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Electricidade tem baixado ou subido?

Há “narrativas” que verdadeiramente me incomodam. Há uma semana abordavamos a perspectiva intrigante de porque não baixava o preço da electricidade em Portugal. No mesmo dia, reparei que o Jornal de Negócios trazia uma “narrativa” verdadeiramente duvidosa, afirmando que o “Preço da electricidade doméstica em Portugal caiu 16% desde 2005”. Quando vi a referência a 2005, e o enquadramento político da semana, percebi logo o propósito do artigo.

Como consumidor, há coisas que são fáceis de perceber. E se há coisa que não tem parado de subir há muitos anos, é o custo da energia. E não é sequer difícil desmontar mais esta narrativa. Basta ir ao site da ERSE, a entidade reguladora do sector, e perceber como tem sido a evolução do preço da energia ao longo dos últimos anos. Note-se que o preço pago pelos consumidores domésticos é o que no gráfico aparece na legenda como BTN:

Custos Electricidade Portugal 1990-2012 - Preços Correntes

Custos Electricidade Portugal 1990-2012 – Preços Correntes

Alguém consegue perceber onde está a descida de 16% desde 2005??? Ainda se poderia invocar uma comparação a preços constantes. Na ERSE também se percebe que nesta forma de cálculo, é justamente a partir de 2005 que se dá uma inflexão, justamente no sentido contrário ao “narrado” pelo Jornal de Negócios:

Custos Electricidade Portugal 1990-2012 - Preços Correntes

Custos Electricidade Portugal 1990-2012 – Preços Constantes

Felizmente, quando a poupança é baseada em números, é fácil perceber como as “narrativas” estão engatadas. E, por favor, não façam de nós parvos… Sobretudo daqueles que têm consciência de quanto temos pago ao longo dos anos!

48º aumento: o da subida da eletricidade que é noticiada como descida e da busca por uma solução para substituir o Google Reader

Podcast do Poupar Melhor

Nesta edição falamos da subida da eletricidade que é noticiada como descida no Jornal de Negócios e de como podiam ter ido buscar os gráficos que o demonstram ao site da ERSE. Talvez assim fique explicado o desapontamento de Selassie com os preços.

Falamos também da busca por uma solução para substituir o Google Reader e de como o A.Sousa vai esperar que eu me decida como o vou substituir antes de se decidir por uma solução para ele.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes.

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Baixa no preço da electricidade?

Isto é confuso...

Isto é confuso…

Este seria um título apropriado para uma brincadeira de primeiro de Abril, daqui a uma semana. Mas foi notícia aqui ao lado em Espanha na semana passada! Daqui a uma semana, o preço da electricidade vai baixar 6.5% para nuestros hermanos…

Por cá, já havíamos relatado que a ERSE não havia mexido no fator de agravamento. E neste artigo da passada semana havíamos referenciado como a meteorologia deste ano tem beneficiado a produção de energia eléctrica em Portugal.

A dúvida que se levanta é se não haveria condições para fazer o mesmo em Portugal? O próprio chefe da missão do FMI, Abebe Selassie, “considera muito desapontante o facto dos preços da eletricidade e das telecomunicações não terem descido e que esta questão é importante para garantir que os sacrifícios são repartidos de forma justa“. Então, porque não desce?

Novo contador, menos consumo

Ao longo dos últimos meses temos relatado a saga da Liliana A. com os seus consumos de electricidade. A experiência dela não parece ser a da grande maioria de nós, mas podia acontecer a qualquer um!

Neste artigo, havíamos observado a evolução do consumo da Liliana A. desde 2004, bem como do bi-horário desde 2006. Subsequentemente, havíamos observado como a tendência de consumo se havia reduzido para cerca de metade, com a instalção de um novo contador por parte da EDP.

Passados mais de três meses, já é possível construir um novo gráfico, onde se observa o consumo antes e depois da mudança do contador:

Consumo da Liliana A. antes e depois da mudança de contador

Consumo da Liliana A. antes e depois da mudança de contador

Os pontos a vermelho e a azul são as medições com o contador antigo, para os períodos de fora de vazio e vazio, respectivamente. As linhas e fórmulas da mesma cor dão os valores para a regressão linear desses pontos, sendo os mesmos que referimos neste artigo. No mesmo gráfico, os pontos a laranja e a verde são para as medições com o novo contador, para os períodos de fora de vazio e vazio, respectivamente. Os valores de regressão linear para os consumos mais recentes estão nas mesmas cores.

Da análise dos valores, conclui-se que, em horário fora de vazio, o consumo marcado pelo actual contador da Liliana A. é menos de metade do contador anterior. Em horário de vazio, o consumo agora é apenas ligeiramente superior a metade do anterior. O que surpreende nos gráficos é a sua linearidade, o que indicia padrões de consumo regulares.

Ora, se essa linearidade existe, e se há uma inflexão clara aquando da mudança do contador, então é porque essa será a explicação para as diferenças de consumo medidas. E por este gráfico se vê que, ao ritmo de consumo actual, à Liliana A. foram cobrados qualquer coisa como pouco mais de 10000 kWh a mais em horário de vazio, e cerca de 16000 kWh a mais em horário fora de vazio, desde 2006. Ao preço a que tem estado a electricidade, convenhamos que é uma pequena fortuna!

Instalação de paineis fotovoltaicos

Photovoltaic Geographical Information System - Interactive Maps

Photovoltaic Geographical Information System – Interactive Maps

As conversas habituais do fim do mundo sem petróleo já vêm desde dos anos 70. Isso leva-me sempre a pensar nas coisas fantásticas que poderia fazer se dominasse o poder do Sol. Nem que fosse, alimentar as consolas e telemóveis recarregáveis cá de casa seria já um tento de honra se conseguisse. Mesmo que a poupança fosse quase nula, a aprendizagem poderia dar frutos mais tarde.

Nas contas a fazer terão de somar o custo total dos equipamentos a instalar e subtraí-lo do ganho esperado durante o seu tempo de vida. Se o valor for maior que zero, não justifica o investimento.

As contas envolvem muitas variáveis, como seja a informação de radiação solar disponível numa certa zona para a colheita e produção de energia. As contas a fazer passam por saber coisas como:

  • Colocação geo-referenciada dos painéis;
  • A inclinação ao trajeto do sol;
  • A radiação disponível; e
  • As perdas previstas do sistema a instalar.

O site do Joint Research Center da Comissão Europeia oferece uma calculador para nos ajudar nisto. O resultado são varias tabelas repletas de dados para outros cálculos, necessários fazer se estão a pensar na colocação de painéis fotovoltaicos.

Numa conta por alto com a ajuda do amigo Sergiu S., tendo em conta uma exposição média dos painéis ao Sol, num investimento de cerca de €650,00 pode permitir obter um ganho mensal de €10,00 para um tempo de vida estimado em 30 anos. Isto dava um painel de 240 W com menos de 2 m2. O amigo Sergiu S. deixa uma nota na explicação que me deu: como o inversor custa cerca de €300,00 e a saída dos painéis pode ser 12V, se quiserem isto para alimentar uma solução para consumo imediato com a mesma tensão, não precisam desta peça.

As contas feitas assim até parecem coisa simples, mas a coisa não é tão simples como isso. O site do Peakoil.com tem um conjunto de fórmulas aplicáveis e a experiência portuguesa está documentada no texto One Year of Solar Power, publicado por  Luis de Sousa.

Fidelização no Mercado Liberalizado da electricidade

Que caminho seguir?

Que caminho seguir?

Já havíamos referido no podcast 45 o importante pormenor da fidelização, no contexto da liberalização do mercado da electricidade. No presente momento, todas as ofertas no mercado liberalizado, conforme podem observar no documento da ERSE que apontamos neste artigo, têm uma “duraçao do contrato” de 12 meses. Ou seja, quando o consumidor muda para o mercado liberalizado, fica agarrado a esse tarifário, por um ano!

Este é um pormenor particularmente importante para todos aqueles que ainda não mudaram, mas pensam fazê-lo nos tempos mais próximos. Por um lado, ao não mudar, estamos a levar com uma multa” mensal, que a ERSE decidiu não aumentar este trimestre. Mas, por outro, ao mudar, estamos a potencialmente não aproveitar futuras ofertas, que apareçam nomeadamente no contexto do leilão da DECO

Que caminho devemos seguir? Em primeiro lugar, a ERSE faz bem em manter intacto o “fator de agravamento”. Assim, pressiona os comercializadores a apresentarem uma melhor proposta no leilão. Entretanto, para nós consumidores, o melhor é continuar quieto. É o que eu estou a fazer. O meu desejo é que, directa ou indirectamente, o leilão da DECO venha a resultar numa baixa de preços. Se eles conseguirem um contrato sem fidelização, como anunciam, ainda melhor! Até lá, quem mudar já sabe que nos próximos 12 meses ficará agarrado…