You are currently browsing the Poupar Melhor posts tagged: Economia


97º ardil: o dos lemmings que não se suicidam e do Benfica que não melhora a economia

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana ouvimos os mitos da nossa juventude a ser desfeitos com a revelação de que afinal os lemmings não se suicidam e que os troféus do Benfica não melhoram a economia.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

Play

O trabalho extraordinário reduz o valor do nosso produto de trabalho


O trabalho extraordinário é ou não fator de redução de produtividade? É ou não um fator do aumento de defeitos resultantes do nosso trabalho e da redução da nossa eficiência pessoal. Uns vão argumentar que não há valores quantitativos que permitam provar que exista um impacto direto nos trabalhadores e outros que isso reduz a capacidade de resposta do trabalhador logo nos dias a seguir.

Primeiro os conceitos a ter em conta, segundo a Wikipedia:

  • A produtividade é basicamente definida como a relação entre a produção e os factores de produção utilizados. A produção é definida como os bens produzidos(quantidade de produtos produzidos). Os factores de produção são definidos como sejam pessoas, máquinas, materiais e outros. Quanto maior for a relação entre a quantidade produzida por factores utilizados maior é a produtividade.
  • Eficiência ou rendimento refere-se à relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados.
  • A eficácia mede a relação entre os resultados obtidos e os objetivos pretendidos, ou seja, ser eficaz é conseguir atingir um dado objectivo.

Neste video que estava destacado no Lifehacker o tema é apresentado em tom de brincadeira em modelo Ted Talk. O tom ajuda a manter o ambiente leve, mas se estiverem com atenção aos slides e seguirem o link que lá aparece podem ler o estudo que avaliou quantitativamente os impactos do trabalho extraordinário na construção civil. O estudo apresenta a conclusão retirada da análise ao resultado da recolha de dados durante 121 semanas de trabalho em vários projetos de construção.

A conclusão aponta para percas de eficiência com valores entre os 10% e os 15% para cada trabalhador que participou em horários de trabalho entre as 50 e 60 horas semanais. Estas conclusões foram consideradas válidas para projetos de construção em que a gestão determinou pelo aumento de horas para acelerar os resultados do projeto. Os efeitos desta decisão não são visiveis geralmente na primeira e segunda semana, mas posteriomente os resultados por trabalhador começam a variar com maior frequência sem que se possa apontar para outras variáveis como sendo causadoras dessa perda de produtividade.

A apresentação aponta também para uma questão económica a que chamaram a Lei dos rendimentos decrescentes. Isto não é nenhuma novidade para quem lida com os problemas da economia, mas aparentemente é ignorado por alguns agentes económicos, apontando-se outras razões como consequências dos problemas com a eficiência no local de trabalho.

A Lei dos Rendimentos Decrescentes é uma teoria que expressa a relação econômica da utilização de unidades adicionais de trabalho. Também conhecida por lei das proporções variáveis ou lei da produtividade marginal decrescente, esta lei afirma que, em todo processo produtivo, se a quantidade de um insumo for aumentada e a quantidade dos outros insumos permanecer constante, a produção total por insumo irá cair. Isso não quer dizer, entretanto, que a produção total vai cair.

A questão de chamarem “lei” a uma consequência fica para outra ocasião, mas a realidade é que o que se pretende explicar é a consequência de aumentar uma variável do trabalho. Se esta alteração não for acompanhada por outra variável como a técnica, então os resultados irão decrescer.

Pessoalmente defendo a cadência e previsibilidade dos horários de trabalho. Faço-o porque acredito que o meu corpo responde melhor aos horários de refeição e de sono estáveis, mas também porque gosto daquilo que faço depois do trabalho. O nosso dia só tem 24 horas e temos de os valorizar ao máximo. Trabalhar mais, dormir menos, comer fora de horas e puxar por nós ao máximo pode trazer-nos resultados espetaculares no imediato, mas como compensaremos os erros e defeitos que vamos provocar quando começarmos a fazê-lo por sistema?

93º argumento: o de não termos filhos por não termos tempo e do fim do suporte ao Windows XP

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana falámos de um argumento que aparecia no Expresso a dizer que tínhamos menos filhos por causa dos horários que fazíamos. Terminámos a falar sobre o fim do suporte ao Windows XP e como isso não significa que tenham de ir a correr comprar um sistema operativo novo.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

Play

92º frango: o das experiências com o ODB-II no carro do A.Sousa e dos indicadores de prosperidade financeira

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana falámos das experiências do A.Sousa com o OBD-II no carro dele e de como é preciso atenção na leitura de valores sobre prosperidade económica. Aproveitámos para ligar os 4 frangos e 4 pessoas à questão de um país estar melhor, mas os seus cidadãos não.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

Play

Martelar as estatísticas

O PIB não sobe tanto quanto queremos? Já não basta a prostituição e o comércio de drogas contarem para o cálculo do PIB?

Se não sobe, arranja-se forma de subir! Foi assim que os Estados Unidos fizeram nos últimos anos. Não admira que digam que a Economia dos Estados Unidos está a subir…

Por cá, vai ser a mesma coisa! Por cá, entenda-se Europa. E ao contrário do que possam estar a pensar, a ideia não vai beneficiar aqueles países aldrabões contabilísticos do Sul da Europa, mas o contrário! É que há quem vá ver o seu PIB subir cerca de 5%, enquanto o nosso vai subir “apenas” 2%

Dilbert martelando estatísticas

Dilbert martelando números

Mais dívida é bom?

Mais dívida é bom?

Mais dívida é bom?

Num dia em que Portugal vai pedir mais dinheiro emprestado, vale a pena meditar sobre o significado de termos mais dívida.

A semana passada, o Estado Português foi aos Mercados pedir emprestado mais 3.25 mil milhões de euros. “Correu muito bem“, nas palavras da Ministra das Finanças, e foi “muito bem conseguida“, nas palavras do Primeiro Ministro. O problema do que aconteceu na semana passada, e que se repete hoje, é que a dívida de Portugal se tornou ainda maior, e para mim isso é tudo menos uma boa notícia!

E não é uma boa notícia porque o Estado pagou a semana passada uma taxa a cinco anos de 4.657%. Não é preciso perceber muito de Economia para saber que estas taxas são incomportáveis! Há quase um ano, Portugal havia feito uma outra emissão a cinco anos com uma taxa de juro de 4.891%, o que significa que a esta velocidade, a taxa vai demorar muito a descer. Isto porque nunca se sabe quando será a próxima irrevogabilidade…

A coisa é má quando se compara com países como a Irlanda e Espanha, que também emitiram dívida na semana passada. A Espanha colocou a cinco anos praticamente a mesma quantidade que nós, mas só pagaram 2.382%! A Irlanda, essa conseguiu uma taxa de 3.54%, mas a dez anos.

E correu mal também porque ainda há dois meses se teorizava sobre a taxa dos 4.5%. E a referência que o Ministro dos Negócios Estrangeiros fazia era à da taxa de juro das Obrigações a 10 anos, que sabemos está ainda muito acima desse valor. E a associação feita foi a um segundo resgate, não a um programa cautelar, quanto menos a uma saída limpa, cujo conceito só se conheceu quando a Irlanda anunciou a dita dias depois.

Não é só o Governo que fica mal na fotografia. Alguma Esquerda, que defendia que a Troika cobrava juros usurários, mas que depois soube que até era uma taxa inferior à taxa implícita de toda a dívida portuguesa, devia agora admitir o erro. Se a troika empresta a um valor muito inferior ao de Mercado, eu pessoalmente acho que se devia manter o relacionamento com os nossos amigos da Troika…

O principal partido da oposição também não gostou de mais este regresso aos Mercados. Na verdade, o líder do PS agora anseia por uma saída limpa à Irlandesa, quando há quase exactamente seis meses defendia o resgate como inevitável, e há apenas dois meses assumia as suas responsabilidades perante um programa cautelar. Há quem viva em contra-ciclo, como há menos de quatro meses, em que Portugal pagou quase 6 mil milhões de euros aos credores, e o líder do principal partido da oposição o considerou um “dia negro”?

Para mim, este conjunto de políticos não serviriam sequer para gerir a minha casa! Só ficam felizes quando nos endividam mais a todos nós! Poupar é um termo que não é levado a sério. Cortar nas despesas é algo que a grande maioria dos Portugueses nem sequer percebe, e eles não nos querem explicar, porque não é suposto ver-se os gráficos onde Portugal gasta o seu dinheiro. O que o Estado sabe fazer melhor é aumentar as suas receitas para tentar pagar uma dívida cada vez maior, e que cresceu a semana passada mais 3.25 mil milhões de euros…

O pior é quando olhamos para o que os estrangeiros dizem de nós. As agências de ratings são vistas como inimigas, mas quando olho para as suas análises, não percebo as críticas. E análises aprofundadas de analistas exteriores dão uma visão realista do que nos está a acontecer, e quando olhamos para os documentos que produzem, embora enviesados por uma posição curta na dívida Portuguesa, não conseguimos apontar erros!