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Os perigos do Bitcoin

Bitcoin by zcopley

Bitcoin by zcopley

Já aqui nos referimos à moeda virtual que é o Bitcoin. É uma moeda que inicialmente era possível obter através de um processo que se designa por minar. Hoje em dia é difícil competir nesse terreno, mas podem sempre verificar se o retorno de investimento compensa

Recentemente, uma agência de protecção dos consumidores dos Estados Unidos elaborou um pequeno documento, sobre os riscos para os consumidores na utilização de moeda virtual.

O principal problema está relacionado com a guarda da moeda virtual. Tem que se a manter longe de hackers e organizações duvidosas. Os exemplos passados devem-nos fazer pensar, como a bancarrota da Mt. Gox ou do utilizador que deitou ao lixo a chave.

Em qualquer caso, se utilizar bitcoins, ou outra moeda virtual, leia com atenção o documento e proteja-se!

Custo do ouro

O ouro é um metal que todos conhecemos pelo seu valor. Nunca fui de investir em ouro, há quem o faça e quem também se desfaça dele. Há quem diga que no longo prazo não deixará de se valorizar…

Depois de ver a infografia abaixo, acredito que possam ter alguma razão. O custo de produzir umas onças de ouro é uma coisa proibitiva. Tinha essa noção da série Gold Rush, do Discovery Channel. Mas tal saiu reforçado com o infográfico abaixo, retirado deste artigo do Visual Capitalist.

Nele podemos observar que o custo de produzir uma onça de ouro é mais económico nos Estados Unidos e mais caro em África. A maior parte do custo está no acto de minar. Todavia é em África que estão neste momento a maior percentagem de reservas. Mas, o que mais impressiona, é a quantidade de terra que é preciso mover para produzir: nos 50 locais mais produtivos, é preciso mover uma tonelada de terra para produzir 5.3 gramas de ouro! Mas isso é nos locais onde há muito, porque a mineração que se vai fazer no Alentejo parte do pressuposto de que há apenas 1.57 gramas por tonelada…

Custo do ouro

Custo do ouro

O medo da deflação

inflação ou deflação?

inflação ou deflação?

A deflação é uma situação em que a evolução do índice dos preços no consumidor é negativa, isto é, os preços baixam, ou seja o inverso da inflação. A deflação é supostamente uma coisa muito má, como se pode depreender de muitos artigos de economistas, como este de Paul Krugman.

Na verdade, quem não gostaria de ver baixar o preço dos combustíveis ou da electricidade? Seria muito bom para nós consumidores, embora o mesmo não se possa dizer da GALP ou da EDP. Para mim, o problema destes economistas é que olham pouco para os consumidores…

Toda a minha experiência profissional tem sido vivida num sector em que a deflação é a regra. Todos sabemos que o mesmo computador, que hoje está à venda por X, amanhã poderá ser vendido por um preço menor. O mesmo acontece com televisões, telemóveis e quase todo o tipo de tecnologia. Não só sabemos que o preço será menor, como o novo produto que o substitui será melhor! E não se pode dizer propriamente que seja um sector em crise, e não é certamente isso que impede as pessoas de comprar cada vez mais tecnologia!

Há outras vantagens significativas da deflação para quem poupa. As poupanças que se acumulam valem cada vez mais num cenário de deflação, ao contrário de um cenário de inflação, por exemplo! Por isso, não temos que recear a deflação!

Mas este é um tema em que ainda não me considero muito esclarecido… O que pensam os leitores sobre o tema?

Regra dos 70

Há vários truques matemáticos que nos ajudam a fazer contas complexas de forma simples. Um dos que conheço há alguns anos é relativamente conhecido, conhecido por regra dos 70 (eu uso 70, mas há quem use 72 e 69), e dá-nos conta de uma forma simples de calcular quanto tempo é necessário para dobrar um investimento.

Imaginem que tem uma conta a prazo a 5% ao ano. Imaginem (esta é difícil!) que não há impostos e que a inflação não interessa. Se colocarem 1000 euros a essa taxa, e re-aplicarem os juros, ao fim de quanto tempo terão 2000 euros?

A resposta correcta é 14.207 anos. O truque é dividir 70 pela taxa e obter uma aproximação. No caso dos 5%, a resposta seria 14 anos, um valor relativamente próximo.

Há outras aplicações desta regra. Alguns exemplos são os seguintes:

  • Com uma taxa de inflação de 2%, quanto tempo leva até que o poder de compra se reduza a metade?
  • Com um crescimento de 10% ao ano, quanto anos levará a China a duplicar o seu PIB?

Para mais detalhes sobre esta fórmula mágica, não deixem de consultar esta entrada do Wikipedia.

99ª celebração: a da garrafa de champanhe e das rendas alternativas

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana lembrámos que algumas celebrações fazem pouco sentido, mas ainda assim apresentaremos a forma correta e incorreta de abrir garrafas de champanhe. Dispensámo-nos de descrever os problemas de beber pelo gargálo depois de abrir uma garrafa de champanhe à macho.

Terminámos a falar de como a Espanha lidou com as rendas das energias alternativas podem ser um caso a estudar e de como os lucros da EDP tinham baixado por causa disso.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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Os resultados do Benfica e a economia

Taxa de crescimento (%) do PIB a preços constantes (base=2006) em Portugal  com valores coloridos por troféus conquistados pelo Benfica

Taxa de crescimento (%) do PIB a preços constantes (base=2006) em Portugal
com valores coloridos por troféus conquistados pelo Benfica

Sem qualquer explicação racional, tenho um carinho pelo futebol do Benfica. Isto contraria toda a racionalidade em que enquadro as minhas decisões, vá-se lá saber porquê… Mas há outras coisas que não podem contrariar a racionalidade sem que eu deixe de me questionar: “Será mesmo assim?”

As lendas do glorioso avolumam-se em torno dos seus desportistas heróis, mas também em torno dos benefícios que a nação benfiquista transborda para a nação portuguesa. Ora a tese que é mais comum ouvir é de que as vitórias do Benfica beneficiam o país e que este cresce de forma relacionada com o clube do meu coração.

Para verificar esta fé, juntei os dados da variação do PIB recolhidos no Pordata à data de 9 de abril de 2014 com a invejável lista de competições ganhas do Sport Lisboa e Benfica de forma a procurar uma relação entre ambas. Os valores encontrados no palmarés futebolístico do Benfica já seriam dignos de nota, mas o nosso desporto é outro.

O Benfica ganhou 84 troféus entre 1910 e 2014:

  • Campeonato de Lisboa (Entre 1906/07 e 1946/47)
  • Campeonato de Portugal (Entre 1921/22 e 1937/38)
  • Campeonato Nacional da I Divisão / I Liga
  • Supertaça “Cândido de Oliveira
  • Taça “Ribeiro dos Reis” (Entre 1961/62 e 1970/71)
  • Taça da Liga – 4 Títulos
  • Taça de Portugal – 24 Títulos
  • Taça dos Campeões Europeus / Liga dos Campeões
  • Taça Ibérica

Em todos os anos entre 1980 e 1985 o Benfica ganhou 2 troféus em simultâneo e entre 2009 e 2012 conquistou sempre a taça da liga.

Sobre os valores de variação do PIB, o A.Sousa já nos explicou como estes podem ser calculados ao gosto do freguês, razão pela qual optei por apresentar o primeiro que encontrasse no Pordata. O resultado do cruzamento entre a existência de vitórias do Benfica e a variação do PIB é que o gráfico ilustra.

Para validar a teoria de que o Benfica daria um bom catalizador do nosso sucesso o que teríamos de encontrar era uma relação constante entre a variação positiva ou negativa do PIB e as vitórias do clube do nosso coração.

O que o gráfico parece mostrar é outra coisa. Pintámos a vermelho, a cor da nossa alma, as variações do PIB dos anos em que o Benfica conquistou 1 ou mais troféus e a cinzento as que o Benfica, para nossa angústia e sofrimento, não conquistou quaisquer troféus.

Embora não seja observável pela análise visual do gráfico, nem no mesmo ano, nem no ano seguinte, uma variação positiva coincidente com as competições ganhas do Benfica, o que vamos encontrar é uma relação entre os maus resultados do Benfica e as variações mais fracas, ou mesmo negativas, do PIB nos anos em que o Benfica não conquistou quaisquer troféus.

A critica a esta observação poderá dizer que não será este o único fator que provoca a variação do PIB. Para esta critica a minha resposta é um lacónico “Sim”, mas o que é que isso interessa agora?