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Impacto do frigorífico na temperatura da cozinha

Os termómetros que possuo estão sempre a registar temperaturas. Muitas vezes, os dados que retiro deles não tem interesse. Noutros casos, faz-nos pensar! Eles revelam situações que muitas vezes não equacionamos. No Inverno, o objectivo é manter o calorzinho dentro de casa, enquanto no Verão a ideia é manter o calor lá fora!

Há cerca de duas semanas deixei-os à janela da cozinha, aquando da previsão de dois dias particularmente quentes, observados a 31 de Maio e 1 de Junho. Posicionei os termómetros junto da janela da cozinha, um a cerca de 1.50m e outro a cerca de 2 metros. O resultado foi o que se observa abaixo, com a linha azul a corresponder ao termómetro a meio da janela, e o vermelho localizado junto do topo.

Temperaturas na Cozinha

As temperaturas registaram evoluções significativas, relacionadas com os períodos de maior calor, e também de maior frescura durante as madrugadas. Mas o que mais me surpreendeu foi a observação da evolução em “dente de serra”, que é mais visível na curva a vermelho, nos períodos de maior frescura. Essa evolução, característica do calor que havíamos observado na traseira do frigorífico, fez-me lembrar que no Verão o frigorífico aquece, de forma indesejada, a cozinha.

O problema é que mesmo com a janela aberta, as temperaturas no topo da cozinha não descem significativamente, como se comprova na evolução das duas curvas, nas últimas horas do gráfico. O que faz sentido, porque o calor do frigorífico quer subir, e o frio da madrugada entra pela janela, e quer descer. Esta estratificação térmica dentro da cozinha, de vários graus, é indesejável, pelo que será alvo de mais investigação. Os objectivos são vários, incluindo manter a cozinha fresca no Verão, minimizando assim também o consumo do frigorífico.

18ª refrigeração: a dos frigoríficos improvisados, das variações das vantagens das amortizações e da arrumação da arrecadação

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Esta semana falamos de mais conclusões sobre os frigoríficos na cozinha, as variações que provocam nas temperaturas e de como podemos improvisar frigoríficos com 2 vasos e areis.

Falamos das variações das vantagens das amortizações e de como andamos a trabalhar para termos mais informações sobre todas as opções possíveis, mas também como é muito importante analisar a situação com base no contrato e no que o banco vai fazer após a amortização.

Falamos também de técnicas de arrumação da arrecadação e de como podemos doar as coisas ou vende-las quando já não as usamos.

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Abertura da porta num frigorífico

No artigo sobre o frigorífico cheio ou vazio havíamos evidenciado a importância que a abertura de portas tinha no consumo desse electrodoméstico. Num estudo clássico, neste caso reflectindo uma realidade de França, descobriu-se que em apenas 19% dos casos se abre menos de 10 vezes por dia a porta do frigorífico, com 43% a abrirem entre 10 e 20 vezes, enquanto em 38% dos casos se abre a porta do frigorífico mais de 20 vezes por dia.

Num outro estudo científico, de Hasanuzzaman et al., documenta-se que a quantidade de vezes que se abre as portas do frigorífico tem um impacto grande no consumo de energia. Quando a porta está aberta, o ar ambiente mais quente entra no frigorífico, donde sai o ar mais frio. Segundo este estudo, quando a quantidade de vezes que se abre a porta aumenta de 12 para 48, verifica-se um aumento no consumo de 1,15kWh/8h para 2,19kWh/8h, quase o dobro! A evolução do consumo, como se pode ver no gráfico abaixo, é praticamente linear, com os autores do estudo a estimarem um consumo de 28 Wh por cada abertura de porta do frigorífico.

Consumo de energia com abertura portas

O mesmo estudo revela ainda o impacto da duração da abertura da porta de um frigorífico. Como será de esperar, uma maior duração na avertura das portas leva a um maior consumo de energia, pois a quantidade de ar quente que entra é naturalmente maior. Quando a abertura da porta aumenta de 10 para 30 segundos, o aumento de consumo é de 1,34kWh/8h para 1,66kWh/8h. O aumento é assim de cerca de 16Wh/8h por cada segundo de abertura da porta, embora como se possa ver na imagem seguinte, a evolução seja menos linear:

Consumo energia com duração abertura da porta

Resumindo, o impacto da abertura da porta do frigorífico é substancial. Por isso, antes de abrir o frigorífico, tenha em mente exactamente o que vai retirar ou colocar, minimizando assim o tempo de abertura. Ter o interior do frigorífico bem organizado é certamente um bom passo numa maior eficiência.

16º diálogo: o da cerveja, do frigorifico cheio e vazio e dos sacos de vácuo

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Esta semana tivemos uma gravação com as vozes ainda mais anasaladas por estarmos afetados por constipações e alergias.

Falámos de uma teoria relativa ao frigorífico estar cheio ou vazio e de como o ar quente que entra quando abrimos a porta deixa de o conseguir se estiver cheio.

Falámos também de como se deve normalizar os valores do que estamos a comparar para garantir que tomamos a decisão correta.

Ouvimos falar de sacos de vácuo para guardar a roupa de inverno e do perigo do vácuo para a propagação do butolismo.

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Frigorífico cheio ou vazio?

Frigorífico aberto e vazio

É uma dúvida que me assola há muito tempo! Será que o frigorífico consome mais cheio ou vazio? Há várias aproximações ao problema, mas na maior parte das análises que é possível recolher na Internet, a ideia é a de que um frigorífico cheio consome menos. Para os mais fundamentalistas com conhecimentos de termodinâmica, tal parece ser um conclusão claramente errada!

Em primeiro lugar, há que dizer que um frigorífico vazio de pouco serve. Para os que defendem que o frigorífico deve estar cheio, a principal argumentação é a de que a abertura das portas provoca a saída do ar frio e entrada de ar quente. Subsequentemente, o frigorífico tem que se esforçar para arrefecer esse ar quente que entrou. Para os defensores deste argumento, o ideal é mesmo encher os espaços vazios do frigorífico com recipientes de água, que ajudarão a manter o frigorífico mais frio, com menos consumo de energia.

Há que dizer que a abertura das portas naturalmente deve ser o mais breve possível, pois a entrada de ar quente realmente obriga a maior consumo de energia, ao mesmo tempo que causa maiores variações de temperatura, como evidenciamos anteriormente. A ideia de ter recipientes, como tupperwares, a acondicionar os alimentos parece-me igualmente uma boa ideia.

Todavia, a ideia de estar a colocar no frigorífico  volumes, como por exemplo água, só para poupar energia, parece-me errada. Como já vimos nos vários gráficos que elaboramos nas etiquetas sobre frigoríficos, a variação de temperatura dentro de um frigorífico é substancial. Se o volume for elevado, ele contribuirá para ciclos mais alargados de aquecimento e arrefecimento, mas o tempo de arrefecimento será necessariamente maior. E o problema parece estar em arrefecer primeiro essa água…

Para fazer essas contas precisamos de conhecer o conceito de capacidade térmica, grandeza física que determina o calor que é necessário fornecer a um corpo para produzir neste uma determinada variação de temperatura. Segundo a página em inglês do mesmo conceito, a capacidade térmica de água líquida, à temperatura ambiente, é de cerca de 4 joule por grama por grau Kelvin (Celsius). Tal significa que se colocar 10 litros de água no frigorífico à temperatura de 15 graus Celsius (a temperatura da água costuma ser inferior à ambiente), e se o frigorífico arrefecer essa água, vai consumir no processo pelo menos 4x10x1000x(15-5)= 400kJ de energia para a arrefecer.

Agora vejamos as necessidades de energia para arrefecer o ar quente que entre no frigorífico. Façamos as contas para um frigorífico de 200 litros, valor típico num combinado. Considerando a densidade do ar, esses 200 litros de ar pesam cerca de 0,25 kg. Segundo a página acima referenciada, a capacidade térmica do ar, à temperatura ambiente, é de cerca de 1 joule por grama por grau Kelvin (Celsius). Assim, arrefecer essa quantidade de ar, da temperatura de 25ºC para 5ºC, despende 1×0,25x1000x(25-5)= 5kJ. Recordemos que, mesmo assim, este valor é um exagero, pois nem de perto todos os 200 litros de ar seriam substituídos na abertura do frigorífico.

Resumindo, só para arrefecer esses 10 litros de água gastamos o equivalente a 80 aberturas do frigorífico. Mas como afirmamos anteriormente, mesmo sem abertura de portas, a temperatura do frigorífico vai subindo. Por cada vez que for necessário arrefecer esses 10 litros de água apenas 1ºC, consome-se mais 4x10x1000x1= 40kJ, ou o equivalente a 8 aberturas de porta. Como isso ocorreria várias vezes por dia, está na minha opinião anulada a sugestão de colocar líquidos no frigorífico, com vista a diminuir o seu consumo eléctrico. O que não deixa dúvidas é que, quantas mais vezes o abrir, mais a sua conta vai subir!

Descongelar carne

Num dos primeiros artigos do Poupar Melhor, falamos de como podemos preservar o frio, ao descongelar os alimentos dentro do frigorífico. Hoje vamos comparar com outras formas de descongelamento, e nas particularidades dessas várias formas.

Normalmente, o descongelamento dentro do frigorífico demora menos de 24 horas, mas volumes maiores ou com osso podem demorar mais tempo. É o processo mais lento, mas aquele que permite recuperar parte da energia consumida na congelação. Uma vez descongelada, a carne pode permanecer no frigorífico entre 3 a  5 dias antes de cozinhar. Durante este tempo poderá recongelar a carne, mas recorde-se que esse facto pode contribuir para um maior desenvolvimento de micro-organismos.

Descongelar com recurso a água deve ser feito sem remover o embrulho. Deve-se ter em atenção que o embrulho esteja hermeticamente fechado. Ao contrário do que se faz muitas vezes, a descongelação deve ser efectuada com água fria, mudando a água de 30 em 30 minutos. Normalmente a descongelação não demora mais de uma hora, mas volumes com dois quilos podem durar até 3 horas.

Se descongelar no microondas, deve preparar-se para cozinhar imediatamente, dado que parte da carne ficará inevitavelmente quente, e começará a ser cozinhada ainda no microondas. Se não for cozinhada de seguida, o desenvolvimento microbiano comecará imediatamente.

Nestes dois últimos casos, em nenhum caso deverá proceder ao recongelamento, antes de cozinhar os alimentos. Quando descongela com água, está a gastar água sem necessidade. Se descongelar no microondas, está a gastar energia desnecessariamente. Normalmente, é também seguro assar no forno ou grelhar um alimento congelado, embora possa demorar mais 50% do tempo normal, e possa  ter um sabor diferente do esperado. Todas estas hipóteses representam por isso um custo superior ao de descongelar no frigorífico, embora esta opção exiga mais planeamento…