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Temperaturas à janela

Em artigos anteriores equacionamos a questão da colocação dos radiadores numa habitação. Entretanto, fomos efectuando experiências da evolução das temperaturas fora dos estores, entre os estores e a janela, e dentro da janela. Agora a investigação é no sentido de avaliar a evolução da temperatura interior, aquando do aquecimento de uma divisão.

Na imagem abaixo podemos observar a temperatura junto à janela, em duas localizações distintas. A azul a temperatura a cerca de 50 cm do chão, e a vermelho a temperatura imediatamente acima da janela, a cerca de 2 metros de altura. Como se sabe, o ar quente sobe e a temperatura é sempre superior acima da janela. No dia 10 a temperatura em baixo sobe rapidamente, mas por influência da luz solar desse dia. Note-se que quando o aquecimento é ligado, a temperatura em cima sobe rapidamente, e num valor muito superior à do termómetro inferior. Enquanto em cima a subida foi no máximo claramente superior a um grau, a subida em baixo foi inferior a meio grau centígrado. Depois de desligado o aquecimento, a descida foi quase tão rápida quanto a subida…

O diferencial de arrefecimento que aqui verificamos, junto à parede e janela exterior da divisão é claramente evidente. Ele será maior tanto quanto maiores forem as percas de calor. A luta nestes dias frios de Inverno é, pois, como minimizar este fenómeno de arrefecimento junto à parede exterior, minimizando ainda a corrente de ar frio no chão, entre a parede exterior e o radiador do outro lado da divisão. Disso daremos conta em próximos artigos.

Temperatura dentro da janela

Neste artigo de há uns dias falamos sobre a influência do fecho de estores na temperatura interior das nossas habitações. Como prometemos, continuamos as medições, e desta vez comparamos a evolução da temperatura exterior com a do interior da habitação.

Neste caso, a temperatura foi medida imediatamente fora do estore (a azul, no gráfico abaixo) e no interior da janela (a vermelho, no gráfico). A temperatura exterior desceu a um valor pouco habitual para a região de Lisboa, ligeiramente abaixo dos 7ºC, durante a madrugada de 8 de Novembro. Nesse mesmo dia, a temperatura máxima apenas superou muito ligeiramente os 10ºC. Dentro de casa, o estore permaneceu sempre fechado, não tendo existido qualquer actividade no período visível.

A constatação que se faz é que a descida de temperatura foi gradual durante toda a madrugada, tendo estabilizado durante o dia, apesar da grande diferença de temperatura entre o exterior e o interior. O interior da habitação registou uma descida de cerca de 1,5ºC, o que é significativo, mas que poderia ser bastante superior, dadas as temperaturas já bastante baixas do exterior. Estamos convencidos que com os estores abertos durante a madrugada, a queda de temperaturas seria superior. Neste caso, e porque não nos foi possível, o estore manteve-se fechado durante o dia, mas também não beneficiaria, dada a inexistência de Sol nesse dia. Continuaremos com estas medições, para avaliarmos o contributo das várias opções para preservar as fugas de calor.

Fecho de estores

Nas noites frias, o fecho dos estores é essencial. O fecho deve ser completo, para que se crie mais uma barreira térmica, funcionando o espaço entre a janela e os estores como uma autêntica caixa de ar. Os estores devem ser fechados logo que termine a exposição solar, e em que a ilumição exterior já não contribua para a iluminação interior. O mesmo se diz das cortinas, que incrivelmente também cortam as trocas de calor. A excepção será a da existência de radiadores por debaixo das janelas, e nesse caso, quando o radiador está ligado, as cortinas deverão estar abertas. De manhã, a estratégia pode ser mais complexa, se houver benefício da iluminação exterior. Em qualquer caso, o benefício térmico dos estores é apenas maximizado quando são completamente fechados.

Para evidenciar a forma como o fecho dos estores funciona como verdadeira caixa de ar, fizemos uma experiência simples. Numa das noites anteriores colocamos dois termómetros, um fora dos estores e outro entre os estores e as janelas. No gŕafico abaixo, a evolução da temperatura fora do estore está representada a azul, e entre os estores e a janela, a vermelho.

A temperatura junto à janela é sempre superior no gráfico, por estar mais recolhido, mas porque também beneficia da troca de calor entre o interior e o exterior. Quando os estores foram fechados, nota-se um aquecimento do espaço entre a janela e o estore. Tal resulta das percas de calor na janela, que vão aquecer esse espaço exterior. Quanto menor for esse aquecimento, melhor será o isolamento da janela.

Durante a noite evidencia-se uma grande estabilidade na variação da temperatura na “caixa de ar”. Na verdade, só momentaneamente a temperatura desce abaixo da temperatura aquando do fecho dos estores. Ao final da madrugada, a diferença de temperatures chega a atingir 3ºC! Quando finalmente se abrem os estores de manhã, a temperatura desce ligeiramente, mas volta a subir com a subida da temperatura exterior.

Iremos repetindo estas experiências, com sucessivas medições, em pontos distintos, para melhor compreendermos as trocas de calor nas janelas, que são um dos maiores pontos de fuga de calor nas nossas habitações, como evidenciamos aqui.

Aquecimento solar na sala

Agora que entramos no frio do Inverno, aquecer as nossas habitações pode trazer um custo acrescido. Para mantermos a casa quentinha, o primeiro passo é certamente minimizar as fugas de calor para o exterior, e consequente entrada de ar frio. Calafetar as portas e janelas é, pois, o melhor investimento que se pode fazer! Mas mesmo assim, a temperatura tenderá a baixar.

Nas janelas com boa orientação solar, em dias de Sol no Inverno, deve-se maximizar a entrada da luz solar na habitação. Tal significa abrir ao máximo os estores, e abrir as cortinas. A energia solar é excepcional, e pode aquecer substancialmente a habitação, como os dois gráficos seguintes evidenciam (clicar para ver melhor). No primeiro, temos a radiação solar medida na estação meteorológica de São Julião do Tojal (dados do SNIRH), entre os dias 6 e 8 de Novembro passado. Podemos observar que nos dias 6 e 7 a radiação solar foi significativa, ao contrário de dia 8. No segundo gráfico, que mede a temperatura da nossa sala, pode-se ver como a temperatura nos dias 6 e 7 sobe com a incidência da luz solar, ao contrário de dia 8, em que a temperatura praticamente não varia. Não deixem pois de maximizar o calorzinho da energia solar!


Temperatura mais homogénea dentro do frigorífico

No passado já observamos como as temperaturas dos frigorificos variam no seu interior, ou como é possível torná-lo mais fresquinho. Neste artigo abordamos como é possível manter uma temperatura homogénea dentro do frigorífico. Tal é importante porque muitos alimentos não suportam variações significativas de temperaturas, o que acontece em várias circunstâncias, como é o caso de aberturas da porta de frigorífico, especialmente durante períodos mais prolongados. Durante esses períodos, a temperatura pode subir, de forma significativa, afectando a preservação dos alimentos.

Na imagem acima podemos ver a temperatura de uma caixa fechada (neste caso com legumes) dentro do frigorífico (a azul), comparada com a temperatura no seu exterior (a vermelho). Verificamos que a temperatura no interior da caixa não registou temperaturas tão elevadas, nem tão baixas, como as atingidas no seu exterior. Foi assim preservada uma temperatura mais estável no seu interior.

Por essa razão, os frigoríficos contêm caixas para colocar alguns tipos de alimentos, nomeadamente no fundo do frigorífico (a parte mais fresca), ou na porta. Neste último caso, a importância é significativa, dado que as aberturas das portas do frigorífico tendem a aquecer de forma significativa essa área. Por isso, a preservação dos alimentos é melhor conseguida quando os alimentos são condicionados dentro de recipientes.

Diferenças de temperatura dentro dos frigoríficos

O frigorífico é, na maioria das nossas casas, o maior consumidor de electricidade em nossas casas. Já aqui abordamos várias técnicas para poupar no seu funcionamento. Agora iremos abordar outra vertente pouco conhecida, que é a da diferença de temperaturas no seu interior.

Neste artigo abordaremos as diferenças de temperatura entre a parte inferior e superior do frigorífico. Como saberão, o ar quente tende a subir e o ar frio a descer. Não é pois de admirar que num frigorífico a temperatura mais elevada se verifique na sua parte superior. Como podem ver na imagem acima, a vermelho, a temperatura na parte superior do meu frigorífico é consistentemente dois graus superior à da parte inferior, a azul.

Como poderemos tomar partido destas diferenças? Certamente, os alimentos mais perecíveis devem ser armazenados na parte inferior. E aqueles cuja preservação não é tão crítica, como por exemplo as bebidas que se pretendem frescas, podem ficar na parte superior. Devemos igualmente colocar os alimentos quentes que pretendemos arrefecer na parte superior (eventualmente depois trocando-os de lugar), porque se os colocarmos na parte inferior o calor deles subirá, “contaminando” com calor todo o resto do espaço.