Os termómetros que possuo estão sempre a registar temperaturas. Muitas vezes, os dados que retiro deles não tem interesse. Noutros casos, faz-nos pensar! Eles revelam situações que muitas vezes não equacionamos. No Inverno, o objectivo é manter o calorzinho dentro de casa, enquanto no Verão a ideia é manter o calor lá fora!
Há cerca de duas semanas deixei-os à janela da cozinha, aquando da previsão de dois dias particularmente quentes, observados a 31 de Maio e 1 de Junho. Posicionei os termómetros junto da janela da cozinha, um a cerca de 1.50m e outro a cerca de 2 metros. O resultado foi o que se observa abaixo, com a linha azul a corresponder ao termómetro a meio da janela, e o vermelho localizado junto do topo.
As temperaturas registaram evoluções significativas, relacionadas com os períodos de maior calor, e também de maior frescura durante as madrugadas. Mas o que mais me surpreendeu foi a observação da evolução em “dente de serra”, que é mais visível na curva a vermelho, nos períodos de maior frescura. Essa evolução, característica do calor que havíamos observado na traseira do frigorífico, fez-me lembrar que no Verão o frigorífico aquece, de forma indesejada, a cozinha.
O problema é que mesmo com a janela aberta, as temperaturas no topo da cozinha não descem significativamente, como se comprova na evolução das duas curvas, nas últimas horas do gráfico. O que faz sentido, porque o calor do frigorífico quer subir, e o frio da madrugada entra pela janela, e quer descer. Esta estratificação térmica dentro da cozinha, de vários graus, é indesejável, pelo que será alvo de mais investigação. Os objectivos são vários, incluindo manter a cozinha fresca no Verão, minimizando assim também o consumo do frigorífico.