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Consumo de bloco de tomadas

Bloco de tomadas sem nada ligado, mas a consumir!

Quando há uns dias comprei um bloco de tomadas no Lidl, que nós sugerimos aqui no Poupar Melhor, estava longe de imaginar o que se seguiria. Para mim, um bloco de tomadas é algo que não consome nada, e todas as minhas experiências de medida anteriores tinham-me dito que o consumo daqueles blocos de tomada que têm um interruptor com uma luzinha, tinham um consumo concerteza insignificante, e que eu era incapaz de medir.

Foi por isso com muita surpresa que constatei que o bloco de tomadas que eu testei tinha um consumo entre os 8 e 9 W! Consumia tanto o bloco de tomadas como o consumo em stand-by dos aparelhos lá ligados! Fiz umas contas rápidas, mas a conclusão foi a que então relatei: fui a correr devolvê-las!

Entretanto, munido do mesmo aparelho de medida, fui investigar qual era o consumo dos outros blocos de tomada que possuo em casa. A que tenho na sala, que já viram aqui, consome  0.128 W, enquanto uma existente num dos quartos, visível atrás, consome 0.123 W. A mais comilona é a terceira, também na sala, e que gasta 0.172 W. Estes consumos não existem quando estão desligadas, sendo que também o mesmo acontecia com o bloco de tomadas que comprei no Lidl, pelo que tê-las desligadas é mesmo a garantia de que não estamos a consumir electricidade.

Relativamente aos blocos de tomadas que tenho, se estivessem ligadas o ano inteiro, as duas mais económicas consumiriam cerca de 1.1 KWh, o que ao preço de 0.1393€ + IVA, por KWh, daria um valor anual de quase 19 cêntimos (1.1 x 0.1393€ x 1.23). A terceira da sala consome anualmente cerca de 25.82 cêntimos. Agora comparem com os blocos que devolvi, e que custariam cada um, ligados um ano inteiro, 12.01 euros, um valor superior ao seu custo!

Consumo mais detalhado de uma máquina de lavar roupa

Há quase um ano atrás, havíamos observado o consumo da máquina de lavar roupa, o que voltamos a fazer no início do Verão, com maior detalhe. Em qualquer um dos casos, a monitorização do consumo fazia-se na óptica do consumo total da casa, descontando o consumo de electricidade de base. Tal ocorreu não só pela disponibilidade do equipamento de monitorização, mas muito também pelo facto da nossa máquina de lavar roupa ser encastrada, dificultando o acesso à tomada. E como todas as máquinas de lavar roupa são muito pesadas, só movimentá-la foi uma aventura.

O gráfico abaixo representa os consumos de electricidade no mesmo programa de 55 minutos, com que habitualmente lavamos a roupa em casa. É uma máquina de 7 quilos, com centrifugação a 1200 rpm, e neste caso com uma temperatura de lavagem de 0ºC sem aquecimento da água. Neste artigo abordaremos o consumo de um ponto de vista mais geral, sendo que em três artigos posteriores constataremos algum detalhe, que não é visível neste gráfico.

Numa fase inicial da lavagem, e considerando que não há aquecimento de água, o grande consumo de energia está associado à necessidade de rodar o tambor da roupa. Tal corresponde no primeiro terço do gráfico à alternância entre valores mais elevados, e muito baixos, quando o tambor não está a rodar. A partir desse terço inicial, verificam-se momentos de consumo mais sustentado, correspondentes à fase de centrifugação. Cada uma destas fases será analisada em maior detalhe em próximos artigos.

O consumo total da lavagem de roupa foi de 285 Wh. Ao preço de 0.1393€ + IVA, por KWh, uma lavagem de roupa ficou assim por 0.285 x 0.1393 x 1.23 = 0.0488 €, ou seja menos de 5 cêntimos. O que convenhamos que, para lavar uns 7 quilos de roupa, não é muito caro…

Consumo de máquina lavar roupa

Usar um multímetro para medir o consumo dos equipamentos

DIGITAL CLAMP MULTIMETER WITH DATA-HOLD FUNCTION AND BACKLIGHT

DIGITAL CLAMP MULTIMETER WITH DATA-HOLD FUNCTION AND BACKLIGHT

O amigo Paulo ɐlǝʇuınb do Twitter ficou a saber que o A.Sousa estava a usar um multímetro para medir o consumo dos equipamentos e ficou curioso em saber como era feito. Eu também não me lembrava das aulas de Fisico-química do liceu, mas aqui fica a explicação para todos:

  • O KWh é uma unidade de energia, enquanto um W é uma unidade de potência;
  • Num multímetro também é possível medir Amperes; e
  • A fórmula simplista dá-nos os Watts multiplicando Volts por Amperes:  W=V x A.

A medição usando o amperímetro é feita com o principio que a eletricidade é cobrada ao KWh.

Considerando uma tensão de 220 Volts, W = 220 x A. Para um equipamento que consuma 110 W (0.11 KW), se este estiver ligado durante uma hora, o consumo será de 0.11 KWh, mas se este estiver ligado apenas meia hora, o consumo será apenas de 0.055 KWh.

Assumindo que o equipamento consome sempre o mesmo, depois de multiplicar a potência que consome instantaneamente pelo tempo que estiver ligado obtemos o consumo. Se o consumo for variável (eg. http://www.pouparmelhor.com/praticas/quanto-custa-carregar-o-meu-telemovel/) teremos que calcular os períodos da variação.

33ª notícia: a da régua de tomadas, a do consumo da máquina de lavar roupa e do múltimetro para medir os consumos

Podcast do Poupar Melhor

Nesta edição falamos de um notícia bombástica: as régua de tomadas consomem energia e algumas delas até consomem quando estão desligadas.

Falamos também de como o consumo de energia da máquina de lavar roupa não é sempre o mesmo e do múltimetro pode ser usado para medir os consumos.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes.

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Quanta electricidade gasta uma Nespresso?

Por causa das dúvidas de uma nossa leitora, verifiquei que ainda não tinha verificado o consumo de electricidade da Nespresso cá de casa. Num dos últimos cafés, liguei o aparelho de medição à máquina, deixei-a aquecer, tirei o café, e deixei-a uns minutos ligados, só para perceber se ela continuaria a consumir electricidade. O gráfico resultante é o seguinte:

Consumo electricidade de uma Nespresso

O primeiro aspecto que salta à vista é o de que depois de tirar o café, a máquina continua a consumir energia de forma substancial. Os picos observados depois de tirado o café duram menos de um segundo, mas superam os 1100W, o que pode colocar problemas quando temos limitações de potência. Fora desses picos, a nossa máquina de café consome entre os 7 e 8 Wh.

O aspecto mais importante do consumo de uma Nespresso é, portanto, deixá-la ligada quando não a utilizamos! Contando o consumo entre as 09:55, 45 segundos depois de tirado o café, e as 10:15, antes de desligada a máquina de café, ela consumiu 7.56 Wh, o que extrapolando este consumo de forma linear para um período de um mês poderá dar qualquer coisa como 0.00756 x 3 x 24 x 30 = 16.3 KWh por mês! Ao preço de 0.1393€ + IVA, por KWh, uma máquina Nespresso pode custar-lhe 2.79 € por mês em electricidade.

Mas, e quanto custou tirar o café? O período inicial de aquecimento da máquina gastou 8.01 Wh de electricidade, enquanto a tiragem do café propriamente dita gastou 4.55 Wh. Assim sendo, o aquecimento inicial custou cerca de 0.14 cêntimos de euro, enquanto a tiragem de cafe custou 0.08 cêntimos de euro. Ou seja, se a máquina se comportar de forma linear, poder-se-á tirar 10 cafés por menos de um cêntimo de euro!

Sendo assim, continua a ser perfeitamente válida a ideia de que o café que tomamos em casa fica bem mais económico que o tomado na rua. Não deixe é a máquina ligada depois disso!

A verdadeira eficiência de um frigorífico?

Etiqueta de consumo de frigorífico

O nosso leitor J. Aparício colocou-nos há umas semanas uma situação interessante: havia comprado um frigorífico novo, A++, o qual segundo a etiqueta à esquerda teria um consumo anual de 226 KWh. O problema foi quando ele começou a monitorizar os consumos e descobriu que ele não gastava menos de 0.792 KWh por dia!

A primeira resposta que me ocorreu é que o consumo dos frigoríficos deve ser como a dos automóveis: o que os fabricantes nos dizem sobre o consumo é sempre uma miragem… Mas como não conhecia as condições em que os testes aos frigoríficos eram efectuadas, resolvi investigar um pouco.

Os procedimentos de testes aos frigoríficos são diversificados a nível global. Na Europa, a norma que regula estes testes é a ISO 15502. Ela especifica uma temperatura ambiental de 25ºC, com uma humidade relativa entre os 45% e 75%. O teste dura pelo menos 24 horas, sendo que o espaço do congelador tem que estar cheio, mas o do frigorífico não. Durante o decorrer dos testes, as portas são conservadas fechadas.

Estes testes não simulam todavia as reais condições em que utilizamos os frigoríficos. A temperatura a que são testados é superior à que habitualmente temos em nossas casas. Um frigorífico sem nada dentro tem um consumo menor. E um frigorífico em que não se abrem as portas, consome obviamente ainda menos! Enfim, nestas circunstâncias de não ter nada dentro, nem se abrirem as portas, temos um frigorífico que não serve para nada!

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, a coisa ainda é pior. Eles testam os frigoríficos a uma temperatura ambiente de 90ºF (equivalente a 32.2ºC). Não colocam nada, nem no frigorífico, nem no congelador, e as portas mantêm-se fechadas! Não admira que sejam pessoas ligadas aos próprios fabricantes a dizer que os testes estão engatados. E neste artigo em particular, o autor avança mesmo com várias “ideias” sobre como conseguir fazer batota para os testes.

Assim sendo, se pensar comprar um frigorífico novo, dê um bom desconto nos valores que o fabricante anuncia. Segundo as contas que o nosso leitor J. Aparício fez, 10% a 20% a mais de consumo é capaz de ser um bom factor correctivo.