O que terá heavy-metal a ver com poupança, perguntarão imediatamente os leitores? Eu gosto muito de muitos tipos de música, muito distintos entre si. E o heavy e hard-rock reservo-os para determinadas situações, em que o ritmo é determinante. Tal vem dos tempos do liceu, em que comecei a perceber que fazia os exercícios de Matemática muito mais rapidamente, se estivesse a ouvir um ritmo mais rápido. Tal depois estendeu-se para outras disciplinas e domínios…
A música pode ser determinante noutros domínios da nossa vida, e muitas vezes nem nos damos conta. Já demos aqui exemplos como os dos supermercados, ou da condução. Na verdade, há ritmos para todas as ocasiões.
Mas este artigo surge por causa daquilo que li neste artigo da CityLab, que associa surpreendentemente as nações de maior qualidade de vida, com as nações com maior quantidade de bandas de heavy. Quando vi que os países escandinavos teêm a maior percentagem de bandas de heavy, percebi imediatamente o fenómeno Lordi na Eurovisão de 2006, compreensão que me tinha escapado até agora! A ideia de que isto é um género de música para marginais sai assim claramente contrariada! Como o artigo refere, hoje o metal goza de maior popularidade nos países mais avançados e tolerantes, com níveis de educação musical muito elevados. No mapa referenciado no artigo, e visível abaixo, podemos ver que Portugal não se sai mal…
Se os leitores têm aversão a este género de música, permito-me dar aqui meia dúzia de sugestões “leves”. Ainda antes do heavy, algumas bandas como os Led Zeppelin introduziram a sonoridade. A escalada do ritmo de “Stairway to Heaven” é a forma eterna de passar de uma música lenta para uma mais rápida. Um dos riffs mais conhecidos do rock, de outro dos grupos percurssores do heavy, é sem dúvida “Smoke on the Water” dos Deep Purple. Cá pela Europa, um grupo mais conhecido pelas suas baladas, os Scorpions, arrancou em 1974 em grande estilo com “Speedy’s Coming“. Mais tarde surgiram grupos como os Iron Maiden, do qual destaco “Bring Your Daughter… to the Slaughter”, não pela sua qualidade, mas pela forma como foi vetada pelos Media. Mais recentemente, os Metallica são obviamente uma referência, tendo entrado em grande na década de 90 com “Enter Sandman”, que vemos num dos maiores concertos de sempre! Dos países nórdicos, destacaria uma das vozes mais surpreendentes do Power Metal, nesta interpretação de “O Fantasma da Ópera”.
Aliás, este último exemplo dos Nightwish, é um retrato fiel do artigo da CityLab, dada por exemplo a formação musical da primeira vocalista da banda, Tarja Turunen.
E, os leitores, ficaram surpreendidos como eu, com esta apetência pelo metal por parte dos países do norte da Europa?