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Frio pelo buraco da fechadura

Nestes dias frios, o frio entra por todos os lados, e no nosso caso também pelo buraco da fechadura. Há uma semanas, quando fechava a porta, reparei na corrente de ar fria que entrava para casa. Depois, coloquei dois termómetros, um mesmo no enfiamento do buraco da fechadura, e outro a cerca de dois metros de distância, no meio do hall de entrada. O resultado da evolução das temperaturas ao longo de três dias foi a seguinte:

No gráifco, a linha a azul representa o termómetro junto ao buraco da fechadura, e a vermelho o da temperatura interior do hall. O espaço no gráfico colorido a verde representa o diferencial de temperatura entre os dois termómetros. No espaço a verde do meio, o buraco da fechadura esteve tapado, e verifica-se quão próximas foram as temperaturas dentro do hall. Nos restantes dois dias, com o buraco da fechadura aberto, o diferencial das temperaturas foi bastante superior!

O gráfico demonstra como o fecho do buraco melhora o comportamento térmico durante a noite. E como compensa fechar todas as entradas de ar, para evitar a entrada de ar frio. Mas também evidencia que durante o dia beneficia de temperaturas mais elevadas. E ainda nos mostra pormenores desconcertantes, como os picos observados durante a madrugada e manhã. Situação tão interessante, quanto misteriosa! Que continuamos a investigar…

Arejar a casa no Inverno

Quando se fala de poupança em termos de aquecimento, é muito habitual fugir-se à questão de como arejar as nossas habitações. E este tema coloca-se essencialmente no Inverno, quando arejar significa quase sempre deixar entrar o ar frio! Em zonas com climas mais frios, é habitual o recurso a sistemas de permutação de calor, que visam justamente evitar essas perdas, mas esses sistemas são ainda bastante raros no nosso País.

Arejar as habitações é necessário por diversas razões, nomeadamente para extrair o ar viciado que resulta da respiração humana, retirar as humidades, ou mesmo os maus cheiros. A ventilação deve ser efectuada com cuidado, e muitas vezes podemos (ou necessitamos mesmo) recorrer a meios mecânicos de ventilação, como é o caso por exemplo dos exaustores das cozinhas. Estes meios mecânicos são muitas vezes preciosos na correcta orientação da corrente de ar que se forma. Assim, por exemplo, abrir-se a janela da casa de banho pode encaminhar eventualmente a humidade mais para dentro de casa, quando o objectivo é extraí-la… Idealmente, o ar deve sair para o exterior pelas divisões de serviço, nomeadamente a cozinha e casas de banho.

Neste primeiro artigo evidenciamos pois a importância do acto de arejar, em detrimento da preservação de calor. Porque é muito importante garantir a qualidade do ar na nossa habitação, sendo certo também que as eventuais poupanças de aquecimento, devidas ao não arejar, poderão não compensar uma pintura ou renovação da casa. Em próximos artigos procuraremos trazer exemplos de práticas de arejar que procuram conciliar as várias variáveis envolvidas…

Isolamento Caixa Estores

Há uns anos havia isolado cá em casa as caixas de estores dos quartos. Na altura não fiz o isolamento da sala. Agora dei-me conta que tinha uma oportunidade rara de estudar o comportamento do isolamento da caixa de estores, dado que temos duas janelas e duas caixas de estores na sala. Assim, procedi ao isolamento de uma das caixas de estore, conforme a imagem abaixo documenta. Entre o estore e a parede exterior foi colocada uma fita de vedação e isolamento de espuma, enquanto entre o estore e a caixilharia da janela foi necessário colocar duas (dado o espaço existente), a primeira mais resistente, e uma segunda de espuma, tal como a exterior.

Como as janelas estão separadas por 50 cm, e na mesma orientação, procedi de seguida à análise do comportamento térmico ao longo de uma madrugada. Repare-se que, no topo da janela cuja caixa de estores havia sido isolada, o espaço encontrava-se agora fechado. Para isso, coloquei entre cada uma das janelas e os estores, um termómetro, a cerca de 80 cm de altura. Nos gráficos abaixo, os gráficos a vermelho representam a janela cuja caixa de estores foi isolada, e a azul a outra janela.

Neste primeiro gráfico, podemos observar que inicialmente a temperatura fora da janela vai descendo, em função da descida da temperatura exterior. Quando se fecham os estores, o termómetro passa a registar uma subida da temperatura, função das perdas de calor do interior da habitação. Curiosamente, a janela não isolada regista uma subida de temperatura mais significativa, que atribuo à maior perda de calor. Todavia, as duas temperaturas acabam por estabilizar, durante umas horas. Quando no final da noite de passagem de ano fechámos as cortinas na sala, a temperatura caiu mais significativamente na janela não isolada. Como a cortina passou a funcionar como caixa de ar, o maior isolamento da janela isolada permitiu manter uma temperatura mais elevada. Repare-se que a partir do momento em que as cortinas foram fechadas, as temperaturas do lado de dentro da janela tornaram-se independentes…

Para avaliar este último factor, no dia seguinte medi a evolução das temperaturas no interior das janelas, para verificar a evolução da temperatura onde realmente interessa: no interior da habitação. Desta vez, os termómetros foram colocados a cerca de 50cm de altura, entre as janelas e as cortinas, com os estores fechados. A evolução é visível no gráfico abaixo, onde podemos verificar que inicialmente a temperatura evolui sincronizada, dado que ambos os casos reflectem a temperatura da sala. A partir do momento em que se fecham as cortinas, as temperaturas tornam-se independentes, e verifica-se que desce de uma forma mais rápida na janela onde não foi efectuado o isolamento dos estores.

Conclui-se portanto que o isolamento é benéfico. Mas ainda não sei se procederei rapidamente ao isolamento da outra caixa de estores, ou se a deixarei mais uns tempos, até ao Verão, para poder medir as diferenças em outros cenários de temperaturas exteriores.

Efeito de estufa no carro no Inverno

Num artigo anterior havíamos observado a importância de deixar, tanto quanto possível, os carros ao sol, no Inverno. Num dos dias anteriores fizemos a experiência: quanto atingiria a temperatura do interior do carro, deixado ao Sol? Para isso deixamos dois termómetros no carro: o primeiro dentro do habitáculo e o segundo na mala. No primeiro caso, o termómetro foi deixado por baixo do assento, para não sofrer o impacto directo dos raios solares, mas também por razões de segurança… Sabendo que o frio desce e o calor sobe, é provável que esta experiência reflictisse portanto a temperatura dos pés!

Na imagem abaixo, a vermelho está representada a temperatura no habitáculo, enquanto a azul está representada a temperatura da mala. O gráfico começa com o início da incidência da luz solar no veículo, pouco depois de ele ter sido estacionado. No interior do habitáculo, a temperatura foi subindo com a incidência dos raios solares, até pouco depois das 13:00, quando o Sol deixou de incidir directamente sobre o veículo. Dai para a frente, a descida de temperaturas foi acentuada, até atingir ao final da tarde praticamente a mesma temperatura da mala.

Segundo os registos meteorológicos de Lisboa desse dia, a evolução das temperaturas subiu dos 10ºC pelas 09:00 da manhã, até atingir um máximo de 16º pelas 14:00, como se pode ver na imagem no fundo do artigo. Note-se que a variação da temperatura da mala segue sensivelmente a variação da temperatura exterior, com excepção do seu início, dada a influência da viagem anterior, e possivelmente da permanência em garagem na noite anterior.

Ainda assim, fiquei surpreendido com a perda de calor registada no veículo durante a tarde. Parte dessa explicação poderá estar no facto do termómetro estar por debaixo do assento. Em próximas oportunidades, procurarei perceber como manter o veículo mais quente, até mais tarde…

Aquecimento por radiador à janela

Na sequência do artigo sobre onde se devem colocar os radiadores, temos efectuado vários testes à forma como a temperatura varia, mas quase exclusivamente na nossa sala. A sala tem a particularidade de ter uma boa exposição solar, e o radiador na parede oposta às janelas. No caso do nosso quarto, a exposição solar é nula, e o radiador fica debaixo da janela.

A imagem acima evidencia a evolução da temperatura durante uma noite típica, no quarto, com a linha a vermelho a representar a temperatura a 2 metros de altura, enquanto a azul está representada a temperatura a 10 cm do chão. Em ambos os casos, os termómetros foram colocados na parede oposta à janela exterior.

A temperatura mais próxima do tecto sobe rapidamente, com cerca de um grau na primeira hora. Durante o resto da madrugada a subida da temperatura foi inferior à da primeira hora. A queda da temperatura foi igualmente rápida depois de desligado o aquecimento. Junto ao solo a evolução foi notoriamente diferente, mantendo-se uma subida relativamente linear ao longo da madrugada.

A comparação com os registos que temos efectuado na sala revelam que o quarto permanece significativamente mais frio. E as temperaturas que têm sido efectuadas na sala são-no próximo da janela, ao contrário do quarto, onde as medições foram efectuadas na parede oposta. O radiador da sala (há outro radiador na sala, mas esse está sempre desligado, por estar na parede exterior) é ligeiramente mais pequeno, embora a dimensão da sala seja praticamente três vezes superior à do quarto. Tais medidas parecem, pois, confirmar a maior eficiência de fontes de calor na parede oposta à exterior, e certamente da energia solar.

A barreira térmica das cortinas

Há pormenores verdadeiramente interessantes. Há dias referenciava a importância das cortinas no aquecimento das divisões de uma habitação. É importante as cortinas estarem abertas quando há um radiador por debaixo da janela, mas quando o radiador se situa noutra parede da divisão, é importante as cortinas estarem fechadas, para diminuirem a fuga de calor para o exterior.

Para o provarmos colocamos dois termómetros muito próximos, a cerca de 50 cm de altura, na nossa sala. No gráfico abaixo, a linha a azul representa o termómetro mais próximo do exterior, e a linha a vermelho o termómetro mais interior. O primeiro ficou durante toda a madrugada entre as cortinas e a janela, enquanto o segundo ficou dentro da cortina da sala.

Como se pode observar no gráfico, os dois termómetros evoluem inicialmente de forma muito semelhante e próxima, tendo-se separado de forma substancial depois do fecho das cortinas. O termómetro do lado de dentro das cortinas registou mesmo uma subida significativa de temperatura depois do fecho das cortinas, indicando que o aquecimento da sala passou a ter uma maior eficiência.

Depois de desligado o aquecimento nota-se igualmente que a temperatura do lado exterior das cortinas desce muito mais rapidamente, enquanto a temperatura da sala não desce de forma tão acelerada! Tal significa que o gesto simples de fechar as cortinas durante a noite e as abrir no dia seguinte pode ajudar muito nestes dias frios de Inverno!

A evolução da manhã do dia seguinte é um pouco atípica, dado se tratar de um dia ensolarado. O ligar do aquecimento foi efectuado apenas para efeitos de testes, mas como se evidencia pela subida exponencial depois da abertura dos estores, nada como a energia solar para aquecer uma casa…