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107ª partição: a do pit stop fora da autoestrada e da lei de Murphy contra o Zonhub

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana o A.Sousa vai falar de como perde 19 minutos, mas ganha no preço do gasóleo a abastecer fora da auto-estrada.

Terminámos a falar de como a lei de Murphy se uniu ao Zonhub para numa tempestade perfeita me roubarem o tempo de descanso e tudo o que tinha num disco de 500GB.

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Energia consumida para transmitir 1GB

No documento da IEA que referenciamos no artigo sobre o Potencial de poupança em standby, uma das secções que me chamou mais à atenção foi a da quantidade de energia necessária para transmitir 1 GB de dados na Internet.

Fui procurar imediatamente os dados subjacentes, relativos a um trabalho de Coroama, V.C. et al. Para minha grande surpresa, é um investigador do IST. No artigo intitulado “The Direct Energy Demand of Internet Data Flows“, Vlad Coroama et al., contabilizam a energia consumida num evento decorrido em 2009, em simultâneo em Davos na Suiça e Nagoya no Japão. Este evento foi escolhido porque se procurava evitar as emissões decorrentes do transporte aéreo, recorrendo à videoconferência entre os dois locais.

Os investigadores contabilizaram de seguida os consumos de energia decorrentes dessa videoconferência. A análise é muito interessante porque envolve o estudo do caminho seguido pela informação entre os dois países, visível na imagem abaixo. Os valores a que chegaram são particularmente interessantes: 0.1993 kWh por cada 1 GB transmitidos!

Sem surpresas, o consumo de energia através de videoconferência foi muito inferior ao do transporte dos conferencistas para um dos outros locais. É claro que para chegar a Davos ou Nagoya, os conferencistas também gastaram energia, pelo que deveriam era ter feito a conferência nos seus locais de trabalho… No total, a transferência de dados da videoconferencia terá consumido apenas 43 kWh, a que se somam 108 kWh dos equipamentos terminais (écrãs de plasma, câmaras e projectores).

Caminho na Internet entre Davos e Nagoya

Caminho na Internet entre Davos e Nagoya

O espião da televisão com comando remoto

A pessoa que se lembrou que “Ah e tal e se pudéssemos dizer à televisão onde é que estamos através do sinal da televisão.” esqueceu-se de coisas elementares que quem anda nisto dos computadores já sabe há muito tempo. Autenticação das mensagens é essencial a todo o sistema poder funcionar, e mesmo assim há sempre outras maneiras de o atacar.

A receção de canais na televisão chamados interativos permite que, se carregarem no botão vermelho do controlo remoto, possam aceder a informação específica desse canal e do programa que esteja a dar naquele momento. Se carregarem no botão, atualmente só disponível em Portugal a clientes Meo, ser-vos-á mostrado conteúdo online relacionado com o que esteja a passar na televisão.

Como é que a televisão sabe que conteúdo mostrar? Simples: recebe instruções pelo mesmo meio que estão a receber a transmissão de televisão. Ora esta misturada, onde informação passiva é amalgamadas com instruções, já é conhecida. Um principio da separação dos meios facilita bastante o equilíbrio do tratamento da informação, nomeadamente a sua verificação prévia à execução de instruções. Com o tratamento de segurança e dos direitos do cidadão simplista, como o que se tem vindo a demonstrar, o que temos é uma receita para a desgraça.

Um investigador conseguiu provar que, através da injeção de informação no sinal de televisão, pode controlar remotamente o funcionamento do pequeno computador que se encontra dentro da vossa televisão e com isso executar as ações que bem entender. A grande diferença disto para outras vulnerabilidades que o aparelho pudesse ter é que este ataque não tem origem registada e as ações feitas pelo equipamento ficam registadas como tendo sido feitas por alguém da vossa rede doméstica.

Se isto não chega para irem buscar o vosso chapéuzinho da conspiração, imaginem que pretendem fazer um ataque a site de um governo e que não querem ser detetados. Enquanto um conjunto de legislação e controlos consegue mais ou menos identificar a origem do ataque, o único ponto da rede que vai ser identificado se este for desferido das televisões por esta via será o da vossa própria televisão. Já não chegava o espião na televisão, agora podem também alojar temporariamente o vosso combatente radical sem sequer saberem que ele lá esteve.

103ª receita: a do ketchup caseiro e do espião da televisão

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana estivemos a falar novamente no espião da televisão, agora com a possibilidade de transformar a nossa televisão num zombie ao comando de um flibusteiro que pirateie o sinal de televisão.

Terminámos a falar sobre ketchup e como pode ser feito em casa por ser uma receita de molho muito simples e sem necessidade de conzinhar.

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102ª medição: a da gasolina ter subido e da latência nas comunicações

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana falámos sobre a subida momentânea do preço da gasolina que esperamos venha a acompanhar o preço do petróleo que já voltou a descer.

Terminámos a falar sobre latência, um tema que tipicamente ouvimos falar dele na Internet e que pode vir a tornar-se mais comum ouvir-se falar se deixarmos de ter neutralidade na rede.

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O espião na TV que rouba funcionalidades

The Man From U.N.C.L.E. - One Spy Too Many by MidCentArc

The Man From U.N.C.L.E. – One Spy Too Many by MidCentArc

Não satisfeitos com a prática de espiar os seus utilizadores de televisões ligadas à internet, a LG decidiu que se não aceitarmos as regras deles, transmitidas através de um End User License Agreement (EULA), deixamos de ter acesso a algumas das funcionalidades que o televisor prometia. Estamos a falar de envio de informação de uso da televisão de volta para a nave mãe.

Seria tudo dentro da normalidade se o EULA nos fosse dado a ler antes de pagarmos pelo eletrodoméstico, mas este só apareceu ao utilizador que reporta a situação já 2 anos depois dele ter adquirido o aparelho e só depois de um upgrade ao sistema. Com o upgrade o utilizador perdeu funcionalidades como o leitor de conteúdos da BBC ou o Skype. O que é reportado é que o EULA era da televisão e não dos serviços que o utilizador perdeu, pelo que a história ainda é mais estranha…

Mas se pensam que ficou por aqui, desenganem-se. O texto do EULA diz que mesmo que o utilizador decida não aceitar os termos de perda de privacidade e com isso perder as funcionalidades que anteriormente tinha, o sistema mesmo assim continuará a enviar informação de uso de volta para a nave mãe.

A lista de informação que a televisão envia de volta para casa é extensa e segundo o artigo que refiro contém:

  • Nome do canal ou programa que vemos;
  • Pedidos de visualização de conteúdo (imagino que pay-per-view);
  • Termos utilizados nas pesquisas por conteúdo;
  • Detalhe de ações efetuadas enquanto vê televisão (e.g. Play, Stop, pause, etc.)
  • Duração dos conteúdos vistos;
  • Método de input (e.g. RF, Component, HDMI); e
  • Termos de pesquisas gerais.

Com tanta informação a enviar, pergunto-me se o equipamento algumas vez chega a ter recursos disponíveis para mostrar conteúdos televisivos ao seu dono. Enfim…