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Gelo para arrefecer quarto II

Há cerca de uma semana, neste artigo abordamos o impacto da colocação de um litro de gelo num quarto. Como então referimos, o momento da colocação não foi o mais favorável, porque não permitia avaliar se a descida de temperatura então verificada se deveu à introdução do gelo, ou a uma evolução normal da temperatura.

Nesse sentido, foi efectuada uma segunda experiência, introduzindo um bloco de um litro de gelo, nas mesmas condições anteriores, nomeadamente do tempo de congelação. A introdução do gelo verificou-se num momento em que as temperaturas já tinham iniciado o habitual padrão de subida, por forma a averiguar mais facilmente a resposta da temperatura a essa introdução de gelo.

Como se pode observar na imagem seguinte (as curvas têm o mesmo significado do gráfico do artigo anterior), verifica-se uma resposta clara, com a manutenção da temperatura entre o gelo e a janela durante cerca de uma hora, registando uma progressiva subida a partir daí. A estabilidade no interior do quarto é ainda maior, mas isso é uma resposta igualmente expectável.

Temperaturas num quarto com introdução de 1 litro de gelo

Olhando para os valores em termos absolutos, verifica-se que a eficiência do arrefecimento não é certamente significativa. Como o leitor Santos refere nos comentários ao artigo anterior, há outras formas mais eficientes de arrefecimento. Esta é todavia apenas uma experiência, como outras que fizeram furor na Internet. Este Verão já não dará para fazer muitas mais experiências deste género, mas valerá a pena nelas insistir, até porque é bastante mais difícil realizar um arrefecimento de uma divisão, que o seu aquecimento…

Temperaturas do mar em Portugal

Há cerca de um mês, neste artigo, abordava a previsão da temperatura da água do mar. Para mim, é um aspecto importantes das férias à beira-mar, pois gosto dela bem quentinha! Acontece que, este ano, senti que a temperatura da água do mar estava particularmente baixa no Algarve. E tal parecia ser igualmente a opinião de pessoas com quem falei. Tomei nota para investigar o assunto assim que voltasse de férias.

No site do Instituto Hidrográfico encontrei a resposta. Uma página dedicada às Bóias Ondógrafo permite, entre outros aspectos, avaliar a evolução das temperaturas da água do mar (ver no fundo da página, em “Gráficos”, parâmetro “Temperatura”), em alguns dos pontos da nossa costa. Como se pode ver na imagem seguinte, relativa a Faro, os gráficos não são de previsões, mas dos dados históricos, que incluem a particularidade de incluir as variações diurnas/nocturnas:

Temperatura água mar em Faro no último mês

Confirma-se também no site que as temperaturas do Algarve são mais elevadas que a do litoral Oeste português, mas realmente quentinha é a água de Porto Santo. Mas a melhor parte estava reservada para o histórico de todos os registos. Conforme podem ver na imagem abaixo, que representa a bóia de Faro, as temperaturas da água do mar terão sido das mais baixas dos últimos anos, confirmando assim a minha impressão e das restantes pessoas que se queixaram… Para o ano, antes de partir de férias, já vou melhor preparado, embora o que dava mesmo jeito era uma previsão mais alargada!

Temperatura água mar em Faro desde 2000

Gelo para arrefecer quarto?

Há algumas vezes que me dá para experiências um pouco amalucadas… A motivação imediata desta decorreu das várias experiências que fiz de arrefecer a casa de férias. A experiência visava provar que uma determinada ideia não iria funcionar…

A ideia amalucada é a de que um pedaço de gelo pode arrefecer uma divisão. A ideia costuma estar associada ao conceito de fogareiro (uma muita má ideia, diga-se de passagem), e se uma coisa pode aquecer, a outra não poderá arrefecer?

Comecei por congelar exactamente 1 litro de água dentro de um tupperware. Não fiz ainda as contas a quanto me custou, mas o conceito está explicado aqui. A água/gelo esteve no congelador cerca de 14 horas…

Na quinta-feira da semana passada, pelas 08:15 enfiei o tupperware com gelo no quarto, com um recipiente por baixo, para que a condensação não causasse estragos. O resultado é o gráfico abaixo,com a curva a azul a representar o termómetro entre o gelo e a janela, e a curva a vermelho a representar o termómetro mais para o interior do quarto. Em ambos os casos, os termómetros estavam a cerca de um metro do gelo.

Como se pode observar, depois de colocado o gelo, a temperatura continuou a baixar em ambos os casos. E é aí que está o busílis da experiência: é que a introdução do gelo não foi feita no momento correcto, na minha opinião. Mesmo que o gelo funcionasse, não justificaria o trabalho para baixar um décimo de grau centígrado. Ainda assim, nada como uma nova experiência, para tirar as dúvidas…

Carga térmica

Em artigos anteriores, abordamos como a utilização de ventoinhas não foi particularmente benéfica nas nossas férias, bem como a observação que fizemos da variação das temperaturas no chão e tecto da sala. Nos dias seguintes das férias, optei por deixar os termómetros, um na sala, e outro no quarto, ambos a cerca de 80 cm de altura.

A evolução das temperaturas é visível no gráfico abaixo. A curva a azul representa a temperatura do quarto, enquanto a curva a vermelho representa a da sala. A temperatura da sala foi constantemente superior, sobretudo porque está voltada a sul, enquanto o quarto está voltado a norte. Acresce que a corrente de ar que se estabelecia na habitação entrava pelo quarto e saía pela sala, o que significa que o quarto arrefecia, de forma notória, mais rapidamente.

Aquecimento derivado de carga térmica

No gráfico estão visíveis os momentos em que as janelas foram abertas para criar uma corrente de ar, bem como os momentos em que as mesmas janelas foram fechadas, antes de deitar. Na verdade, entre esses dois momentos, elas foram abertas e fechadas algumas vezes, resultando nas oscilações visíveis, mas não documentadas no gráfico. Durante o dia 24, a casa esteve basicamente fechada, e daí a estabilidade das temperaturas. É importante realçar que se registou igualmente uma descida das temperaturas exteriores no período analisado.

O mais interessante é verificar que, depois de fechadas as janelas e terminada a corrente de ar, as temperaturas voltam a subir, praticamente à mesma velocidade que desceram, apesar das temperaturas exteriores continuarem a descer. Tal explica-se pelo conceito de “carga térmica”, e que consiste basicamente na libertação do calor acumulado, neste caso, essencialmente nas paredes.

Em ambos os dias, a temperatura alcançada durante a madrugada é apenas ligeiramente inferior à registada durante o dia. Mesmo quando o período de circulação de ar foi substancial! Na verdade, são muitos os factores que podem condicionar esta evolução, e dificultar o estabelecimento de temperaturas mais confortáveis no Verão, na ausência de sistemas de ar condicionado. Por isso, iremos continuar a referenciar este conceito, tão importante no Verão, mas obviamente também no Inverno…

Variações de temperatura numa sala no Verão

A semana passada havíamos referenciado como a utilização de uma ventoinha numa casa quente do Algarve não havia dado grandes resultados. Nos dias seguintes, utilizei os termómetros para registar mais algumas experiências de arrefecimento passivo da casa. Uma das experiências foi observar a variação da temperatura da sala, junto ao chão e ao tecto. Já anteriormente havíamos observado que as temperaturas junto ao tecto são superiores, bem como havíamos analisado a variação das temperaturas no fundo e topo da cozinha, na presença também de correntes de ar.

Na imagem abaixo, a curva a vermelho representa a temperatura junto ao tecto, enquanto a curva a azul representa a temperatura junto ao chão da sala, em cerca de 24 horas, com uma temperatura exterior relativamente elevada. Em ambos os casos, as temperaturas foram superiores às do quarto, facto compreensível, dada a circunstância de a sala estar virada a sul. As duas curvas registam uma evolução não muito diferenciada. Em particular, regista-se uma diminuição de temperaturas na saída de casa a meio da tarde, uma subida forte no regresso a casa, e uma diminuição com a criação da corrente de ar.

Temperaturas no chão e no tecto de uma sala no Verão

Mas, o que mais me chamou a atenção neste gráfico foi a evolução das temperaturas durante a parte final da madrugada e início da manhã. Nesse período, e enquanto a temperatura junto ao tecto se manteve estável, a temperatura junto ao chão iniciou uma subida bastante linear. A subida tornou-se ainda maior a meio da manhã, afectando ambas as curvas, mas a culpa aí foi da actividade humana…

Embora não tenha entendido a razão para esta discrepância nas variações das duas curvas, a verdade é que se verificou uma diminuição da estratificação térmica. E tal é sempre positivo, pois grandes diferenças de temperatura dentro de uma mesma divisão não são desejáveis.

Ventoinhas para arrefecer?

Nestes dias quentes, tenho estado numa casa no Algarve. Com os meus termómetros, e sem ar condicionado, tenho lutado para arrefecer um pouco a casa… Dispunha também de uma ventoinha vertical, pelo que resolvi fazer umas experiências com ela.

Coloquei o termómetro no quarto, um dos locais a precisar de arrefecimento. O termómetro foi colocado numa das esquinas do quarto, longe da janela. A monitorização decorreu durante menos de um dia, e os resultados anotados são visíveis no gráfico abaixo.

Como se pode observar, a utilização da ventoinha não foi propriamente benéfica. Sair de casa e fechar os estores a meio da tarde revelou-se uma das melhores medidas. Abrir as janelas e aproveitar a corrente de ar também se revelou positivo. Mas quando comecei a utilizar a ventoinha, a coisa não aquecia nem arrefecia.

Por volta das 21:50, lá acertei a ventoinha com o sentido da corrente de ar, e a temperatura baixou dramaticamente. Mas tal teria provavelmente também ocorrido se não tivesse ligado a ventoinha. Por várias vezes dei-me conta que a ventoinha estava a contrariar o sentido da deslocação da corrente de ar, pelo que estava a ter um efeito negativo… E quando pelas 23:40 se termina a corrente de ar, a temperatura começou a subir, para praticamente só parar de manhã!

Das minhas experiências, resulta que a ventoinha teve um impacto muito reduzido na descida das temperaturas. Já tinha essa impressão de utilizações anteriores, mas com estes dados, prefiro apostar em dominar melhor as correntes de ar

Temperaturas numa noite quente no Algarve