal Reserve. Algumas das tiradas incluem:

  • You have been saving more too. You socked away 5.6% of your income in April after taxes, even more than in March. This saving is not like you. What’s up?
  • We can’t count on the rest of the world to spend money on our stuff. The rest of the world is in an even worse mood than you are. You should feel lucky you’re not a Greek consumer.
  • Fed officials want to start raising the cost of your borrowing because they worry they’ve been giving you a free ride for too long with zero interest rates.

É claro que o WSJ foi inundado de comentários eloquentes. Tantos, que o autor no dia seguinte veio dizer que era só ironia. Pois claro…

A leitura do artigo original transcrito pelo Zero Hedge dá-nos um conjunto de pistas para perceber como os modelos económicos que por aí andam não resistem a um pequeno contratempo: as pessoas! Por isso é vê-los nos Media, autênticas baratas tontas, a queixarem-se de tudo e mais alguma coisa. E não interessa se são de esquerda ou de direita, Keynesianos ou Monetaristas.

O problema que hoje assistimos em todo o Mundo é que as pessoas têm cada vez mais interiorizados os conceitos económicos. Até em Portugal já muita gente domina termos económicos, que seriam inimagináveis há pouco mais de meia dúzia de anos. Adicionalmente, a Internet dá-nos a conhecer, muitas vezes em tempo real, o que está a acontecer! É por isso uma ilusão que teorias de há dezenas de anos podem ser adaptadas à realidade corrente e futura, sem contemplar estes factores básicos! Por isso, os modelos económicos garbage in, garbage out que temos hoje em dia, não servirão de muito se não incorporarem estas pequenas grandes variáveis…

Previsões Económicas segundo Dilbert...

Previsões Económicas segundo Dilbert…