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Frigorífico cheio ou vazio?

Frigorífico aberto e vazio

É uma dúvida que me assola há muito tempo! Será que o frigorífico consome mais cheio ou vazio? Há várias aproximações ao problema, mas na maior parte das análises que é possível recolher na Internet, a ideia é a de que um frigorífico cheio consome menos. Para os mais fundamentalistas com conhecimentos de termodinâmica, tal parece ser um conclusão claramente errada!

Em primeiro lugar, há que dizer que um frigorífico vazio de pouco serve. Para os que defendem que o frigorífico deve estar cheio, a principal argumentação é a de que a abertura das portas provoca a saída do ar frio e entrada de ar quente. Subsequentemente, o frigorífico tem que se esforçar para arrefecer esse ar quente que entrou. Para os defensores deste argumento, o ideal é mesmo encher os espaços vazios do frigorífico com recipientes de água, que ajudarão a manter o frigorífico mais frio, com menos consumo de energia.

Há que dizer que a abertura das portas naturalmente deve ser o mais breve possível, pois a entrada de ar quente realmente obriga a maior consumo de energia, ao mesmo tempo que causa maiores variações de temperatura, como evidenciamos anteriormente. A ideia de ter recipientes, como tupperwares, a acondicionar os alimentos parece-me igualmente uma boa ideia.

Todavia, a ideia de estar a colocar no frigorífico  volumes, como por exemplo água, só para poupar energia, parece-me errada. Como já vimos nos vários gráficos que elaboramos nas etiquetas sobre frigoríficos, a variação de temperatura dentro de um frigorífico é substancial. Se o volume for elevado, ele contribuirá para ciclos mais alargados de aquecimento e arrefecimento, mas o tempo de arrefecimento será necessariamente maior. E o problema parece estar em arrefecer primeiro essa água…

Para fazer essas contas precisamos de conhecer o conceito de capacidade térmica, grandeza física que determina o calor que é necessário fornecer a um corpo para produzir neste uma determinada variação de temperatura. Segundo a página em inglês do mesmo conceito, a capacidade térmica de água líquida, à temperatura ambiente, é de cerca de 4 joule por grama por grau Kelvin (Celsius). Tal significa que se colocar 10 litros de água no frigorífico à temperatura de 15 graus Celsius (a temperatura da água costuma ser inferior à ambiente), e se o frigorífico arrefecer essa água, vai consumir no processo pelo menos 4x10x1000x(15-5)= 400kJ de energia para a arrefecer.

Agora vejamos as necessidades de energia para arrefecer o ar quente que entre no frigorífico. Façamos as contas para um frigorífico de 200 litros, valor típico num combinado. Considerando a densidade do ar, esses 200 litros de ar pesam cerca de 0,25 kg. Segundo a página acima referenciada, a capacidade térmica do ar, à temperatura ambiente, é de cerca de 1 joule por grama por grau Kelvin (Celsius). Assim, arrefecer essa quantidade de ar, da temperatura de 25ºC para 5ºC, despende 1×0,25x1000x(25-5)= 5kJ. Recordemos que, mesmo assim, este valor é um exagero, pois nem de perto todos os 200 litros de ar seriam substituídos na abertura do frigorífico.

Resumindo, só para arrefecer esses 10 litros de água gastamos o equivalente a 80 aberturas do frigorífico. Mas como afirmamos anteriormente, mesmo sem abertura de portas, a temperatura do frigorífico vai subindo. Por cada vez que for necessário arrefecer esses 10 litros de água apenas 1ºC, consome-se mais 4x10x1000x1= 40kJ, ou o equivalente a 8 aberturas de porta. Como isso ocorreria várias vezes por dia, está na minha opinião anulada a sugestão de colocar líquidos no frigorífico, com vista a diminuir o seu consumo eléctrico. O que não deixa dúvidas é que, quantas mais vezes o abrir, mais a sua conta vai subir!

Consumo da PS3

PS3

Não sou um gamer, e não gosto aliás muito de jogar jogos electrónicos. Mas a PS3 cá de casa serve para mais coisas, incluindo ver filmes e ouvir música. Ao tropeçar neste artigo da Ars Technica, que aborda o enorme consumo das consolas de jogo, lembrei-me que ainda não tinha analisado o comportamento da PS3.

O artigo da Ars Technica é baseado num estudo dum grupo de investigadores de Carnegie Mellon, do qual faz parte a investigadora portuguesa Inês Azevedo. Segundo o artigo, publicado no Energy Efficiency, estima-se que os 100 milhões de consumidores americanos com consolas de jogo tenham gasto 16 TWh de energia em 2010, o que equivale a cerca de 1% do consumo de electricidade das famílias americanas. Segundo o artigo, a primeira Playstation consumia apenas uns poucos watts, com a Playstation 2 a consumir inicialmente cerca de 79 W, enquanto o aparecimento da Playstation 3 trouxe um consumo inicial de 180 W. O estudo sugere ainda que se configure o “Desligar Automático do Sistema”, que no meu caso já estava activado, mas que na prática nunca é activado no nosso caso, dado que somos nós a desligá-lo.

Da análise inicial que fiz à PS3 cá de casa, os valores não parecem bater exactamente com os valores do estudo. A consola consome entre os 145 W e 170 W, quando se navega pelos menus, se coloca música ou vídeos. Mas imagino que com jogos complexos, com processamento mais complexo, o consumo possa aumentar. A que se soma naturalmente o consumo da televisão!

Lumens em vez de Watts

Watts vs. Lumens

Provavelmente, nos últimos tempos, os leitores ter-se-ão sentido, tal como eu, um pouco perdidos ao comprar lâmpadas. Durante muito tempo interiorizamos se as lâmpadas incandescentes mais adequadas para determinadas situações eram de 25, 40, 60 ou mesmo 100 Watts.

Na compra das novas lâmpadas, sejam as fluorescentes compactas, de led, ou outras, o que interessa agora é o o conceito de lumens. Na página do Wikipedia, a explicação do conceito de lumens é complexo. Ainda mais complexos são conceitos como o da eficácia de luminosidade, que nos dão conta do rácio entre a quantidade de luminosidade produzida e a quantidade de energia consumida.

Mas a complexidade destes conceitos não ajuda. Para facilitar a comparação com o sistema anterior, nesta página da Comissão Europeia encontramos a equivalância entre as lâmpadas incandescentes a que estavamos habituadas, e a medida da luminosidade, em lumens:

  • 25W ~ 220-230 lumens
  • 40W ~ 410-430 lumens
  • 60W ~ 700-750 lumens
  • 75W ~ 920-970 lumens
  • 100 W ~ 1300-1400 lumens

Embora o rácio não seja preciso, quando não tenho esta tabela presente, divido os lumens por 10, e tenho uma indicação parecida com o consumo das antigas lâmpadas incandescentes!

Consumo do forno

Todos temos a percepção de que o consumo do forno de uma cozinha é substancial. Num dos últimos cozinhados cá de casa, resolvi investigar qual era esse consumo, e como ele variava ao longo do cozinhado. Um aspecto que não é muito conhecido é que o consumo não é constante ao longo do tempo, porque os fornos modernos mantêm a temperatura com recurso a um termóstato. Quando a temperatura é atingida, o forno deixa de consumir energia, mas vai consumindo energia por determinados períodos de tempo, para manter a temperatura programada. É por isso que é muito importante manter a porta do forno fechada, pois abrindo-a, o forno tem que compensar a temperatura perdida.

Na experiência efectuada, determinei quais os consumos associados aos três tipos de aquecimento que o meu forno possui. O que consome menos é o que está associado à resistência inferior, seguido pelo da função grill, e finalmente pelo convencional. A resistência inferior só fornece calor a partir da parte inferior, mas o calor naturalmente sobe, sendo apropriado para aquecimento de pratos, ou levantamento de massas de pastelaria e afins. A função de grill é utilizada essencialmente para gratinar, permitindo o douramento da camada exterior sem afectar o interior do alimento. O convencional utiliza-se em bolos e outros cozinhados em que o calor recebido deve ser uniforme e se procure uma textura esponjosa.

Como se pode ver no vídeo abaixo, o tipo convencional é o que consome, naturalmente, a maior quantidade de energia. A função de grill não fica muito longe, mas surpreendente é o consumo da resistência inferior, metade da consumida pela função de grill. É claro que o mais importante é a selecção do tipo mais apropriado para o cozinhado, mas a variação nomeadamente da colocação dos alimentos, pode ser utilizada para cozinhar com menores consumos.

13ª conversa: a da bateria do telemovel, do consumo do forno e das campanhas de descontos

O Poupar Melhor já está no iTunes

Esta semana falámos de baterias de telemóveis que explodem, outras que se gastam num só dia e do consumo do forno elétrico.

Falamos das promoções com 50% e com 50%+25% e de como contas feitas, a primeira é mesmo a sério, e acabamos a falar de como as despesas de quem vende não são apenas as da compra do produto.

Agradecemos a quem nos ouve e que usa o iTunes que nos deixe o vosso comentário ao Podcast e nós vamos referir esses comentários em futuros episódios.

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Lâmpada de LEDs económica

Há uns dias atrás uma lâmpada flexível de LEDs chamou-me a atenção. Como precisava de uma, e como o preço era razoável, acabei por a comprar.

Antes verifiquei que o seu consumo seria baixo. Na verdade, são nove LEDs, cada um com um consumo anunciado de 0,05 W. Mas fiquei na dúvida quanto é que consumiria. Por isso, liguei-a ao equipamento de medida, e aproveitei a própria lâmpada para iluminar o equipamento. Depois tirei a foto abaixo, que revela que o consumo é tão baixo, que nem o equipamento de medida detecta o consumo. Não há grandes dúvidas que os LEDs serão o futuro da iluminação:

Lâmpada flexível de LEDs