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Olho nas eólicas

O programa Olhos nos Olhos na TVI24, com Medina Carreira, e normalmente Judite de Sousa, entrevista semanalmente pessoas com reconhecidas competências em diferentes áreas. Com o Medina Carreira já não apreendo nada de novo, e o que menos suporto nele é interromper o convidado…

A semana passada, desta vez com um surpreendido José Alberto Carvalho, o convidado foi o professor Clemente Pedro Nunes, do IST. A sua intervenção foi muito clara, com gráficos e explicações simples.

Já ouvira falar deste professor, mas não me lembrava donde. Foi necessário pesquisar nas minhas notas, para recuperar um artigo que um amigo me havia enviado há dois meses atrás. Era um artigo que havia saído no Expresso, de Mira Amaral, que referenciava o professor Clemente Nunes. Na altura li ainda uma apresentação que o Professor havia efectuado na Ordem dos Engenheiros. A apresentação é um bocado densa, mas tem um conjunto de indicadores importantes que nos explicam porque nos enterramos neste domínio…

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Artigo de Mira Amaral sobre o tema das eólicas, no Expresso, em Março

Mas o programa da TVI24 vai ainda mais além, explicando como temos vindo a ser enganados, em função de interesses que estão no terreno. Particularmente interessante é ouvir o Professor Clemente Nunes falar de tudo o que é necessário montar para que não falte electricidade quando não há vento… Fala também sobre a dívida tarifária (que eu conhecia pelo termo défice tarifário). E explica o que aconteceu em Espanha, e que referenciamos no artigo sobre os cortes na eólica em Espanha.

O Professor explica depois como nós consumidores temos que pagar isto, por lei! É um negócio da China, como comentava Medina Carreira no programa. E que Clemente Nunes dizia que tudo isto é capitalismo decretino (notem o trocadilho…), por ser resultante de decretos… Não percam o programa, para perceber como funciona este sector, que só agora se começa a escrutinar:

Cortes na eólica em Espanha

A semana passada reparei numa notícia que dava conta duma descida de lucros na EDP. Não tenho problema com os lucros da empresa, sobretudo quando obtidos noutros países. O que realmente me chamou a atenção foi o facto da empresa liderada por António Mexia ter tido os lucros pressionados, em grande medida, pelo impacto negativo da reforma energética em Espanha.

Antes de ter ido verificar o que se passou exactamente em Espanha, fui procurar uma resposta para a seguinte questão: quanto é que se paga em cada país pela energia eólica?

Nos resultados do primeiro trimestre de 2014 da EDP Renováveis, na página 13, é possível encontrar os valores de produção de electricidade, e os valores da venda dessa electricidade, justamente para o primeiro trimestre. Os resultados são surpreendentes:

País

Produção (GWh)

Vendas (€M)

€/MWh

Espanha

1750

98.5

56.29

Portugal

580

63.2

108.97

França

256

23.2

90.63

Bélgica

43

4.8

111.63

Polónia

267

25.9

97.00

Roménia

190

17.8

93.68

Itália

46

5.7

123.91

Em Portugal temos um preço que é dos mais elevados da Europa. Não admira que paguemos por isso da electricidade mais cara, atendendo a que uma percentagem significativa da electricidade produzida em Portugal é de origem eólica.

Mas muito mais significativo é que os espanhóis pagam pela mesma energia quase metade do que nós pagamos! Ou visto na perspectiva contrária, a EDP recebe em Portugal quase o dobro por Mwh daquilo que recebe em Espanha… Uma consulta rápida de sites em Espanha confirma o corte.

Por cá, ninguém toca nestes subsídios à EDP, e dos outros produtores. Os consumidores e as empresas, que paguem!

99ª celebração: a da garrafa de champanhe e das rendas alternativas

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana lembrámos que algumas celebrações fazem pouco sentido, mas ainda assim apresentaremos a forma correta e incorreta de abrir garrafas de champanhe. Dispensámo-nos de descrever os problemas de beber pelo gargálo depois de abrir uma garrafa de champanhe à macho.

Terminámos a falar de como a Espanha lidou com as rendas das energias alternativas podem ser um caso a estudar e de como os lucros da EDP tinham baixado por causa disso.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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Cortes de electricidade na Alemanha

Quando no outro dia vi a referência a esta notícia nos Media internacionais (tradução no Google), nem queria acreditar. Era uma história tipicamente que associaríamos aos países do sul da Europa, e não propriamente à Alemanha!

A notícia refere que a energia eléctrica é cortada a mais de 300 000 alemães todos os anos, e que esse número tem vindo a crescer! Quando procurei sobre Portugal, descobri que os nossos números não parecem muito diferentes em termos absolutos, mas em percentagem são necessariamente maiores. A notícia da n-tv refere ainda que a culpa é da energia renovável, que tem feito subir os preços na Alemanha…

A vertente dos preços já a havia detectado, e é verdade que a Alemanha tem dos preços mais elevados de electricidade da Europa em termos absolutos, e mesmo em termos da paridade de poder de compra, aspecto no qual lideramos, infelizmente. Lá, como cá, já há muitos a fazer contas à opção pelas renováveis. E lendo as análises, percebe-se que eles não têm grande saída… Tal como nós!

Mais ou menos energia eléctrica?

Já em diferentes ocasiões demos conta da diminuição do consumo de electricidade em Portugal, e da recente retoma. Depois de muitas campanhas de promoção da poupança de electricidade, parece-me natural que o consumo de electricidade até tenha baixado. Pelo menos nós temos feito a nossa parte…

No outro dia descobri que havia um Plano de Investimentos definido para a RNT (Rede Nacional de Transporte). Curioso para perceber um pouco melhor para onde vão os custos que pagamos na factura da electricidade, concentrei-me no documento principal, o PDIRT (Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte de Electricidade  2012-2017 (2022)). E os custos não são pequenos, pois o documento refere investimentos de 1.6 mil milhões de euros num prazo de cinco anos…

É um documento muito extenso, e para efeitos deste artigo, parei logo no primeiro gráfico do documento, na página 8. Dá-nos os cenários de evolução da procura de energia eléctrica em Portugal, até 2022. O documento é de Julho de 2011, portanto em plena crise. Fiquei curioso para saber se as previsões desse gráfico, e que parecem condicionar o resto do documento, estariam a bater certo com a realidade. Não pude obviamente deixar de pensar neste artigo.

Descobrir os verdadeiros dados de consumo dos últimos anos foi um pequeno pesadelo. Encontrei dados significativamente diferentes em vários sites. Acabei por descobri-los também na própria REN, nesta página, selecionando o mês de Dezembro e anotando o consumo acumulado para cada ano.

Depois, foi só sobrepor no gráfico original os dados reais de consumo dos anos anteriores, e dos já consumados desde então. O resultado é o gráfico abaixo, que fala por si:

Realidades vs. Previsões

Realidades vs. Previsões

91ª subida: o da subida do consumo de eletricidade e do falhanço na sincronização dos XBMC

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana tivemos mais um grande momento radiofónico no Podcast comigo e com o A.Sousa a apercebermo-nos que estávamos a falar de um gráfico que só nós os dois é que estávamos a ver. O gráfico diz respeito a mais um choque entre as previsões e a realidade, mas este vai sair-nos do bolso a todos… só mais esta vez.

Terminámos a falar numa experiência minha que está a falhar e que é tentar fazer com que os XBMC lá de casa integrem todos uns com os outros para me poupar trabalho.

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