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89ª tática: a da aposta se o custo da eletricidade irá subir

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana fizemos uma aposta sobre o que iria acontece com o custo da eletricidade. E não se disse muito mais porque um som estranho na gravação não nos deixou. Só depois descobri ser o barulho da minha barba a raspar no microfone.

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Temperaturas e electricidade

Há um mês, li várias referências a que o mês de Janeiro passado havia sido o terceiro Janeiro mais quente desde 1931.

Fiquei perturbado com a notícia! Tenho experimentado o que para mim é um Inverno frio! Perguntei a muita gente como achavam que tinham sido as temperaturas de Janeiro? A resposta quase unânime foi a de que tinha sido um mês mais frio que o habitual. Só uma pessoa, o Álvaro, admitiu que tinha sido mais quente!

Ao explorar no outro dia o site do IPMA percebi o que se passava. As temperaturas máximas, isto é, aquelas que percepcionamos durante o dia, foram normais, ou até abaixo do normal, na zona de Lisboa. O que foi mais quente foram as temperaturas mínimas. As três imagens abaixo, retiradas daqui, da esquerda para a direita, evidenciam respectivamente as temperaturas mínimas, médias e máximas.

Mínimas Janeiro 2014

Mínimas Janeiro 2014

Média

Média Janeiro 2014

Máxima

Máximas Janeiro 2014

Mas o que tem tudo isto a ver com a poupança, dirão? É que na investigação que tenho vindo a efectuar dos preços muito elevados da electricidade em Portugal, tenho tropeçado várias vezes no factor temperatura. Basta ver por exemplo o que diz o relatório da REN do mês de Janeiro:

  • Em janeiro o consumo de energia elétrica manteve a tendência de crescimento, com uma variação homóloga positiva de 2.2%. As temperaturas relativamente elevadas não tiveram efeito significativo dado que há um ano se tinham também situado acima da média. Com correção dos efeitos de temperatura e dias úteis a evolução situa-se em +1.5%.
    Na ausência de períodos com temperaturas muito baixas, a potência máxima solicitada à rede situou-se em 8085 MW, cerca de 100 MW abaixo da verificada no mesmo mês do ano anterior..

Este tema continua confuso para mim. Mas vou investigar mais para perceber como é que os desvios das temperaturas são utilizados para categorizar os consumos de electricidade, e como depois a ERSE pega nisto tudo, e aumenta sempre o preço da electricidade!

Espião no contador de eletricidade

Rede para contadores inteligentes

Rede para contadores inteligentes

A Diretiva 2009/72/CE (eletricidade) e a Diretiva 2009/73/CE (gás natural) estabeleciam a obrigação dos Estados-Membros avaliarem a implementação de sistemas de contadores inteligentes de eletricidade e de gás natural. Em 2007 dizia-se que os Contadores inteligentes iam pesar até mais 3,1% na factura, mas não será só isso.

Este artigo do site Hack a Day – “Using SDR to Read Your Smart Meter” – aponta já para uma amostra do que aí pode vir com os novos contadores inteligentes. Na realidade podermos ter acesso aos dados dos nossos contadores de forma automática e através dos nossos computadores parece uma vantagem. O que nos preocupa é o uso indevido dos dados recolhidos pelos prestadores/operadores e os acréscimos aos custos que isso possa vir a ter indiretamente. No caso deste artigo a queixa é de que os equipamentos de acesso aos dados são caros e daí a tentativa de construirem eles próprios o aparelho.

Mas a possibilidade de intercetar e utilizar os dados do equipamento sem autorização levanta mais questões. Os equipamentos que nos colocam à disposição, e que irão permitir-nos melhorar o nosso comportamento de consumo ou obter um melhor serviço não são todos iguais. Alguns trazem um custo que ainda não sabemos muito bem qual será. Outros usam a informação sobre o nosso comportamento sem qualquer razão, como Espião na televisão e a Lanterna com GPS. Este não é um cenário que possa descartar-se. A possibilidade é real, e tudo o que é necessário é alguém com intenção de o fazer.

No caso do Reino Unido os contadores são instalados com a possibilidade de serem desligados remotamente para possibilitar à companhia o corte imediato da eletricidade e a passagem a modo pré-pago para os maus pagadores. Isto é uma alteração de monta sobre um bem hoje considerado de primeira necessidade. As minhas questões não se colocam apenas nos direitos e deveres de justiça, mas também na forma como os dados serão transportados e na utilização que será feita deles. Esta situação não é nova.

Teremos fornecedores mais informados sobre nós que nós mesmos sobre nós próprios, o que não é necessariamente bom.

88ª raspadinha: a dos prémios pagos no Euromilhões e do espião no contador elétrico

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana falamos de um gráfico que o A.Sousa fez com os prémios pagos no Euromilhões e estivemos também a falar do espião no contador elétrico e de como poderá vir a ser possível interferir com o contador remotamente.

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Lâmpadas economizadoras não duram nada

Lâmpada economizadora

Lâmpada economizadora

Esta semana, num espaço de dois dias, avariaram três lâmpadas economizadoras cá em casa, que haviam sido compradas e colocadas ao mesmo tempo! O que contraria completamente as especificações da sua duração, nomeadamente com os dados que havíamos revelado neste artigo. Na melhor das hipóteses, não duraram mais de 2000 horas, ao nível daquelas lâmpadas incandescentes antigas, que entretanto foram banidas… E o facto de terem avariado tão próximas umas das outras é igualmente muito suspeito!

Em conversa com um vizinho, também esta semana, ele queixou-se que também lhe avariou recentemente uma, mas que essa apenas durou cerca de 1000 horas. É que ele, ao contrário de nós, tomou mesmo nota de quando a comprou. Como estava na casa de banho, e sabe quanto tempo lá passa, pode calcular essa duração com bastante precisão!

Nem de propósito, fui recuperar uma notícia que tinha lido há uns tempos, sobre um estudo da Which?, que confirma a sensação que todos nós consumidores temos: que as lâmpadas não duram o prometido pelos fabricantes.

O estudo versou essencialmente as lâmpadas LED, tendo sido testadas 46 tipos de lâmpadas. Mais de 25% das lâmpadas não atingiram as 15000 horas, apesar de anúncios de duração de 25000 ou mais horas. Algumas nem sequer chegaram a atingir um mínimo de 6000 horas, segundo os novos regulamentos Europeus, que entram em vigor a 1 de Março.

Segundo a Which?, as lâmpadas que se portaram pior foram as do IKEA e Technical Consumer Products (TCP). Todas elas custam uma pequena fortuna, e se eu já estava relutante em comprá-las, agora acho que vou esperar mais um bom bocado…

E, os leitores, têm tido durações menores que as prometidas?

Subsídio às renováveis são como heroína!

E esta, hein?

E esta, hein?

Cada cavadela, cada minhoca! É o melhor resumo possível para quando tentamos perceber porque sobe tanto o preço da electricidade em Portugal. É coisa para nos deixar muito mal dispostos, mas é melhor que vivermos na ignorância…

Na sequência deste artigo do Expresso, segui um link de um comentário para este outro artigo do ano passado. Apesar de ser da Rádio Renascença, a minha primeira reacção foi confirmar o teor da notícia. E tudo o que vi confirma as personagens, as instituições, e há referências também em termos internacionais. O primeiro parágrafo da notícia resume a coisa de uma forma muito forte:

  • Os subsídios às renováveis já não servem a ninguém. Os fornecedores estão contra, os Estados-membros estão a perder dinheiro, os contribuintes estão a pagar mais pela energia e Bruxelas está farta de um sistema sem regras nem limites.

Quem não poupa nas palavras é Hans ten Berge, secretário-geral da Associação Europeia da Indústria da Electricidade, que diz primeiro que os subsídios às renováveis são como uma droga, que toda a indústria está dependente, que é como heroína, e que todos estão viciados!

Michael Suess, um administrador da Siemens, com uma forte presença no mercado da energia, refere que as “renováveis é um mercado altamente subsidiado”, sendo que não são seguidas as regras normais de mercado. E conclui que se nada mudar, uma coisa é certa, a factura vai continuar a aumentar e é sempre o mesmo a pagar!

Philip Lowe, o director-geral para a Energia da Comissão Europeia, defende uma correcção deste caminho, sobretudo em países como o nosso, que enfrentam políticas severas de austeridade: “Na energia solar voltaica e nas eólicas os preços baixaram de forma dramática, por isso os subsídios também podem descer

O presidente do grupo GDF Suez, Jean-François Cirelli, faz uma pergunta sensata: “Se podemos ter energia através de renováveis por 80 euros, porque vamos desenvolver energia por 300 euros?

Depois de ler esta notícia, e confirmar as fontes, não há dúvidas que vejo as renováveis de uma perspectiva ainda menos positiva! É que o Sol e o vento podem ser de borla, mas não somos nós consumidores que temos que estar a engordar as empresas de electricidade. E como já vimos que é claro que as eólicas são a maior parte deste problema, fica cada vez mais claro para mim que temos sido alvos de um logro gigantesco na última década…