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Autoestradas pagas vs. gratuitas

Durante muitos anos, utilizei a A29, como forma de fugir às portagens na A1. Durante muitos anos, utilizei-a entre Porto e Estarreja, com poupanças pequenas. Mas depois de completada a A29, em 2009, a poupança entre Porto e Lisboa tornou-se muito mais significativa, porque permitia ir do Porto até Mira sem pagar!

A coisa era tão escandalosa, que na altura parece que toda a gente migrou da A1 para a autoestrada paralela, composta pela A8, A17 e A29. Há mesmo um troço onde é possível ver uma autoestrada da outra, e na altura era evidente que a A29 tinha mais tráfego. Agora, depois da introdução das portagens nas ex-SCUTs, olha-se duma autoestrada para a outra, e verifica-se o inverso.

Recentemente, descobri dados estatísticos do tráfego médio diário no site do INIR. Uma das primeiras curiosidades foi verificar o comportamento destas duas autoestradas ao longo do tempo. O resultado é o gráfico abaixo, com os valores do tráfego médio diário, em dois troços paralelos, da A1 e A29, e que confirma cabalmente toda a ideia que tinha. E que evidencia de forma clara como nós Portugueses nos adaptamos a situações de borlas, e também quando elas acabam…

Tráfego na A29 e A1, na zona de Estarreja

Tráfego na A29 e A1, na zona de Estarreja

Autoestrada A13 não existe?

Há uns meses que este artigo foi sendo pensado. Mas esperei. E esperei mais umas semanas. A gota de água foi o corte da A1. A A13 é uma autoestrada paralela à A1, que representamos na nossa página dos pórticos SCUTs, e que obviamente também está no mapa das Estradas Rápidas.

Mas que é desconhecida de quase todos! E é desconhecida porque nem sequer existem indicações para ela, para quem por exemplo circula na A1, especialmente no sentido Norte Sul. Não sei de quem é a culpa, mas é indesculpável que todos nós Portugueses paguemos estas obras faraónicas (totalmente desnecessária no meu entender), e que nos sejam escondidas desta forma! Todavia, uma vez feitas, deveriam ser utilizadas, quando são realmente úteis.

Seis meses depois de estar inaugurada, na sua totalidade entre Condeixa e Tomar, as indicações na A1, para quem circula de Norte para Sul são as seguintes:

Primeira ausência de indicação

Primeira ausência de indicação

A 1000 metros também não se diz nada...

A 1000 metros também não se diz nada…

Ausência total de indicações para a A13

Ausência total de indicações para a A13

Corte na A1

Ontem, ao regressar da região centro para Lisboa, optei pela habitual variante a Coimbra, que tenho feito nos últimos meses. Acontece que poucos quilómetros depois de entrar na A1, me deparei com um placard da Brisa a avisar para incêndio a 11 Km. Más notícias, porque a coluna de fumo era muito grande, e na direcção onde visualmente tinha ideia que a A1 passava. Rapidamente constatamos mais fogos a este, nomeadamente na serra de Sicó.

Para quem como eu já passou por lá algumas centenas de vezes, umas contas rápidas determinaram que a estação de serviço de Pombal era anterior à eventual zona de fogo. Numa condução defensiva, quando ía a passar a estação de serviço, tive que abrandar e mesmo parar. Com a indicação da Brigada de Trânsito (BT), tivemos todos que entrar na estação de serviço pela saída…

Paragem junto a estação de Pombal

Paragem junto a estação de Pombal

Lá dentro, a preocupação rápida foi colocar o carro num local seguro. Longe da floresta que circunda a estação de serviço; longe dos depósitos de gás; num local onde a saída também fosse rápida, caso fosse necessária, ou quando a situação estivesse resolvida. Felizmente, a estação de serviço parece estar preparada, com toda a vegetação rasteira cortada.

Nos momentos seguintes, largas centenas de automóveis começaram a encher a estação de serviço. Não só os que chegavam vindos de norte, mas também os que retiravam de junto do fogo. Uma confusão! Depois de uma breve incursão pela estação de serviço, para utilização dos WCs antes da invasão esperada, a preocupação seguinte foi perceber o enquadramento. Como a estação de serviço está rodeada de floresta, caso o fogo lá chegasse, era preciso ter alguma clarividência para nos protegermos.

Uma rápida pesquisa da direcção de vento foi possível pelas bandeiras da Brisa. Vento de oeste. Que mais tarde havia de ser de nortada. Com o fogo a sul, e a direcção do fumo a puxar para este, era fácil confirmar que o fogo não chegaria à estação de serviço. Obviamente, a menos que mudasse a direcção do vento… Mais uns segundos, e percebo pelo Google Maps, que há uma estrada que permite sair da estação de serviço. Olhando para o terreno, não parece solução, pois está junto à floresta…

Estou junto de elementos da BT a tentar perceber o que vai acontecer. Alguém decide que a BT deve evacuar a estação de serviço. Não pela estrada de serviço. Todos em contra-mão até Condeixa! Noto ansiedade e mesmo pânico nos condutores, bem como na BT. Muitos querem, e depois arrancam a grande velocidade em direcção a norte, na faixa da auto-estrada que é para sul. Percebo que é alguém que segue as indicações by-the-book, em vez de perceber o que se passa no terreno…

Caos na evacuação da estação de serviço de Pombal

Caos na evacuação da estação de serviço de Pombal

Faço contas rápidas: onde tenho o carro; onde está a esposa; o que vai acontecer. Recordo que entrei em Condeixa, e que se lá voltar, vou ter sérios problemas. Vejo os elementos da BT a justificarem o regresso a Condeixa, com a alternativa posterior pela EN1. Não compreendo como nem sequer sugerem a A13, a terceira auto-estrada Lisboa-Porto, e que entronca justamente em Condeixa. Toda a gente pergunta pela A8, mas a BT sugere a EN1. Rapidamente estabeleço contacto com um elemento da BT, a quem aponto a solução A13. E a quem aponto que a EN1 não tardará cortada, dada a proximidade da A1 e direcção do vento…

Decido ficar. Alguns minutos depois percebo que foi uma boa solução. EN1 cortada devido ao fogo. Caos completo em Condeixa. Não seria de admirar: centenas de carros a aproximar-se de sul, mais os restantes que aí param vindos de norte. Caos nas comunicações rádio da BT. Abre-se as portagens de Condeixa ou não? Decisão da Brisa. Não. Bastante depois, a indicação é que terão aberto as portagens. Depois, já estarão fechadas outra vez. Nem quero imaginar a confusão numas portagens muito pequenas!

Na conversa com o elemento da BT que terá primeiro chegado ao local do fogo, percebo a dimensão do fogo que grassa! A coluna de fumo não enganava também. Já assisti a uns quantos de perto, e é de fugir! Percebe-se que fez o que tinha a fazer! Trocam-se muitas impressões, e fica a certeza da dificuldade de comunicação entre entidades distintas. Entretanto, mas muito depois, passa um Kamov e muito depois, dois aviões. O fumo diminui significativamente, e até acaba por desparecer…

Tudo permaneceu calmo entre as poucas dezenas de carros que resolveram esperar, e não voltar para trás. Mas uma senhora passou-se com o elemento da BT! Como era possível que a BT não deixasse passar os carros que estavam na estação de serviço? Fiquei aparvalhado… Quando expliquei à senhora que havia rescaldos de fogo, e que a auto-estrada só poderia ser aberta quando houvesse condições de segurança, resolveu voltar a sua raiva contra mim!

Como era expectável, algum tempo depois, a auto-estrada lá voltou a ser reaberta. Esteve fechada pouco mais de duas horas. Quando finalmente passamos pelo local do fogo, percebi que a senhora enraivecida deve ter engolido em seco. As condições no terreno eram bastante más, com muita pouca visibilidade, e muito, muito fumo…

Em suma, todo este episódio fez-me tirar algumas conclusões. A falta de coordenação entre as distintas instituições é clara. Muitas pessoas entram rapidamente em pânico. A resposta dos meios aéreos é muito tardia. A resposta da Brisa, a acreditar nas referências ouvidas nos rádios dos elementos da BT no terreno, é inacreditável. O importante, importante, é mesmo permanecer calmo e pensar pela própria cabeça… Ainda que se perca tempo, que não se perde…

Cartas Militares 1:25000 de Portugal

Carta 1:25000 de Lisboa de 1928

Carta 1:25000 de Lisboa de 1928

No outro dia referia a minha paixão por mapas. Um dos mapas que mais admiro são as cartas militares de Portugal à escala de 1:25000. Têm sido uma companhia imprescindível, sobretudo nas minhas actividades ao ar livre. O meu fascínio por estas cartas vem da precisão que elas têm, só verdadeiramente percepcionada quando as utilizamos no Portugal recôndito.

Estas cartas podem ser visualizadas numa resolução limitada no site do Instituto Geográfico do Exército. Para cada um dos mais de 600 rectângulos que compoem Portugal continental, podem ver várias edições, como a que se visualiza acima, relativa ao concelho de Lisboa e datada de 1928. Estão também lá as versões mais recentes, pelo que este site nos permite pois comparar como evoluíram as nossas localidades nas últimas dezenas de anos.

Destinos da Ryanair a partir de Lisboa

Ryanair

Ryanair

Como havíamos anotado neste artigo, confirmou-se que a Ryanair vai começar a operar no aeroporto da Portela, em Lisboa. Começa a existir alguma informação, sendo muito dela visível no site Low Cost Portugal, nomeadamente os horários dos voos. Mas, antes que comece a reservar os seus voos, tenha em particular atenção a localização dos aeroportos de destino. São certamente um dos principais problemas para quem experimenta Ryanair pela primeira vez. A Ryanair promete preços baixos, mas não se esqueça do tempo e custos escondidos:

  • Bruxelas CharleroiSegundo a Ryanair, fica a 46 Kms do centro de Bruxelas, mas segundo o Google Maps é de 60.8 Km. O tempo previsível em automóvel é de 50 minutos. Segundo o site do aeroporto, há autocarros e comboios, mas os truques parecem ser imensos. Primeiro, recomendam apanhar o autocarro pelo menos três horas antes do voo. Se for de comboio, vai ficar ainda a 20 minutos de autocarro do aeroporto.
  • Frankfurt-Hahn: O aeroporto de Frankfurt-Hahn fica tão perto de Frankfurt, quanto Fátima fica de Lisboa. São 124 Km até ao centro de Frankfurt, que se fazem de automóvel numa hora e vinte! O site da Ryanair é específico em que também não existe comboio. Autocarros há vários, e para o centro de Frankfurt são 14 euros em cada sentido, e 1 horas e 45 minutos de viagem!
  • Londres Stansted: O aeroporto de Stansted em Londres fica a 66 Km do centro de Londres, segundo o Google Maps, demorando de carro o percurso cerca de 56 minutos. Segundo o site da Ryanair, são só 40 Km. Segundo o site do aeroporto, existe um comboio até ao centro de Londres, que demora 47 minutos até Liverpool Street, e que custa a módica quantia de 23.40 £. O mesmo percurso de autocarro demora entre 45 e 60 minutos, custando apenas 8.50 £.
  • Paris Beauvais: O aeroporto de Paris Beauvais fica a quase 88 Km de Paris, segundo o Google Maps, e um pouco menos segundo a Ryanair. O comboio também não existe, tendo a ligação de autocarro um custo de 16 €, com uma duração de cerca de 1 hora e 15 minutos. No regresso para o aeroporto, sugerem que estejam na paragem 3 horas e 15 minutos antes da hora do voo.

Para uma localização mais precisa dos aeroportos aqui referenciados, podem ver este mapa no Google Maps (embora um pouco datado), e este do Wikipedia, mais actualizado mas menos detalhado.

 

Troco na Ryanair

Cabine da Ryanair

Cabine da Ryanair

Quando há alguns indícios de que a Ryanair poderá começar a operar no aeroporto da Portela, em Lisboa, interessa aos potenciais clientes da zona de Lisboa começar a perceber como funciona. Algo que potencialmente os Portugueses que utilizam a Ryanair mais a norte ou a sul já terão percebido melhor. Devo dizer que sou um fã das low-costs e que espero que realmente a Ryanair chegue o mais depressa possível, embora compreenda que muita gente tem dificuldade em se ajustar a esta nova filosofia de voar…

Um dos aspectos que me chamou a atenção numa das últimas semanas, sem verdadeiramente me surpreender, foi o apetite que existirá por parte dos tripulantes de cabina da Ryanair em ficar com o troco. Segundo este artigo do Daily Mail, a ideia é a tripulação dizer que não tem troco, insistir na ideia, e eventualmente tentarem impingir mais qualquer coisa ao passageiro, estilo uma raspadinha!

Esta postura é realmente verdadeiramente inaceitável. A melhor política nestes voos é não comprar nada! Porque troco com espécie, tipo selos, é uma coisa que já não vejo há mais de duas décadas…